Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue — Foto: Rogério Capela/Prefeitura de Campinas
O Acre registrou aumento nos casos prováveis de dengue, zika e chikungunya este ano em comparação com janeiro a maio de 2023. Isto é o que aponta o boletim epidemiológico das arboviroses, divulgado na última terça-feira (28) pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O principal crescimento foram das ocorrências de chikungunya, que teve um aumento de 490,3%.
O estudo é referente às semanas 1 a 24 de 2023, em comparação com o mesmo período este ano.
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Com relação à dengue, foram notificados 3.580 casos prováveis da doença entre janeiro e o dia 28 de maio este ano. No mesmo período no ano passado, esse número foi menor, foram 2.973 casos, o que representa um aumento de 20,4%. A taxa de incidência de dengue ficou em 431,3 para cada 100 mil habitantes acreanos.
Sobre os dados de chikungunya, o boletim traz que no Acre, este ano, foram registrados 183 casos prováveis e 141 casos confirmados. Já em 2023, foram apenas 31 casos prováveis. O aumento registrado é de 490,3%. Com isso, a taxa de incidência da doença foi de 22,0 casos por 100 mil habitantes no estado.
Com relação aos dados de zika, ocorreram 123 casos prováveis até maio deste ano, correspondendo a uma taxa de incidência de 14,8 casos por 100 mil habitantes. Em relação a 2023, foram 86 notificações. O número de casos deste ano em comparação com o ano anterior é de 43% maior. Somente em 2024, 45 casos de zika foram confirmados.
Mayaro
Descoberto em 1955, o vírus é transmitido pelo mosquito silvestre Haemagogus janthinomys e é endêmico [tem presença contínua] na Amazônia. A preocupação dos especialistas é que o mayaro se adapte ao meio urbano e passe também a ser transmitido pelo Aedes Aegypti, vetor de doenças como a dengue, zika e chikungunya.
No Acre, desde o ano passado estão sendo investigados casos supostos da doença. De 2023 até agora, 888 amostras foram testadas para a doença. Apenas 7 casos foram confirmados no Estado.
Sintomas de doenças transmitidas por mosquitos — Foto: Rodrigo Sanches e Diana Yukari/G1
Veja semelhanças e diferenças entre os vírus transmitidos por mosquitos
Dengue
- Transmissão: picada do Aedes aegypti
- Proliferação: água parada
- Sintomas: febre alta (acima de 38ºC); dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo
- Duração: 2 a 7 dias
- Complicação: dor abdominal; vômitos; sangramentos nas mucosas
- Prevenção: evitar a proliferação do mosquito
- Vacina: só na rede privada. É indicada para quem já teve dengue
Zika
- Transmissão: picada do Aedes aegypti; sexo sem proteção; mãe para o feto na gravidez
- Proliferação: água parada
- Sintomas: febre baixa; dor de cabeça; dores no corpo e nas juntas; manchas vermelhas no corpo; olho vermelho
- Duração: 3 a 7 dias
- Complicações: encefalite; Síndrome de Guillain-Barré; doenças neurológicas; microcefalia
- Prevenção: evitar a proliferação do mosquito
- Vacina: não tem
Chikungunya
- Transmissão: picada do Aedes aegypti
- Proliferação: água parada
- Sintomas: febre alta (acima de 38°C); pele e olhos avermelhados; coceira; dores no corpo e articulações (joelhos e pulsos); dor de cabeça
- Duração: até 15 dias
- Complicações: encefalite; Síndrome de Guillain-Barré; complicações neurológicas
- Prevenção: evitar a proliferação do mosquito
- Vacina: não tem
Mayaro
- Transmissão: picada do Haemagogus janthinomys
- Proliferação: copa de árvores; mata
- Sintomas: febre alta (acima de 38ºC); dor de cabeça; dor muscular; dor e inchaço nas articulações; manchas no corpo
- Duração: até 15 dias
- Complicações: encefalite; artrite crônica
- Prevenção: evitar a proliferação do mosquito; evitar área de mata
- Vacina: não tem
Acre vacinou apenas 6% do público-alvo contra a dengue