O governador do Rio, Cláudio Castro, avaliou de forma positiva a Cúpula do G20 no Rio e disse que a reunião reforça que o Rio está preparado para receber qualquer tipo de evento internacional. No entanto, fez críticas ao governo federal e disse que a dívida do Rio com a União é um fator que fomenta a pobreza e da falta de desenvolvimento.
As declarações foram dadas no evento ‘G20 no Brasil’, promovido pela Rádio CBN e pelos jornais O GLOBO e Valor Econômico nesta quarta-feira (20).
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O governador afirmou que a dívida do Rio com a União começou em 1997 em R$ 20 bilhões. Desde então, mais de R$ 120 bilhões foram pagos e o estado ainda deve cerca de R$ 200 bilhões, por causa dos juros cobrados.
Castro afirmou que as taxas usadas pela União são impagáveis e que, se o Brasil cobrasse do Rio os mesmos indexadores que cobra de outros países, a dívida já estaria paga.
“Dos quatro estados que mais mandam dinheiro para a União, três estão no regime de recuperação fiscal, tem dívidas impagáveis, com indexadores impagáveis, e isso é sim um fomentador da pobreza, da fome, da falta de desenvolvimento. Nós temos que discutir, e quem dera se o Brasil fosse generoso com os entes subnacionais como é com entes internacionais. Se os indexadores que o Rio de Janeiro pagou de 97 para cá fosse os mesmos que países africanos e sul-americanos pagam para o Brasil, a nossa dívida estaria quitada hoje”, afirmou.
O governador ainda afirmou que o presidente Lula, que presidiu o G20, perdeu uma oportunidade de conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a venda e entrada de armas no país. Castro pontuou que 90% dos fuzis apreendidos no Rio vêm dos EUA e entram ilegalmente através de países sul-americanos.
Cláudio Castro pediu que Lula cumpra o item 10 da declaração final do G20, que se compromete a avançar na meta de um mundo livre de armas nucleares e um lugar mais seguro para todos.
“Só esse ano, só a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro já apreendeu 580 fuzis. 90% deles são fabricados nos Estados Unidos e entraram no Brasil via Paraguai, Colômbia ou Venezuela. Que triste que o presidente Lula tenha perdido a oportunidade de chamar o presidente dos Estados Unidos, presidente da Alemanha, pra discutir como será esse monitoramento de armas no mundo inteiro. São essas armas que estão matando as nossas famílias. Eu faço um clamor ao presidente Lula: que cumpra o que ele assinou nesse item 10”, afirmou.
Apesar das críticas, Castro reconheceu a importância do G20 ser realizado no Rio de Janeiro e afirmou que o evento deixa um legado positivo para a cidade e para o estado.