A ArcelorMittal foi a grande vencedora da 13ª edição do anuário Época NEGÓCIOS 360º. O prêmio foi anunciado durante cerimônia realizada nesta segunda-feira (04/11), na Villa Bisutti Cardoso de Melo, na capital paulista, diante de uma plateia formada por CEOs e executivos das maiores empresas do país.
O anuário 360º avaliou 420 empresas com faturamento de ao menos R$ 250 milhões em 2023. Além da Empresa do Ano, também foram escolhidas as melhores companhias em 24 setores e nos 6 principais desafios de gestão das organizações: Inovação, Visão de Futuro, Desempenho Financeiro, ESG/Governança, ESG/Socioambiental e Pessoas. Coube à Fundação Dom Cabral, parceira de Época NEGÓCIOS no anuário, formular a metodologia.
Além de ser eleita a Empresa do Ano, a ArcelorMittal também foi a campeã do setor de Mineração e Siderurgia no anuário 360º. Formada em 2006 a partir da megafusão entre o grupo Arcelor e a indiana Mittal Steel, a companhia tem unidades industriais em 15 países, clientes em 140, e 127 mil funcionários. No Brasil, conta com fábricas em oito estados e duas minas de ferro em Minas Gerais. Atende principalmente as indústrias automobilística, de eletrodomésticos, construção civil, óleo e gás e máquinas e equipamentos.
Em 2023, a companhia teve receita líquida de R$ 69,8 bilhões, um pequeno recuo de 2,6% em relação a 2022, atribuído à concorrência da China. Também no ano passado, a ArcelorMittal concluiu uma etapa decisiva na sua história: a compra da Companhia Siderúrgica de Pecém, no Ceará, por R$ 11,2 bilhões.
É o apogeu de um ciclo de investimentos de R$ 25 bilhões iniciado em 2022, a se completar em 2026, com ampliação do potencial produtivo e extensos investimentos em sustentabilidade. Um traço importante, pois a siderurgia, como se sabe, é um dos setores com mais desafios ambientais – responde por 7% a 9% das emissões totais de gases de efeito estufa.
Pecém trouxe para a ArcelorMittal uma capacidade extra de produção de 3 milhões de toneladas de aço. Quando se completarem os aportes previstos, o volume pode chegar a 5 milhões. Com a ampliação, a empresa vendeu, em 2023, 14,4 milhões de toneladas na América Latina, acréscimo de 16,5% em comparação com o ano anterior.
“É uma planta extremamente produtiva, que baixou os nossos custos com alta qualidade”, diz Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração América Latina. Segundo ele, a aquisição da Pecém traz três vantagens estratégicas. A primeira é o fato de ser “muito bem localizada para exportações”. Algo fundamental, pois as exportações da ArcelorMittal respondem hoje por 40% dos seus negócios.
Segunda vantagem: aumentar, com investimentos no Nordeste, o potencial de produção de laminados planos e longos no Brasil. “Nós acreditamos no crescimento sustentável do país e estamos muito bem preparados para manter a liderança aqui”, afirma o presidente. O terceiro fator estratégico torna a compra da Pecém ainda mais interessante: a unidade vai usar “energia verde, limpa, renovável”, por se localizar em região fortemente propícia para a geração de energia eólica. “Estamos em negociações com outras empresas para fabricar também hidrogênio verde”, afirma De Paula.
A premiação
Quem abriu a cerimônia foi Maria Fernanda Delmas, diretora de redação do Valor Econômico e Marcas Segmentadas de Economia e Negócios da Editora Globo. Segundo ela, nestes novos tempos, com eventos climáticos extremos e o avanço das tecnologias como a inteligência artificial generativa, “apenas uma empresa que construiu fundações, uma base sólida, uma prática verdadeira, consistente no tempo, é capaz de ser agente protagonista”. “Os negócios de vocês, empresas premiadas hoje, são parte direta nessa história. Sofrem as mudanças, mas, antes de tudo, são agentes com grande responsabilidade para fazer essa transformação”, afirmou.
Depois, foi a vez de Heiko Spitzeck, diretor do Núcleo Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, falar um pouco mais sobre a pesquisa realizada neste ano e a escolha das melhores empresas do Época NEGÓCIOS 360º. “Os dados de 2023 mostram uma forte onda ESG”, disse o professor.
Na sequência, foi apresentado um vídeo gravado especialmente para o 360º por Ian Beacraft, CEO da Signal & Cipher e especialista no uso de IA nas empresas. Ele falou sobre os desafios da implementação da IA nas empresas. Segundo o consultor, é absolutamente necessário que os CEOs se envolvam diretamente nesse processo. "Isso é criticamente importante porque 87% das iniciativas de IA falham. A única maneira de mudarmos isso é fazer com que a liderança, começando do topo, comece a entender as nuances dessa tecnologia.”
A inteligência artificial continuou em pauta no painel que reuniu Guilherme Horn, autor do best-seller "O Mindset da Inovação", fundador da Ágora e da Órama e head do WhatsApp no Brasil, e Dora Kaufman, professora de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC -SP e autora dos livros "A Inteligência Artificial Irá Suplantar a Inteligência Humana?" e "Desmistificando a Inteligência Artificial".
Após o painel, foi dado o início à premiação das empresas com melhor desempenho na pesquisa Época NEGÓCIOS 360º em 2024. A entrega dos troféus foi realizada em três blocos: as melhores em 24 setores, as vencedoras de cada desafio e, por fim, a Empresa do Ano.
No anuário Época NEGÓCIOS 360º, o ranking das melhores empresas é acompanhado por um balanço com as 500 maiores companhias do Brasil por receita líquida, os 100 maiores bancos por ativos totais, as 50 maiores seguradoras por prêmios emitidos líquidos e as 100 maiores companhias abertas por valor de mercado. O anuário completo estará disponível no dia 5 de novembro, nas bancas e no Globo Mais.