Mais de 5 mil empresas se inscreveram para participar do ranking de 2024 das melhores empresas para trabalhar no Brasil, elaborado pelo Great Place to Work. Destas, 2.898 foram consideradas elegíveis, um aumento de 31% em relação a 2023. Ao final, foram selecionadas 175 vencedoras - superando a marca do ano passado, quando 150 companhias foram premiadas.
As escolhidas foram divididas em quatro categorias: 20 empresas com 10 mil ou mais funcionários (Gigantes); 85 com 1.000 a 9.999 funcionários (Grandes); 35 empresas médias nacionais (100 a 999 funcionários); e 35 médias multinacionais (100 a 999 funcionários).
Criada em 1997, a partir de um estudo do jornalista americano Robert Levering, que escreveu o livro The 100 Best Companies to Work for in America, a pesquisa GPTW é aplicada hoje em 170 países. Ao longo de seus 28 anos de existência, o levantamento tem mostrado que a atenção às relações de trabalho traz maior produtividade e engajamento da equipe, mais facilidade para atrair e reter talentos e aumento do potencial criativo dos funcionários - com maior participação em processos de inovação.
Confira a seguir um retrato detalhado das 20 melhores empresas para trabalhar no Brasil com mais de 10 mil funcionários no Brasil.
AS VENCEDORAS - GIGANTES
Quando o funcionário também é dono
Sicredi é uma instituição financeira que trabalha no modelo de cooperativa. Todos os seus 8 milhões de associados recebem uma cota de participação, ou seja, também são donos da empresa. Nesse contexto, vale explicar que os 45 mil colaboradores da empresa também são associados. “Todos nós somos donos do Sicredi, e isso ajuda a definir nossa relação com o trabalho”, diz Daniele Schmidt, diretora de Gestão de Pessoas e Cultura. Para a executiva, o fato de o funcionário também ser um associado é interessante. “Como associados, enxergamos a importância dos produtos. Como colaboradores, nossa função é apresentá-los a quem precisa deles. Isso reforça a cultura da empresa, que busca levar prosperidade à sociedade”, afirma Schmidt. O simples fato de o Sicredi se estabelecer em uma cidade gera 6% de novos empregos e 5,6% de incremento no PIB local. Isso é motivo de orgulho para quem trabalha lá – nesta edição do GPTW, quase 92% dos colaboradores fizeram questão de responder ao questionário de avaliação. A empresa ainda oferece benefícios como apoio psicológico, nutricional e jurídico, educação financeira, telemedicina e subsídio a medicamentos.
Comprometimento e foco em novos negócios
Quando foi fundada em Douradina, interior do Paraná, em 1966, ninguém poderia imaginar que a Gazin se tornaria uma das principais varejistas do Brasil. Seis décadas depois, a empresa tem 360 lojas, 10 fábricas e 11 mil funcionários diretos, distribuídos por sete estados. O senso de oportunidade e o engajamento dos colaboradores foram os principais propulsores desse crescimento, de acordo com Gilmar Alves de Oliveira, CEO da Gazin. O negócio que começou com uma loja de móveis e eletrodomésticos diversificou não apenas os produtos oferecidos como também as frentes de atuação. “Hoje, além do varejo, temos atacado, indústria, e-commerce, banco, seguradora, consórcio, agência de viagem”, diz Oliveira. Os colaboradores sabem que, ao abraçarem projetos, serão recompensados. “Todos recebem 14º salário, que é a distribuição de lucros. Quem cuida do jardim ganha o mesmo que o presidente”, informa Oliveira. No ano passado, todos receberam R$ 4.529. A cultura da Gazin, diz o executivo, valoriza o crescimento dos funcionários. “Estou aqui há 30 anos. Entrei com 17, como vendedor de loja. Como eu, há vários colaboradores que foram se qualificando e construíram uma carreira de sucesso.”
A busca pela representatividade
Vivo se define como uma empresa de tecnologia que quer “digitalizar para aproximar”. “Para atingir seus objetivos, a companhia pretende se tornar uma marca cada vez mais baseada na agenda ESG [ambiental, social e de governança]”, diz Fernando Luciano, VP de Pessoas. O executivo afirma que tudo começa pelos pilares da diversidade e da inovação. “Cultivamos um ambiente livre de preconceitos para que nossos 34 mil colaboradores desenvolvam todo o seu potencial”, afirma. Desde 2018, a empresa promove o Vivo Diversidade, programa pautado em inclusão de gênero, LGBTQI+, raça, pessoas com deficiência e 50+. Hoje, a companhia tem 42,8% de colaboradores negros, sendo 33,3% em cargos de liderança. Para acelerar a representatividade, os programas de trainee, de estágio e Jovem Aprendiz destinam 50% das vagas a pessoas negras. Hoje, mulheres ocupam 38,2% das posições de liderança. Para ampliar essa participação, existem programas de formação e desenvolvimento de liderança para elas. A Vivo também incentiva os colaboradores a mudar de área dentro da empresa. “Queremos dar oportunidades iguais para todos”, diz Luciano.