Evolução sobre rodas - A evolução do transporte coletivo na Grande Curitiba

Evolução sobre rodas

Da boleia, Josué Glauber de Lima acompanha a evolução do transporte público nos últimos 30 anos

Por Danielle Blaskievicz

O crescimento demográfico dos grandes centros urbanos nas últimas décadas obrigou as cidades e as pessoas a se adaptarem rapidamente ao novo ritmo da vida. E, nesse fluxo, alguns eram passageiros, outros condutores das mudanças.

Josué Glauber de Lima, 48 anos, se encaixa no segundo perfil. Funcionário da Viação Tamandaré há quase 30 anos – a maior parte deles na “boleia” – ele acompanhou uma evolução tão gritante no transporte público que é capaz de remeter aos antigos desenhos dos Jetsons – uma família toda moderninha e visionária que ficou famosa na televisão nos anos 1960 e tentava antecipar o que seria a vida no futuro.

Lima conta que quando começou a trabalhar como motorista, em 1992, os veículos do transporte público se limitavam à carroceria, duas portas, motor e banco. “Era a carcaça do ônibus. Hoje está tudo muito evoluído. O itinerário é eletrônico, os ônibus têm elevador, rampa, catraca eletrônica. Já tem veículo operando sem cobrador”, destaca.

Apaixonado pelo que faz, o motorista conta que quem não se mantém atualizado, não sobrevive à profissão. “Antes tínhamos menos informação, menos coisas pra pensar”, reflete. Segundo ele, sem um pouco de noção sobre a tecnologia não é possível sequer dar a partida no veículo. “É necessário abrir a sessão eletronicamente”, afirma, explicando que esse é o fluxo para “dar o comando” ao veículo e iniciar o trajeto diário.

Mais importante do que a chave da ignição é o crachá da empresa, com o qual ele aciona o veículo, passa as informações necessárias para a rota e dá início a mais um dia de trabalho. “Sem o crachá não vou a lugar algum. Os ônibus são todos monitorados em tempo integral”, afirma o motorista.

Mesmo com tanta inovação e a exigência constante de adaptação, Lima tem muito orgulho da profissão e afirma não se imaginar fazendo outra coisa. “Eu não conseguiria trabalhar em um ambiente fechado, como numa sala trancado. Preciso ver o movimento, ter o contato com as pessoas”, enfatiza o motorista, que carrega consigo inúmeras histórias e amizades feitas pelo caminho.

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