Forças rebeldes tomaram o controle de Damasco, capital da Síria, neste domingo, forçando o presidente Bashar Al-Assad a fugir do país após 24 anos no poder. O ditador, que recebeu asilo político da Rússia, ordenou uma transição pacífica. Em apenas dez dias, a ofensiva rebelde tomou o controle de Damasco, capital da Síria, e depôs o presidente Bashar Al-Assad, que estava no poder há 24 anos. Os guerrilheiros não encontraram resistência ao tomar o palácio presidencial. Nas ruas, derrubaram monumentos em homenagem ao regime e libertaram prisioneiros. O ditador deposto recebeu asilo político do governo russo e está em Moscou com a família, de acordo com agências de notícias da Rússia. Assad, que estava no poder há 24 anos, ordenou uma transição pacífica no governo ao fugir da Síria. Numa mesquita em Damasco, o líder do grupo rebelde HTS, Abu Mohammed al-Golani, discursou para uma multidão e disse que a fuga de Assad foi uma vitória para a nação islâmica. Ele dedicou a vitória aos mártires da guerra civil que em 13 anos deixou meio milhão de mortos e forçou fuga de milhões de pessoas. Em São Paulo, cerca de 200 refugiados se reuniram para comemorar a queda de Assad em frente ao consulado sírio, na Avenida Paulista. Zaher Jamal Bakri, que está no Brasil há oito anos, disse que passou a noite em claro conversando com parentes que fugiram para outros países, enquanto aguardavam pela notícia da deposição do presidente. "Nem conseguimos dormir porque a gente ficou querendo saber o que estava acontecendo na síria. Então quando foi confirmada, foi uma alegria e uma vitória. Depois de 13 anos de guerra cada família acabou perdendo um filho, um, irmão, um primo, um sobrinho. Eu perdi meu irmão através dessa guerra, quem matou ele foi o exército de Bashar Al-Assad. Então hoje estou feliz porque diminuiu um pouco a dor que a gente tinha da morte do meu irmão" O sacerdote Mohamad Al Bukai, da Mesquita Brasil, disse que a comunidade síria está em clima de festa, conforme familiares que moram em Damasco contaram pra ele. O líder da oposição na Síria, Hadi Al-Bara, declarou à agência Reuters que o país deve passar por um período de transição de 18 meses até a realização de eleições livres. Para especialistas, a queda de Assad após cinco décadas do governo da família é resultado do enfraquecimento do grupo extremista Hezbollah, em conflito com Israel, e da perda de apoio militar da Rússia, que está concentrando recursos na guerra com a Ucrânia. Em entrevista à CBN, o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro Fernando Brancoli também citou fatores internos, como o aumento na inflação, o desemprego e a repressão à população. O especialista pondera que as forças rebeldes que tomaram o poder tiveram relações com a Al-Qaeda. Ele alertou para o risco de um novo regime com influência religiosa: O ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota defendendo solução pacífica para o conflito e orientando brasileiros que deixem o país até o retorno da normalidade. Atualmente, cerca de 3.500 brasileiros vivem na Síria. Mais recente Próxima Bashar al-Assad está em Moscou e recebeu asilo político do governo russo