A CPFL Energia quer reduzir a quantidade de carros e caminhões a combustão em sua frota, em linha com suas metas ESG. Desde maio de 2021, a empresa está substituindo sua frota convencional por modelos elétricos em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A expectativa é que 100% dos veículos da cidade sejam eletrificados até dezembro deste ano.
Já foram investidos na cidade aproximadamente R$ 20 milhões, o que incluiu também não somente a implementação de veículos e eletropostos, mas também o desenvolvimento de equipamentos específicos, como carro com escada contendo cesto aéreo para que os eletricistas consigam acessar a rede de energia.
Em pouco mais de três anos de projeto no interior paulista, a empresa calcula ter evitado a emissão de mais de 300 toneladas de CO2 e reduzido, em média, 60% do custo de operação. Segundo a companhia, os veículos elétricos gastam menos com combustível e também com manutenção.
“Ainda temos o desafio de ampliar a oferta de opções [de veículos] no mercado que respeitem os requisitos técnicos para a operação e mitigar a diferença de preço para aquisição dos veículos elétricos em relação aos tradicionais”, avalia Bruno Monte, diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia.
De acordo com o executivo, Indaiatuba foi escolhida como piloto por sua localização estratégica, infraestrutura e proximidade com os grandes polos tecnológicos e rede de manutenção especializada para os veículos elétricos.
O desenvolvimento do projeto foi criado internamente, por meio do Laboratório de Mobilidade Elétrica, espaço em que os profissionais colheram informações sobre o setor de transporte, sobre Indaiatuba e sobre tecnologia. A CPFL recebeu apoio de instituições de pesquisa e empresas parceiras, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Cimatec), a Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Siemens.
A frota operacional da cidade conta atualmente com 8 caminhões e 13 automóveis leves, além de 16 eletropostos. Esses veículos, segundo o executivo, realizam serviços técnicos e atendimentos emergenciais à população, adaptados com escada ou cesto aéreo.
Eletrificação no Brasil
A companhia, que é a segunda maior distribuidora de energia do país, começou a investir em projetos e pesquisas de soluções de eletrificação da frota desde 2007, por meio de um programa da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Até o final deste ano, a empresa estima que terão sido investidos mais de R$ 100 milhões em projetos para fomentar a mobilidade elétrica no Brasil.
A empresa também planeja eletrificar a frota de São Paulo e do Rio Grande do Sul em, pelo menos, 15% até 2030. “Nosso compromisso público do Plano ESG foi atualizado em 2024. Existe hoje em andamento a implementação do Corredor Verde, que prevê a inserção de mais veículos elétricos operacionais em cidades estratégicas, além da continuidade do estudo de eletrificação de frotas em outras cidades da concessão”, diz o diretor.