Contra a inocência do conceito

um chamado à civilização das ideias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48075/rt.v18i3.34255

Palavras-chave:

Conceito, Complexidade, Edgar Morin, GRECOM

Resumo

Embora seja um instrumento bastante útil e amplamente utilizado pelas ciências, a formulação de um conceito não está livre de deturpações políticas, sociais e epistemológicas. Exatamente por isso, não pode ser tratado como algo trivial ou suficientemente consolidado para não ser questionado, pois, uma vez tratado como algo intocável, o conceito pode se tornar um meio pelo qual cientistas e formadores de opinião se fecham em torno de círculos corporativos que os afastam do grande público e o cegam em relação aos autoenganos produzidos pela própria prática científica. Afastados do grande público, não coparticipam da sua vida. Não coparticiparem, expõem as pessoas às armadilhas dos negacionismos e dos fundamentalismos. Levando isso em consideração, foi que este artigo foi pensado como um anúncio das limitações que envolvem o ato de conceituar e um lembrete de que nossas práticas científicas sempre estarão aquém da realidade, com base no Pensamento Complexo arquitetado por Edgar Morin. O objetivo do trabalho é reafirmar a importância de religar os saberes e provocar debates nas várias áreas do conhecimento sobre suas práticas consagradas pelo tempo e pelo campo científico, dado que uma disciplina apenas não é suficiente para falar tudo sobre o que se debruça. Para demonstrar isso, o trabalho faz uso de uma reflexão qualitativa e bibliográfica dos referenciais teóricos que balizam o Pensamento Complexo, ao descrever detalhes de vivências do Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), para que essas vivências sejam tratadas como exemplos concretos daquilo que é tratado bibliograficamente.

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Biografia do Autor

Maria da Conceição Xavier de Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Doutora em Ciências Sociais (Antropologia) pela PUCSP. Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atuando junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Fundadora e coordenadora do Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM), primeiro ponto brasileiro da Cátedra itinerante Unesco “Edgar Morin” na UFRN e Membro da Association pour la Pensée Complexe, Paris. 

Paulo Sérgio Raposo da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), possui graduação em Ciências da Religião pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2018) e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2022). Tem experiência na área de Filosofia das Ciências e da Religião, atuando principalmente nos seguintes temas: Ciências da Religião aplicadas, monoteísmos e ateísmo, complexidade, crítica cultural, politização do pensamento, ética e política, limites e alcances dos saberes científicos. Atualmente, além de fazer parte das comissões editoriais da Plura, Revista de Estudos de Religião da Associação Brasileira para Pesquisa e História das Religiões (ABHR), e do periódico Versos, Anversos Antiversos (ISSN 2675-4975), como editor-assistente, compõe o Grupo de Estudos da Complexidade (GRECOM/UFRN), como pesquisador.

Referências

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Publicado

28-11-2024

Como Citar

ALMEIDA, M. da C. X. de; RAPOSO DA SILVA, P. S. Contra a inocência do conceito: um chamado à civilização das ideias. Travessias, Cascavel, v. 18, n. 3, p. e34255, 2024. DOI: 10.48075/rt.v18i3.34255. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/34255. Acesso em: 15 jan. 2025.

Edição

Seção

EDUCAÇÃO