No AC, sindicatos fecham avenida contra reforma da Previdência e bloqueio de verbas na educação — Foto: Iryá Rodrigues/G1
Centrais sindicais fecharam, na manhã desta quarta-feira (15), a Avenida Brasil, uma das principais do Centro de Rio Branco, para protestar contra a reforma da Previdência e também bloqueio de verbas para universidades federais. O ato ocorre simultaneamente aos protestos na Universidade Federal do Acre (Ufac) e Instituto Federal do Acre (Ifac ). O ato acabou por volta das 11h30.
O movimento conta com ao menos 1,2 mil pessoas, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do ato. Os manifestantes se concentraram em frente ao gabinete do governador e seguem andando até a Prefeitura de Rio Branco.
Edmar Batistela, vice-presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), disse que a manifestação tem como foco mostrar o descontentamento contra a reforma da Previdência e também aos cortes. Segundo ele, o governo federal tem sucateado a educação pública do país.
Professores seguiram até a frente da Prefeitura em Rio Branco — Foto: Iryá Rodrigues/G1
Todas as escolas de Rio Branco, municipais e estaduais, tiveram as aulas suspensas nesta quarta.
“A reforma da Previdência tira os direitos dos professores e ainda mais das mulheres professoras. E, além disso, a educação está sendo desmontada e estão querendo acabar com o processo da educação pública de qualidade para todo o país”, diz.
Batistela fala ainda que a CUT acredita que o governo está querendo terceirizar a educação.
“O governo quer sucatear o ensino público brasileiro para sucatear a educação e deixar a educação para grandes empresários. Esses cortes atingem todas as escolas”, acrescenta.
Professores fecharam Avenida Brasil e caminharam até a prefeitura de Rio Branco — Foto: Alcinete Gadelha/G1
Bloqueio
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Professores de escolas públicas municipais e estaduais também fizeram protesto em Rio Branco — Foto: Alcinete Gadelha/G1