Um grande júri de Nova York indiciou Luigi Mangione sob acusações de assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, disse o gabinete do promotor público de Manhattan, em Nova York (EUA), nesta terça-feira (17). As informações são da CNBC.
Mangione recebeu uma acusação de homicídio de primeiro grau e duas acusações de homicídio de segundo grau pelo tiro fatal de Thompson em 4 de dezembro, juntamente com outras acusações de porte ilegal de arma e falsificação, diz a acusação.
O jovem de 26 anos, formado na Ivy League, pode enfrentar uma sentença máxima possível de prisão perpétua sem liberdade condicional, se for condenado.
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, deve protocolar a papelada buscando a extradição de Mangione da Pensilvânia à luz da acusação, disse sua porta-voz, à NBC News.
Investigadores em Nova York acreditam que Mangione tinha raiva do setor de seguros de saúde e da “ganância" das empresas norte-americanas.
“Alegamos que Luigi Mangione executou o tiro descarado, direcionado e fatal no CEO da United Healthcare, Brian Thompson”, disse o promotor público de Manhattan, Alvin Bragg, em uma declaração.
A prisão
O suspeito foi detido pela polícia local enquanto estava em um restaurante da rede McDonald’s e foi reconhecido por uma testemunha, a partir das imagens divulgadas pelas autoridades. Mangione carregava uma arma fabricada em uma impressora 3D, com silenciador acoplado. Segundo a comissária do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) Jessica Tisch, o equipamento é "consistente com a arma usada no assassinato".
O crime ocorreu no dia 4, em Midtown Manhattan. O CEO da United Healthcare, Brian Thompson, foi alvejado a queima-roupa do lado de fora do New York Hilton Midtown, onde participava de uma conferência de investidores. Imagens divulgadas por jornais americanos mostraram o atirador esperando pela vítima e atirando no CEO assim que cruzou a rua. O agressor fugiu de bicicleta pelo Central Park e deixou a cidade em um ônibus intermunicipal.
Além da arma, Mangione portava documentos falsos e vestimentas que, de acordo com a polícia, coincidem com as usadas pelo assassino. “Ele agiu sozinho", afirmou o prefeito de Nova York, Eric Adams, durante uma coletiva de imprensa. As autoridades investigam a trajetória de Mangione entre Nova York e a Pensilvânia e analisam anotações manuscritas encontradas com ele.
De acordo com a comissária Tisch, os documentos sugerem um possível ressentimento do suspeito em relação a empresas americanas. Mangione teria expressado críticas contra a tecnologia contemporânea e outros temas em contas de redes sociais.
A prisão de Mangione ocorreu após uma semana de buscas intensas, com a polícia analisando horas de registros de vídeo e coletando evidências forenses. No dia 8, mergulhadores do Departamento de Polícia de Nova York realizaram buscas subaquáticas no Central Park, mas não encontraram novas pistas. A mochila do suspeito, abandonada no local, continha dinheiro do jogo Monopoly e uma jaqueta.
O UnitedHealth Group se manifestou por meio de um porta-voz, agradecendo às autoridades pela condução da investigação. “Nossa esperança é que a apreensão traga algum alívio à família de Brian, amigos e colegas, profundamente afetados por esta tragédia”, diz o comunicado.