O South by Southwest (SXSW), maior evento de inovação do mundo, começa nesta semana em Austin, no Texas, e para inaugurar a cobertura, a Forbes Brasil pediu que alguns dos principais curadores brasileiros do festival, apontem temas que estão fora do radar, ou não tenham aparecido de forma massificada, sejam nas pré-seleções recentes do evento ou na própria agenda, em si.
Para além das tendências que mais aparecem esse ano, entre elas inteligência artificial, sustentabilidade, fake news e deepfake no contexto da política, health techs, dentre muitos outros, existem temas importantes que não aparecem no interesse da grande maioria, mas trazem discussões de extrema relevância. Andrea Janér, fundadora da plataforma de conhecimento Oxygen, aponta a neurodiversidade no ambiente do trabalho como uma dessas descobertas importantes.
Gustavo Giglio, que frequenta o festival desde 2011, explica que o tema psicodélicos aparece de forma relevante apesar de não ser tão popular. “Que analisa o mercado, como o uso atual impacta comportamentos e as pesquisas mais avançadas sobre terapias com psicodélicos e o que sinalizam para um futuro bem próximo.”
“É uma faceta menos explorada do tema inclusão, mas cada vez mais importante na medida em que aumentam muito os diagnósticos de condições como autismo, dislexia, TDAH, síndrome de Tourette e outras. Sabemos que estas situações são comuns entre profissionais de tecnologia, por exemplo. E mais do que apenas aceitar, é preciso compreender e valorizar o que estas pessoas trazem para a mesa, pois se enfrentam dificuldades com algumas atividades, em outras elas são fora da curva”, destaca Andrea.
Franklin Costa, fundador da oclb academy, aponta o aumento de discussões relacionadas a povos originários como um sinal importante.”Esse ano me chama a atenção o crescente número de sessões com povos originários na programação. Quero conferir o Featured Session: FX’s Reservation Dogs: Indigenous Storytelling Without Bounds, que vai reunir o elenco de uma das melhores séries da TV, além de prestigiar a brasileira Txai Suruí na imperdível “Bioeconomy: Thriving in the Amazon Rainforest”.
Humano e tecnologia
O SXSW é conhecido por contextualizar tecnologias como a relação entre cérebros e máquinas que ganhou projeção recente após a empresa Neuralink, de Elon Musk, iniciar experimentos com seres humanos. Camilo Barros, do think thank Institute for Tomorrow, reforça que quem acompanha tendências têm dedicado tempo às tecnologias em si, mas às vezes reduzem a importância de falar do impacto na vida humana.
“Tecnologias como internet de alta velocidade, streaming, dispositivos médicos conectados, wearables, inteligência artificial, análise de dados, computação quântica e modelagem 3D estão revolucionando o setor de saúde. O Future Care é a convergência de todas essas tecnologias, visando melhorar a qualidade de vida de todos nós. O uso da tecnologia proporciona maior eficiência operacional e gestão de dados, o que contribui para uma prestação de cuidados mais eficaz e centrada no paciente.”, destaca Camilo.
José Saad Neto, head de insights da GoAd, rede de curadoria em inovação e marketing. jornalista, empreendedor e curador, frequenta o SXSW desde 2012, destaca o foco nas cidades inclusivas. “Pouco abordada nas últimas edições do SXSW, a pauta das cidades ganha, neste ano, a abordagem do design cívico, compreendido como o nosso papel, enquanto cidadãos, no desenho de espaços urbanos mais inclusivos. Isso passas pelo trabalho público&civil de forma conjunta e colaborativa, mas também pelo papel das empresas na construção de cidades mais inteligentes e sustentáveis. Nesse contexto, quero muito ouvir as impressões da pesquisadora Chelsea Collier, fundadora da Digi.City, organização que promove e apoia a cocriação de cidades inteligentes e comunidades conectadas.”
Acompanhe a cobertura do SXSW na Forbes Brasil:
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