Acre tem a 2ª maior alta na taxa de roubo e furto de veículos do país, aponta Anuário da Segurança — Foto: Divulgação/PM-AC
Entre 2020 e 2021, a variação na taxa de roubos e furtos de carros no Acre aumentou em 33,8%. E, assim, o estado é o segundo do país com a maior variação, ficando atrás apenas do Maranhão (59,7%), segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no final de junho.
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Conforme o levantamento, em 2020 o Acre apareceu com taxa de 313,1 roubos para cada 100 mil veículos. Já em 2021, o número aumentou para 418,8. Nos dois períodos avaliados, a taxa desse tipo de crime do estado ficou acima da taxa nacional.
Em números absolutos, cerca de 558 veículos foram roubados e 401 furtados em 2020. No ano seguinte, o estado obteve 732 roubos e 609 furtos. Totalizando assim 959 roubos e furtos de veículos em 2020 e, já no ano de 2021, esse número saltou para 1.341.
A nível nacional, em 2020 foram furtados e roubados no Brasil 323.955 veículos e 334.643 em 2021.
Mais de mil veículos foram furtados ou roubados no Acre ano passado — Foto: Divulgação/Polícia Militar
Veículos levados para fronteira
No Acre, os criminosos roubam e furtam os veículos, muitas das vezes, para trocar por drogas na Bolívia, país vizinho. Os bandidos levam carros, motos, caminhonetes e outros veículos pelas rodovias para passar na fronteira.
O coordenador do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), delegado Rêmullo Diniz, disse que existe um trabalho em três cidades para tentar coibir essa prática. As equipes reforçaram as fiscalizações em Capixaba, Brasileia e Plácido de Castro.
Motoristas que estão de viagem para a fronteira só podem atravessar se o veículo estiver em seu nome ou tiverem uma procuração do dono do veículo autorizando o uso. Essa foi uma das formas que a polícia colocou em prática para prender criminosos com carro e motos roubados ou furtados.
"Com o domínio de facções criminosas em algumas regiões, o pessoal tem mantido o intuito de fazer o uso de carro na Bolívia. Lá está fora de nossa alçada, apesar que temos feito muito trabalho em parceria para tentar coibir essas ações, e o pessoal tem levado muito carro roubado para lá para trocar por droga. É a moeda de troca que tem para oferecer", explicou.
Gefron reforçou policiamento na fronteira pra evitar a saída de carros, motos e outros veículos roubados e furtados — Foto: Arquivo/Gefron
Diniz destacou que esses veículos são trocados por valores bem inferiores ao da compra. Por exemplo, um carro que custa R$ 300 mil é trocado ou vendido por R$ 30 mil.
"Temos feito abordagens de madrugada para coibir pessoas com veículos que não estejam em seu nome transitem para a Bolívia e Peru. Inclusive, temos feitas várias apreensões. Uma vez que passa para outro país você perde a chance de atuar em cima daquele território", afirmou .
Apesar das operações e fiscalizações, o coordenador acrescentou que a fronteira é muito extensa e há diversas estradas de terras e outras entradas irregulares para os países vizinhos.
"Tem a passagem oficial, mas têm muitos ramais e entradas ilícitas. A gente precisa combater não só a entrada oficial, mas também os ramais e essas estradas ilegais. Estamos fazendo o máximo possível, inclusive, os últimos sete roubos de veículos no Acre, todos os carros foram recuperados", concluiu.