Em um evento no último domingo (22), o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, declarou que deseja manter o TikTok operando no país por um tempo. A declaração veio em um momento crucial, com a proibição programada para entrar em vigor em menos de um mês. As informações são do portal TechCrunch.
Trump, em seu discurso a apoiadores, mencionou um gráfico que evidenciava o sucesso de sua campanha nas redes sociais, especificamente no TikTok. O presidente eleito sugeriu que poderia reconsiderar a decisão de proibir o aplicativo.
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Trump também comentou sobre um encontro que teve com o CEO do TikTok, dizendo que possui um "apreço especial" pelo aplicativo, que, segundo ele, foi um fator chave no alcance de sua campanha eleitoral.
O encontro ocorreu na segunda-feira (17), quando Trump reforçou a ideia de que o TikTok tem sido um aliado significativo para sua comunicação com o público. A situação do TikTok nos EUA está em um impasse legal desde a aprovação de uma lei no Congresso em abril, que exige que a empresa-mãe, ByteDance, venda o aplicativo até 19 de janeiro de 2025; caso contrário, ele será banido no país. Essa decisão foi motivada por preocupações sobre a segurança nacional, devido ao controle chinês sobre a plataforma.
A ByteDance contestou a legislação, e a Suprema Corte dos EUA concordou em ouvir os argumentos do caso em 10 de janeiro. A decisão da Corte será crucial para determinar o futuro do aplicativo no país, caso a venda não seja realizada antes da data limite.
Em contraste com o governo do presidente Joe Biden, que endossou a proibição do TikTok, Trump resolveu agora adotar uma abordagem mais flexível, levando em consideração o engajamento significativo que o aplicativo trouxe para sua campanha. Seus comentários sobre o TikTok durante o evento marcaram um dos sinais mais claros de que ele se opõe à retirada do aplicativo do mercado norte-americano.
Apesar do apoio de Trump ao TikTok, a proposta de venda do aplicativo ainda enfrenta desafios legais. Se a Suprema Corte não tomar uma decisão favorável à ByteDance, a empresa poderá ser obrigada a vender o TikTok, e, caso contrário, o banimento pode ser efetivado no prazo estipulado.
O TikTok, por sua vez, defende que não representa uma ameaça à segurança nacional. A empresa argumenta que as decisões sobre moderação de conteúdo e armazenamento de dados dos usuários dos EUA são feitas dentro do território americano, com servidores operados pela Oracle Corp, uma gigante da tecnologia dos EUA.
No entanto, a opinião do Departamento de Justiça dos EUA sobre o controle chinês da plataforma continua a ser um obstáculo. Autoridades dos EUA argumentam que o vínculo com a China pode ser explorado para fins de vigilância ou manipulação de informações, uma preocupação amplamente apoiada pelos legisladores.
A posição de Trump sobre o TikTok reflete a polarização em torno da plataforma, que, enquanto é vista como uma ferramenta essencial de comunicação por muitos, é também alvo de intensas críticas sobre sua relação com o governo chinês. A próxima decisão da Suprema Corte será decisiva para o futuro do TikTok nos EUA e para a postura do presidente eleito diante do aplicativo.