Política
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A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirando o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas cita a existência de seis núcleos na trama golpista e os participantes.

COMO FUNCIONAVA CADA NÚCLEO

Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos: Utilizavam a alta patente militar que tinham para agir a fim de influenciar e incitar apoio aos demais núcleos, endossando ações e medidas que poderiam ser adotadas para consumação do golpe de Estado.

Núcleo de inteligência paralela: Coletavam dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente Bolsonaro na consumação do golpe de Estado. Monitoravam o itinerário, deslocamento e localização do ministro Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado.

Núcleo operacional de apoio às ações golpistas: Em interlocução com Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, atuava em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília.

Núcleo jurídico: Assessorava e elaborava minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.

Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado: Fazia ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a "audiência" militar.

Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral: Atuava na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações das Forças Armadas no intuito de criar o ambiente propício para o golpe

SIGILO RETIRADO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal do inquérito que apura a trama golpista para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que indiciou 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão também retira o sigilo do documento.

O envio à Procuradoria ocorre após o ministro do Supremo, que é o relator da investigação, analisar o documento com mais de 800 páginas. Com o encaminhamento ao Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, passa a analisar o material para elaborar a sua manifestação sobre uma eventual denúncia contra os investigados, arquivamento do caso ou pedido de novas diligências.

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