Quase cinco anos depois da pandemia de Covid-19, 60 milhões de brasileiros já testaram positivo para a doença - o que equivale a mais de 28% da população. Das pessoas que já foram contaminadas com o vírus, 18,9% ainda sentem os sintomas da chamada “Covid longa”. A ansiedade é a condição que os pacientes mais relatam no pós-Covid, seguido do cansaço, dificuldade de concentração e perda da memória. Os dados são da pesquisa Epicovid 2.0, divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (18). O estudo mostra que 90,2% das pessoas entrevistadas se vacinaram com, pelo menos, uma dose e 84,6% completaram o esquema com duas doses. A região com maior taxa de imunização foi a região Sudeste. Entre as pessoas que mais se vacinaram, estão idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda. Os dados também revelam os impactos da doença. Cerca de 15% dos entrevistados registraram morte de um familiar devido à Covid-19. E, no aspecto econômico, 34% das pessoas perderam o emprego durante a pandemia. Mesmo as pessoas que conseguiram manter o trabalho, 48% disseram ter tido redução na renda e 47% relataram que não tinham a garantia de se alimentar diariamente. O coordenador do estudo, Pedro Hallal, disse que o impacto foi ainda maior nas pessoas mais pobres. "Todos os desfechos, todos os impactos, exceto morte de familiar, foram mais frequentes nas famílias mais pobres. Ou seja, nós tivemos uma pandemia que afetou mais as pessoas que já eram mais vulneráveis, que já tinham mais dificuldade de acesso ao serviço de saúde. Essas foram as famílias que tiveram mais prejuízo durante o momento da pandemia", declarou. A região Norte registrou mais casos de Covid-19, mas a com mais relato de hospitalização foi a região Nordeste, seguida do Centro-Oeste. Em relação à vacinação, 27,3% da população diz ter desconfiança em relação ao imunizante. Entre aqueles que não se vacinaram, 32,4% dos entrevistados disseram não acreditar na vacina e 0,5% sequer acreditam na existência do vírus. Outros 31% relataram que a vacina poderia fazer mal à saúde. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância do estudo e citou o investimento da pasta para a realização da pesquisa. "Se trata do maior estudo de base populacional sobre a Covid-19 no Brasil, envolvendo um conjunto de pesquisadores e várias instituições, conforme já foi anunciado aqui. Foi um investimento de mais de R$ 8 milhões e o Ministério da Saúde vê a importância disso. Sempre manteremos essa linha do apoio aos estudos", reforçou. O levantamento foi feito em 133 cidades brasileiras, com uma amostra de 33.250 entrevistas, e avaliou o impacto da pandemia sobre a população brasileira. Mais recente Próxima Dia D de mobilização contra a dengue acontece em todo o país neste sábado (14)