Operação coletou boletins de ocorrência e cruzou dados pra chegar aos proprietários dos aparelhos — Foto: Polícia Civil
“Ela saiu da escola, estava caminhando com a colega de volta para casa, quando foi abordada por um motoqueiro que apontou a arma para ela e pediu para que passasse o celular. A outra coleguinha estava sem aparelho, e aí na saída ele [suspeito] colocou a mão na placa para que não fosse identificado. Ela ficou nervosa e foi para a casa de uma tia que mora próximo e a gente teve que entrar com os procedimentos, registrar o boletim, colocar o IMEI, até mesmo para poder tentar pegar outro aparelho na loja, já que a gente achava que não iríamos conseguir recuperar”.
O relato é da jornalista Dryelem Alves, que comprou um celular para a filha no mês de março e que foi roubado duas semanas depois. Segundo ela, mesmo tendo denunciado o caso e informado o número de registro do aparelho, ela não esperava recuperar o telefone.
Pensando em casos como o dela, a Polícia Civil iniciou a entrega de celulares roubados que foram recuperados durante operações nos últimos dois anos com uma cerimônia organizada na manhã desta quinta-feira (19), na sede da direção-geral da corporação.
Nesta ação, os proprietários foram intimados via aplicativo de mensagem. Pessoas que perderem o telefone em ações criminosas, devem apresentar documento de identificação e número do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, na sigla em inglês) nas delegacias de polícia para tentar recuperar os aparelhos.
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Aparelhos foram entregues em cerimônia na sede da diretoria geral da polícia em Rio Branco — Foto: Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
O delegado-geral José Henrique Maciel ressaltou que a operação recuperou quase 160 aparelhos, sendo 129 na capital. A ação contou com apoio do Ministério da Justiça.
Ainda de acordo com o delegado, ao todo, a polícia recuperou mais de 600 telefones perdidos em roubo ou furto entre janeiro e dezembro deste ano no estado.
“Nesse primeiro momento, nós intimamos as pessoas que estavam com os aparelhos, e o objetivo principal era recuperá-los. Mas, nós temos todas as pessoas identificadas e em outra fase, [vamos] saber realmente quem adquiriu ou vendeu de má fé ou não. Isso é uma outra etapa, a etapa principal era entregar esses aparelhos para as vítimas, mas vamos, sim, aprofundar essa questão da receptação”, acrescentou Maciel.
Diretor do Departamento de Inteligência da polícia, o delegado Nilton Boscaro ressaltou que foi feito um trabalho de cruzamento de dados que durou três meses para chegar até os proprietários de cada aparelho.
“Foram coletados todos os registros de boletim de ocorrência, fizemos contato com diversas operadoras de telefonia e conseguimos recuperar em uma única tacada 160 celulares. Lembrando que nesse ano a Polícia Civil já conseguiu recuperar e restituir 662 aparelhos e que foram devolvidos para as vítimas. É claro que esse tipo de crime tem sim como combater”, finalizou.
*Colaborou o repórter Jardel Angelim, da Rede Amazônica Acre.
Polícia Civil recuperou mais de 600 celulares entre janeiro e dezembro deste ano — Foto: Polícia Civil