Política
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Por — Rio de Janeiro

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas suspeitas de participar de uma trama golpista envolvendo as eleições presidenciais de 2022, quando o então titular do Palácio do Planalto foi derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva. Este foi o terceiro indiciamento de Bolsonaro após deixar a Presidência.

O GLOBO reuniu informações sobre atividades investigadas de todos os alvos da PF, incluindo o ex-presidente, a quem foram atribuídos os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático e de golpe de Estado.

Veja no infográfico a seguir:

Os seis núcleos investigados:

A PF afirmou que "as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas", o que levou à "constatação da existência" de seis grupos:

  • a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
  • b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
  • c) Núcleo Jurídico;
  • d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
  • e) Núcleo de Inteligência Paralela;
  • f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

Parte dos investigados atuou nos esforços para elaborar a fundamentação jurídica da minuta golpista que seria usada para decretar a prisão de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outra ala atuou como "uma inteligência paralela” de Bolsonaro. Seu objetivo era monitorar os passos de desafetos do ex-presidente e garantir sua captura e detenção quando o plano tivesse êxito. Um dos monitorados foi Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Outra frente investigada pela Polícia Federal é formada por militares de alta patente, entre eles o ex-ministro Walter Braga Netto. O objetivo do grupo era conquistar a adesão de membros das Forças Armadas ao plano para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas urnas, em 2022.

Em determinado momento, militares aliados do ex-presidente passaram também a pressionar e fazer ataques pessoais a colegas de caserna resistentes a aderir ao movimento golpista.

Em paralelo, segundo os investigadores, aliados de Bolsonaro buscaram, sem sucesso, fragilidades nas urnas eletrônicas e atuaram para difundir desinformação sobre o processo eleitoral e a Corte Eleitoral. O objetivo era criar o "ambiente propício” para a execução do golpe.

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