A bolsa brasileira está de volta do feriado de Natal, mas parece que os investidores não voltaram à B3. A quinta-feira (26) foi marcada por um baixo volume financeiro transacionado — R$ 16 bilhões, contra a média de R$ 30,6 bilhões registrada ao longo do mês de dezembro.
Sem novidades no campo político e com um novo leilão de US$ 3 bilhões feito pelo Banco Central, o dólar à vista teve leve queda de 0,11%, aos R$ 6,1779.
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À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 18,427 bilhões de dólares em dezembro até o dia 20. Somente na semana passada saíram do país 11,640 bilhões líquidos, sendo que no período o Banco Central realizou uma série de leilões de moeda para dar conta da demanda de empresas e fundos interessados em enviar recursos ao exterior.
Já o Ibovespa também teve um movimento tímido, fechando em leve alta de 0,26%, aos 121.077 pontos.
As ações do IRB(Re) capitanearam os ganhos do dia com um salto de cerca de 11%.
De acordo com o analista Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, a queda na liquidez não é uma surpresa, uma vez que na semana entre o Natal e o Ano Novo há redução significativa no volume de negócios e na volatilidade.
Entre as notícias no radar dos agentes no dia, ele destacou a decisão de segunda-feira do ministro do STF Flávio Dino de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares.
A decisão, segundo Mollo, tem um viés negativo e teve um efeito de alta nas taxas dos DIs, dado o risco de retaliação de parlamentares. Informações na mídia relacionavam uma reunião convocada pelo presidente da Câmara dos Deputados à decisão.
Com o movimento na curva de juros, ações de empresas de setores cíclicos, como Magazine Luiza e CVC Brasil, sofreram, mas outros papéis resistiram e fecharam em alta, como Petz e MRV&Co.
A performance das ações de bancos de varejo, ente elas as preferenciais de Itaú Unibanco, bem como os papéis da Petrobras, segundo Mollo, ajudaram a blindar o Ibovespa.
Destaques corporativos
– IRB(RE) ON disparou 11,3%, registrando máximas desde meados de novembro, tendo de pano de fundo relatório do BTG Pactual no começo da semana citando a ação como uma das suas melhores apostas para o próximo ano. “Os resultados de subscrição devem continuar melhorando em 2025, o que, combinado com uma Selic muito maior, significa que a ação sendo negociado a um múltiplo preço sobre lucro estimado para 2025 muito baixo”, afirmaram os analistas do banco de investimentos.
– BRAVA ENERGIA ON saltou 6,64%, recuperando boa parte da perda do último pregão, quando a ação desabou 7,67% após a Petrobras rescindir contrato de venda dos campos de Uruguá e Tambaú, ambos localizados em águas profundas no pós-sal da Bacia de Santos, para a companhia. A venda dos campos havia sido acertada com a Enauta, hoje denominada Brava, após fusão com a 3R Petroleum. O valor do negócio, assinado em dezembro do ano passado, havia sido de 35 milhões de dólares.
– ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 0,65%, após decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central de adotar um cronograma de transição para incorporar os impactos no capital regulatório relacionados ao novo modelo de provisionamento de instituições financeiras, que entra em vigor em 1º de janeiro. BANCO DO BRASIL ON subiu 1,17%, BRADESCO PN ganhou 0,78% e SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,98%.
– PETROBRAS ON fechou em alta de 0,38%, apesar da piora dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent terminando a sessão com declínio de 0,43%. PETROBRAS ON subiu 1,26%.
– VALE ON avançou 0,29%, também descolando da fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,06%, a 776,5 iuanes (106,38 dólares) a tonelada métrica.
– CVC BRASIL ON recuou 7,74%, pressionada pala alta nas taxas dos contratos de DI, que tende a ser negativa para ações de empresas de setores cíclicos ou com elevados níveis de endividamento – ou os dois fatores. No mesmo contexto, MAGAZINE LUIZA ON caiu 6,45%.
– CAIXA SEGURIDADE ON perdeu 3,28%, após a sua controladora, a Caixa Econômica Federal, anunciar que concluiu a contratação dos bancos que vão assessorar a instituição em uma eventual oferta pública secundária subsequente de ações de sua divisão de seguros. Os bancos contratados para auxiliar a Caixa sobre a viabilidade de uma eventual operação, além do próprio banco estatal, são Itaú BBA, BTG Pactual, Bank of America Merrill Lynch e UBS Brasil.
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