Meio Ambiente
Por — São Paulo

O Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia, afirmou que 2024 deve ser o ano mais quente já visto no planeta. De acordo com o observatório, novembro de 2024 foi o segundo mais quente da história, com temperatura média de 14,1 ºC. Esse valor está 0,73 ºC acima da média dos anos 1991 a 2020.

Em entrevista ao Estúdio CBN, Carlos Rittl, diretor de políticas públicas para florestas e mudanças climáticas da Wildlife Conservation Society, comenta os dados divulgados pelo Copernicus.

'O mais importante da gente estar discutindo o que significa mais um ano de recorde do aquecimento global é exatamente o efeito para a vida das pessoas, para o nosso dia-a-dia. De que forma a nossa qualidade de vida está sendo afetada, de que forma que a economia das famílias está sendo afetada. Principalmente de que forma a gente está aumentando o risco à vida da população de baixa renda, que vive em áreas de risco.'

Entre os números levantados pelo observatório, há a informação de que novembro de 2024 foi o 16º mês, em um período de 17 meses, em que a temperatura média global da superfície do ar superou 1,5°C de diferença em relação aos níveis pré-industriais.

Rittl explica que isso demonstra uma quantidade absurda de energia na superfície da Terra armazenada em função da camada crescente e cada vez mais extensa de gases do efeito estufa.

Balanço da COP-29

Durante a COP-29, realizada em Baku no Azerbaijão, foi divulgada uma nova proposta financiamento para ações contra a crise climática. A ideia é ajudar países em desenvolvimento contra a crise climática.

O texto prevê um fundo anual de pelo menos 1,3 trilhão de dólares até 2035. O acordo também estabelece que a contribuição das nações ricas será de até 250 bilhões de dólares por ano.

Contudo, para o especialista a medida não é tão positiva.

'Boa parte do recurso oferecido por países desenvolvidos para o países em desenvolvimento, para sua ação climática, ou seja, para eles se desenvolverem sem aumentar suas emissões ou se adaptarem a um clima cada vez mais hostil vieram na forma de empréstimos. Ou seja, países em desenvolvimento, pobres, com pouca capacidade de ação se endividando para lidar com o problema que eles não criaram.'

Ouça a entrevista completa.

Mais recente Próxima COP29: países concordam em US$ 300 bilhões para financiar combate às mudanças climáticas