Um bate-boca entre manifestantes pró e contra Dilma fez com que a Câmara de Vereadores suspendesse temporariamente a votação para definir o aumento na tarifa de ônibus em Rio Branco. A medida de aumentar a passagem do coletivo surgiu da Prefeitura, esse ano, quando as empresas não conseguiam dar o troco da passagem, que atualmente é R$ 2,90.
Se aprovado o aumento, a passagem vai passar a custar R$ 3. Estudantes e outros segmentos da comunidade fizeram um protesto na manhã desta quinta-feira (3) para que o projeto não seja aprovado.
Porém, após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autorizar nesta quarta-feira (2) a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os ânimos se exaltaram e o protesto acabou em briga entre aqueles que defendem Cunha e os que são a favor da presidente.
Com palavras de "não vai ter golpe" e "a casa caiu", por parte dos manifestantes, a Câmara resolveu suspender a sessão até "que os ânimos se acalmem".
Em plenária, o vereador Gabriel Forneck (PT-AC) defendeu a presidente e disse que o partido não vai aceitar, o que ele denominou como "tentativa de golpe".
"Não existe nenhuma prova que a Dilma tenha tido algum desvio, nós do PT, junto com os partidos aliados, não vamos ficar calados. Não vamos baixar a cabeça para essa tentativa de golpe", enfatizou.
Entenda o caso
A Prefeitura de Rio Branco encaminhou para a Câmara Municipal de Rio Branco no dia 2 de novembro deste ano uma proposta de aumento da tarifa de ônibus. Atualmente, a tarifa custa R$ 2,90 e, após a proposta, vai passar para R$ 3.
Na época, a Prefeitura justificou que a decisão foi motivada após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Acre (MP-AC) por causa de problemas na execução da Lei do Troco, que obriga as empresas de transporte coletivo a fornecerem o troco aos usuários e os libera do pagamento da passagem caso o cobrador não tenha como devolver a quantia devida.
Sancionada no dia 19 de janeiro deste ano, a legislação municipal causa polêmica desde então. Usuários reclamam que a lei não estaria sendo cumprida e seria ineficaz.