As perspectivas para os próximos anos em relação à sociedade em todo o planeta são bastante preocupantes. O que podemos fazer para reverter essa situação, isto é, crescimento econômico como único vetor, exploração natural sem precedentes e condições climáticas desafiadoras? Ao observarmos a vida cotidiana, é evidente que precisamos repensar profundamente nosso estilo de vida.
O acúmulo de dias sem chuva, as temperaturas extremas, as queimadas exacerbadas, os furacões sem precedentes em território americano e doenças virais na África são apenas alguns dos muitos desafios que enfrentamos, por exemplo.
Esses problemas não podem ser vistos como exclusivamente responsabilidade do governo; essa visão é simplista e insuficiente. A necessidade em criar regras está latente, abrangendo a revisão dos modelos econômicos, a promoção de investimentos em educação e um melhor aproveitamento dos recursos naturais. Além disso, é urgente reconsiderar o crime ambiental em andamento e o risco iminente de não conseguirmos reverter os desafios climáticos que nos cercam.
Nos últimos anos, diversos institutos internacionais de pesquisa têm alertado sobre a necessidade de repensar a forma como vivemos em nosso único planeta. O consumo exacerbado em países do hemisfério norte, aliado a tecnologias de produção e transporte altamente poluentes, tem gerado impactos sérios no clima. Exemplos de iniciativas bem-sucedidas, como o replantio de árvores em comunidades, demonstram que pequenas ações podem gerar grandes resultados e promover a conscientização ambiental.
Contudo, no curto prazo, enfrentamos o risco para a propagação de novas doenças semelhantes à COVID-19, a escassez de água potável e o aumento do custo de vida, que tornam diversas regiões do planeta incapazes de equilibrar seus orçamentos públicos e uma vida minimamente digna. Esses fatores somados indicam que estamos caminhando lentamente em direção a uma destruição criativa coletiva.
Diante desses desafios, é necessário um acordo coletivo para repensar caminhos mais inovadores e sustentáveis. A educação deve ir além das disciplinas tradicionais, incorporando valores que promovam o respeito ao nosso planeta, que clama por cuidado.
A agenda da inovação deve incluir a reavaliação dos modelos econômicos e o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, que não apenas atendam às necessidades atuais, mas também preservem o futuro. Neste caso, o Brasil poderia ser um líder global, como da época da criação da Embrapa para o agronegócio. Por que não pensar em algo semelhante para o clima?
A responsabilidade deve ser de todos nós, pois a continuidade da nossa sociedade depende das ações que tomamos agora. O tempo avança rapidamente, e precisamos agir antes que seja tarde demais. Juntos, podemos construir um futuro mais equilibrado e saudável para as próximas gerações, transformando desafios em oportunidades de crescimento e renovação.
Hugo Ferreira Braga Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC, conselheiro de empresas e coordenador de estudos com WEF, IMD e PwC