Por g1 AC — Rio Branco


  • Estação de Tratamento de Água de Rio Branco sofria com erosões desde a última enchente do Rio Acre em março de 2024

  • Unidade é responsável pelo abastecimento de 60% do abastecimento da capital acreana o que compreende um universo de mais de 250 mil pessoas espalhadas por mais de 50 bairros.

  • No dia 8 de abril, o prefeito da capital, Tião Bocalom, assinou um decreto de situação de emergência por causa da situação, com duração de 180 dias. O prazo ainda está em vigor.

  • A situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal em 9 de maio

Estação de Tratamento de Água (ETA 2) desaba em Rio Branco nesta quarta-feira (24) | Vídeo:

Estação de Tratamento de Água (ETA 2) desaba em Rio Branco nesta quarta-feira (24) | Vídeo:

A Estação de Tratamento de Água II (ETA II), na Avenida Sobral, em Rio Branco, desabou na manhã desta quarta-feira (24). A unidade é responsável pelo abastecimento de 60% da capital acreana o que compreende um universo de mais de 250 mil pessoas espalhadas por mais de 50 bairros.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a água captada na plataforma escorrendo pelo terreno. Ainda não há estimativa do volume de água perdido, nem o que ocasionou o desabamento. A ETA sofreu com erosões constantes desde que as águas do Rio Acre baixaram após a enchente em março deste ano. Ninguém se feriu durante o incidente. (Veja acima)

De acordo com o diretor do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, a estrutura já apresentava um pré-colapso, que cedeu totalmente.

"A captação de ETA II, a parte que estava pré-colapsada, colapsou de vez. A gente vai tentar ver agora como fazer outro paliativo. A equipe está trabalhando já para tentar recuperar o mais rápido possível", afirmou.

Segundo a Prefeitura, os reparos na estação já começaram a ser feitos e a previsão é que o sistema de abastecimento seja normalizado em até 48 horas.

Emergência

ETA II rompe em Rio Branco nesta quarta-feira (24) — Foto: Vitória Guimarães/Rede Amazônica

A erosão causada pela queda brusca no nível do Rio Acre, após a cheia deste ano, foi observada desde abril deste ano. No dia 8 de abril, o prefeito Tião Bocalom assinou um decreto de situação de emergência por causa da situação, com duração de 180 dias. O prazo ainda está em vigor.

Segundo o decreto, a finalidade seria de facilitar a compra de insumos para restaurar a estação de tratamento sem que seja necessário passar pelos processos normais de licitação.

A situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal em 9 de maio. A portaria, assinada pelo secretário nacional de proteção e defesa civil, Wolnei Barreiros, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Enoque Ferreira, diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), ressaltou na época que a erosão havia se agravado.

Sequência de problemas

Desde a cheia do Rio Acre que a população da capital enfrenta problemas para receber água. Em março, a distribuição foi reduzida e chegou a ser suspensa porque as estações I e II apresentaram problemas. De acordo com o Saerb, as equipes conseguiram concluir a manutenção ainda naquele mês.

Logo depois, no início de abril, a captação voltou a ser reduzida na ETA II por conta de um desmoronamento de terra que compromete a estrutura. Foram três bairros afetados pela redução. No dia 2 daquele mês, o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, esteve na ETA II para uma avaliação na estrutura.

O coordenador destacou que houve uma vazão muito rápida do nível do Rio Acre. Em menos de um mês, as águas baixaram de 17,89 metros, maior cota registrada este ano, para 4,48 metros nesta terça. O rio baixou mais de 13 metros neste período.

"Com isso arrastou, evidentemente, o solo aqui. Nessa mesma data ano passado o rio estava com mais de 17 metros. Mostra que precisamos buscar soluções viáveis para poder fazer o abastecimento de água para Rio Branco", argumentou.

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