Morador do ABC paulista, João Oliveira, CEO da Jaguar Land Rover América Latina e Caribe, não estava acostumado a lidar com florestas. Até que decidiu comprar uma casa em Bertioga, no litoral paulista, em 2020. Soube que o Ministério Público estava contactando proprietários daquela região para fazer a recuperação ambiental de terrenos de Mata Atlântica desmatados nos anos 1980. Diferentemente de alguns, que tentaram driblar a pressão do MP, o executivo viu ali “uma oportunidade incrível”.
Comprou um terreno com cerca de 400 metros quadrados e decidiu trabalhar na recuperação do local. Sob orientação de uma engenheira florestal, parou de cortar a grama e começou a plantar mudas, cuidar das pragas e adubar o terreno, até começarem a aparecer os primeiros resultados.
Um fato marcante, conta Oliveira, foi notar uma pitangueira que havia sido plantada por ele dando o primeiro fruto e, depois, um tiê-sangue, pássaro nativo da região, se alimentando com essa pitanga já madura. Também é recompensador ver que chega a quase 8 metros uma embaúba, árvore nativa da Mata Atlântica que ele não plantou, mas cuja semente foi trazida pelo vento ou por algum animal. Agora, segundo ele, o espaço virou uma “florestinha”, atraindo pássaros e pequenos mamíferos, como o esquilo caxinguelê.
O executivo diz que tenta “contaminar as pessoas com essa vivência”, também no trabalho. “A indústria automobilística foi parte do problema pelos últimos cem anos. Agora, chegou a hora de a gente ser parte da solução também – tecnologia para isso existe e é viável”, diz ele.