Carreira
Futuro dos escritórios, segundo a Caterpillar: integração e espaços compartilhados
Odair Renosto, presidente da empresa no Brasil, acredita que os espaços físicos têm um papel importante para a cultura das empresas
2 min de leituraQuando a pandemia da covid-19 atingiu o país, a Caterpillar já tinha uma ideia do que esperar do home office. O modelo estava presente, em pequena escala, na rotina da áreas administrativas. E a empresa tinha na manga um plano piloto para atuar remotamente. Mas, assim com a maioria das companhias, teve de lidar com desafios e surpresas em mais de um ano de crise sanitária.
A experiência, segundo Odair Renosto, presidente da Caterpillar no Brasil, foi positiva. "Evoluímos alguns anos em um ano", define ele. Além de garantir mais segurança a quem atuava nos escritórios, o home office permitiu esvaziar espaços compartilhados com as áreas operacionais, que tiveram de manter o trabalho presencial.
Fabricante de equipamentos para a construção civil, a companhia ainda não tem planos definidos para os próximos meses – a decisão envolve, além da liderança brasileira, a operação global da Caterpillar. A filial dos Estados Unidos voltará gradualmente aos escritórios a partir de julho, o que deve trazer aprendizados e influenciar os projetos nos demais países.
Mas o executivo tem alguns palpites do que vem pela frente, para a empresa e para boa parte do mercado. O principal é que o aprendizado do último ano não reflete a situação futura. "Trabalho remoto numa pandemia é uma coisa, ficar para sempre é outra", diz. O próprio modelo híbrido traz algumas dúvidas, segundo ele. "Em uma reunião mista, quem está participando remotamente tende a se sentir um pouco excluído."
Para Renosto, a tendência é a de que empresas expandam a utilização do home office, mas ainda concentrem atividades nos escritórios. A integração de funcionários é um exemplo. "Se um funcionário novo não tem convivência, ele não consegue absorver a cultura da empresa", diz. O nível de adesão também depende do ramo de atuação da companhia. Na Caterpillar, segundo ele, as fábricas dependem dos setores administrativos. "Vamos seguir a decisão global, mas não vejo o trabalho 100% remoto sendo mantido para sempre", avalia.
O executivo também aposta em mudanças na configuração dos espaços. A companhia aproveitou o período de home office para reformar seus escritórios. "Não temos mais espaços dedicados com armários e espaços para cada um. Eles vão estar disponíveis para compartilhamento. Vamos ter de aprender com essas novas dinâmicas."
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