Tecnologia


Paraplégico caminha com exoesqueleto em Nova York, nos EUA — Foto: Mario Tama/Getty Images
Paraplégico caminha com exoesqueleto em Nova York, nos EUA — Foto: Mario Tama/Getty Images

Com o avanço da tecnologia, há uma relação quase simbiótica entre homens e máquinas, sobretudo no aspecto social. Pesquisas com implantes cerebrais, exoesqueletos e mãos robóticas avançaram em 2024, gerando interesse de agências financiadoras e da iniciativa privada. No entanto, a maioria dos projetos ainda não saiu da fase de testes e, desta forma, não chegou à população em geral.

Neste ano, os principais avanços foram registrados nas áreas de saúde, principalmente em reabilitação, e de esportes, com foco em alta performance. A Neuralink, empresa de neurotecnologia de Elon Musk, por exemplo, implantou chips cerebrais em seus dois primeiros pacientes neste ano. Já a Nike lançou um tênis que aquece e faz massagem nos pés dos atletas, em parceria com a healthtech Hyperice.

“Os bancos de investimento nacionais e internacionais vão se envolver na neurotecnologia de uma maneira muito grande. Vamos ver grandes fundos de investimento e investidores migrarem para essa área em breve”, afirma o médico e neurocientista Miguel Nicolelis.

Professor emérito da Universidade Duke, nos Estados Unidos, Nicolelis anunciou em novembro o lançamento de um fundo de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para investimento em startups de neurotecnologia, em parceria com o investidor Flavio Pripas, ex-diretor do Cubo Itaú.

O médico e neurocientista Miguel Nicolelis — Foto: Divulgação
O médico e neurocientista Miguel Nicolelis — Foto: Divulgação

Método não invasivo

Nicolelis defende que o cérebro é uma máquina elétrica com padrões ainda desconhecidos, mas que, para mapeá-lo, não devemos utilizar métodos invasivos. Seu projeto para fazer um paciente voltar a andar com um exoesqueleto inclui uma touca com 32 eletrodos sobre o couro cabelo por meio de um eletroencefalograma. O sistema promete ler sinais do cérebro sem precisar colocar sensores dentro do crânio, lendo os comandos enviados pela mente da pessoa por meio de um computador alocado nas costas da estrutura robótica.

“Eu não acredito que as técnicas invasivas têm escala nesse momento porque elas devem ser reservadas para pacientes muito graves, sem nenhuma alternativa. Já as técnicas não invasivas, como a que a gente usou na Copa do Mundo em 2014, têm viabilidade econômica porque podem ser usadas por milhões de pessoas e solucionar um problema-chave do mundo atualmente”, avalia o neurocientista, considerado um dos maiores especialistas do mundo em interação cérebro-máquina.

Confira a seguir sete avanços registrados em 2024 na interação homem-máquina:

Neuralink — Foto: Getty Images
Neuralink — Foto: Getty Images

A Neuralink implantou o primeiro chip, em janeiro, em um paciente de 29 anos que ficou paralisado após um acidente de mergulho. A empresa de Elon Musk divulgou imagens de Noland Arbaugh jogando xadrez em seu laptop e movendo o cursor com a mente usando o dispositivo. Em agosto, um novo paciente fez a cirurgia, considerada um sucesso. No entanto, não foram divulgadas informações sobre sua reabilitação.

Em março, inspetores da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) encontraram problemas com registro e controle de qualidade nos testes realizados com animais pela Neuralink.

Implante da Science Corporation, empresa de interface cérebro-computador com sede na Califórnia (EUA), garante ter devolvido a visão de pessoas cegas durante um ensaio clínico. Em um vídeo, a empresa sugere que pacientes que haviam perdido a visão central puderam voltar a enxergar bem o suficiente para ler, jogar cartas e reconhecer rostos.

Novo tênis da Nike faz massagem nos pés — Foto: Divulgação
Novo tênis da Nike faz massagem nos pés — Foto: Divulgação

A Nike lançou um tênis que massageia os pés, em parceria com a healthtech Hyperice. Além do tênis, as empresas criaram um colete que permite ao usuário ajustar a temperatura do corpo. Ambos os dispositivos vestíveis podem aquecer, resfriar e fazer massagem, e foram projetados exclusivamente para ajudar atletas no preparo e recuperação após exercícios físicos.

O Instituto Nicolelis de Estudos Avançados do Cérebro, do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, anunciou a criação de um polo de neurotecnologia em Milão, na Itália, para levar tratamentos baseados em interfaces cérebro-computador para pacientes na Europa. O projeto será realizado em parceria com o Hospital IRCCS San Raffaele e a Universidade Vita-Salute San Raffaele. A iniciativa busca disseminar globalmente neurotecnologias que sejam não invasivas, seguras, eficientes e de baixo custo.

Implante Onward — Foto: Divulgação
Implante Onward — Foto: Divulgação

Dispostivo Onward fornece uma corrente elétrica por meio de eletrodos colocados na pele de pacientes, perto de onde a medula espinhal foi danificada. Após dois meses de terapia, 43 das 60 pessoas que participaram do ensaio recuperaram a força e a capacidade de usar os braços e as mãos. Segundo estudo da Nature, mais de 40 pessoas que sofrem de paralisia do pescoço para baixo recuperaram o controle parcial dos braços e das mãos.

Mão robótica criada pela Meta — Foto: Divulgação
Mão robótica criada pela Meta — Foto: Divulgação

A companhia de Mark Zuckerberg lançou sensores táteis capazes de captar vibrações, calor e até odores, ampliando a pesquisa sobre a interação da inteligência artificial com o mundo físico. São dois produtos: o Digit 360 e o Allegro Hand. Diferentemente da maioria dos equipamentos lançados atualmente, os sensores desenvolvidos pela Meta, em parceria com a GelSight e a Wonik Robotics, têm como público-alvo os pesquisadores.

Mão robótica da Shadow Robot Company — Foto: Divulgação/Shadow Robot Company
Mão robótica da Shadow Robot Company — Foto: Divulgação/Shadow Robot Company

A empresa britânica Shadow Robot Company desenvolveu uma mão estilo "garra" de três dedos que consegue abrir e fechar em apenas 500 milissegundos. Ela pesa 4,1kg, é resistente a pancadas com martelos ou tacos e é 50% maior que uma mão humana.

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