O economista Gabriel Galípolo passa por uma uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira, antes de seguir para o plenário da Casa. Se aprovado, ele poderá assumir a a presidência do Banco Central a partir de janeiro. Ele afirmou a senadores que o presidente Lula garantiu liberdade para cumprir as funções de presidente do BC e que o compromisso dele no comando da autoridade monetária deve ser com o povo brasileiro. Na fala inicial, Galípolo agradeceu a indicação de Lula, mas fez questão de destacar que vai atuar com independência no comando do Banco Central e que recebeu de Lula, de forma enfática, a necessidade de ter esse compromisso de não interferir no Banco Central. Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro, que cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro. Defendeu ainda o trabalho que vem sendo feito pelo Banco Central no controle da inflação e diz que vai manter a atuação no mesmo sentido. A maioria das questões na comissão para Galípolo gira em torno exatamente dessa autonomia que ele terá ao comandar o Banco Central diante das críticas que o presidente Lula faz ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que deixa o cargo em 31 de dezembro. Galípolo, no entanto, disse que o compromisso do Banco Central é em perseguir as metas de inflação que são definidas pelo poder democraticamente eleito. Galípolo até brincou, inclusive, com o possível embate que poderia existir entre ele e Campos Neto. Quanto à questão das críticas ao Roberto ou de alguma questão com o próprio presidente Lula, eu sinto que eu gerei uma grande frustração, talvez, na expectativa que existia de que, ao entrar no Banco Central, fosse começar um grande reality show com grandes disputas e brigas ali dentro. Infelizmente, eu tenho uma informação chata para dar para todos. A minha relação com o presidente é a melhor possível, com o presidente Lula e com o presidente Roberto é a melhor possível. Sempre fui muito bem tratado pelos dois. Eu não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles. Então, eu sinto não poder corroborar com uma ideia eventual de que poderia existir algum tipo de polarização ali. Ele precisa de maioria de votos para ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos. Depois, independentemente do resultado, o nome segue para votação no plenário do Senado ainda nesta terça-feira. Galípolo é o primeiro nome a ser indicado para a presidência do Banco Central a passar por sabatina desde que foi aprovada a Lei de Autonomia da Autarquia em 2021. Mais recente Próxima Às vésperas da sabatina, Galípolo se encontra com Pacheco na residência oficial do Senado