Inovação de Resultado


Estevan Sartoreli, cofundador e co-CEO da Dengo — Foto: Divulgação
Estevan Sartoreli, cofundador e co-CEO da Dengo — Foto: Divulgação

Durante dois anos, a marca nacional de chocolates artesanais Dengo pesquisou como suas embalagens poderiam ser menos agressivas ao meio ambiente e contribuir com as metas de sustentabilidade traçadas até 2030, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Uma equipe de sete profissionais, em parceria com os fornecedores, testou 19 bobinas de diversos tipos de papel, verniz e faixas de alumínio. Em fevereiro deste ano, a chocolateria lançou a primeira trufa zero plástico do mercado, embalada com papel kraft monolúcido branco e faixa de alumínio em seu interior.

Segundo Estevan Sartoreli, cofundador e co-CEO da Dengo, o maior desafio dos profissionais foi criar uma embalagem que não rasgasse quando o cliente abrisse a trufa, uma vez que o papel tem menos elasticidade que o plástico. Além disso, o papel é absorvente e, em contato com a gordura vegetal do chocolate, cria manchas em sua superfície, o que prejudica sua estética e gera questões de ordem sanitária.

“Estamos 91% livres de plástico. Temos, então, os 9% residuais nas embalagens que vamos focar em tirar nos próximos anos, mas isso é cada vez mais difícil, porque há restrições técnicas ou alimentares”, explica Sartoreli.

Primeira trufa zero plástico do mercado, lançada pela Dengo — Foto: Divulgação
Primeira trufa zero plástico do mercado, lançada pela Dengo — Foto: Divulgação

Em um mercado bastante disputado no país, o investimento em ESG gera valor agregado e diferenciais competitivos à chocolateria, mas tem um custo.

Para inserir os embrulhos na linha de produção, Sartoreli afirma que teve de desacelerar o tempo de fabricação das trufas para o material não rasgar. O processo, como um todo, passou a ser ainda mais artesanal. Além disso, a embalagem sustentável tem um custo mais elevado – gerando uma perda de 0,5% na margem de lucro da Dengo.

Apesar das despesas, a Dengo quer continuar nesse caminho e reduzir o índice de plástico por chocolate até 2030 para 10%. Hoje, esse valor está em 14%.

Entre os projetos, está o de estimular a venda a granel – que hoje corresponde a 30% do chocolate comercializado nas lojas. “Esse modelo exige menos embalagem e é mais barato do que os produtos vendidos individualmente, o que é bom para o planeta e para o bolso do consumidor”, destaca o executivo.

Vale destacar que o Brasil é o sexto maior produtor de cacau do mundo. Em 2023, o país produziu 805 mil toneladas de chocolate e doces feitos a partir das amêndoas de cacau que podem ganhar outras misturas, como leite, castanhas e gorduras, entre outras, movimentando R$ 25 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). O volume registrado no ano passado foi 6% maior do que o de 2022.

Investimento em nova fábrica

A Dengo anunciou em abril um investimento de R$ 100 milhões para ampliar sua unidade fabril localizada em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. A instalação aumentará a capacidade de produção da marca em 500%, permitindo fabricar até 24 toneladas de chocolate por dia.

O aporte é destinado à produção de chocolates sem aditivos, num conceito conhecido como bean to bar. O espaço também vai servir como um centro de distribuição estratégico para todo o Brasil. As operações devem começar em 2025.

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