Militares presos por tentativa de golpe receberão jantar especial na noite de natal

No cardápio tem carne natalina e itens típicos desse período do ano. A comida é a mesma servida para a tropa de plantão no quartel. Visitas de familiares vão ocorrer durante a tarde. Os presos estão alojados em quartos com 20 metros quadrados que possuem janela, cama, frigobar e televisão. O espaço ainda tem grade nas janelas e ar-condicionado

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Ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Walter Braga Netto Alan Santos/PR
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Os militares presos por tentativa de golpe de estado, que estão em quartéis do Exército de Brasília e do Rio de Janeiro, vão receber um jantar especial na noite de Natal. Está prevista uma alimentação semelhante à ceia, com os mesmos itens que são servidos para a tropa que está no plantão.

Serão servidos os seguintes itens: salpicão, salada tropical, arroz branco, feijão tropeiro, purê, peru e maminha recheada. A sobremesa será pudim de leite e as bebidas serão suco e refrigerante.

Os militares que tiveram autorização de receber visita de famílias vão poder ainda ver os parentes na véspera do Natal e do Ano-Novo. A visitação vai ocorrer na tarde de 24 e 31 de dezembro, conforme previsão das Normas Administrativas para Prisão Especial.

Em Brasília o espaço onde os militares estão é um quarto que possui aproximadamente 20 metros quadrados, no Setor Militar Urbano, e que conta com cama, mesa, cadeira, armário, frigobar e televisão. Essa é a estrutura padrão para prisões especiais. Os quartos ainda têm janela com grades e ar-condicionado. A vigilância é feita 24 horas por dia por guardas do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.

Na sede militar do Rio de Janeiro está o general 4 estrelas, Walter Braga Netto. Em Brasília estão o general Mário Fernandes, que faz parte do chamado Kids Pretos, a força especial do Exército, além do major Rodrigo Bezerra de Azevedo, do também major Rafael Martins de Oliveira e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima. O professor de História do Brasil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), Carlos Fico, diz que historicamente os militares têm um comportamento intervencionista, que começou com a Proclamação da República.

"O que acontece é que a partir de um certo momento, sobretudo no final da Guerra do Paraguai, no século 19, houve a instituição de uma crise quase que permanente entre os civis e militares. Eles voltaram da guerra muito descontentes e isso levou uma série de crises que culminariam na Proclamação da República e, no alto entendimento dos militares, eles seriam os tutores, ou seja, os responsáveis pela república e a Proclamação da República, em 1889, foi o primeiro golpe militar (a deposição do imperador João Pedro II). A partir de então houve muitas iniciativas militares intervencionistas e isso tem sido uma marca da fragilidade institucional da democracia brasileira que não se resolveu desde a ditadura militar. Portanto, na história política brasileira existe a tradição dessa marca de intervencionismo militar muito grande que ainda não se resolveu", explica.

Os advogados dos militares pediram ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, a liberdade dos envolvidos, mas ele ainda não deu resposta. A Procuradoria-Geral da República, no entanto, foi contra a liberação de Braga Netto. As defesas dos militares negam as acusações de tentativa de golpe de estado.

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