Paulo Maluf: O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, tá com vontade sexual? Estupra, mas não mata. Leandro Gouveia (narrador): Sim, o Maluf falou isso. Foi em 1989, na campanha pra presidente. Ele soltou esse absurdo numa palestra na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. A declaração gerou protestos de movimentos feministas, fez muito barulho, e o Maluf teve que se explicar. Mas é claro que não pararia por ali. Três anos depois, na campanha pra prefeitura de São Paulo de 92, o PT lembrou da fala, a dez dias do segundo turno. E o candidato foi pra televisão pra se justificar: Paulo Maluf: Meus amigos, eu poderia tentar lhe dar uma explicação qualquer. Dizer que essa gravação é falsa. Que é uma montagem. Leandro Gouveia: Enquanto se explica, Maluf olha firmemente pra câmera com seus óculos de fundo de garrafa e mexe os braços pra baixo como se estivesse tentando contê-los. Paulo Maluf: Mas isso seria uma mentira e eu não sou homem de fugir as responsabilidades dos meus atos. Essa frase efetivamente foi dita por mim. Mas o sentido e o contexto em que ela foi dita nem de longe é o que eles tentam dar a ela. Leandro Gouveia: Fora de contexto ou não, a declaração virou munição numa campanha muito marcada também por um impeachment presidencial. Paulo Betti: Maluf foi padrinho do casamento de Collor e Rosane. Eduardo Suplicy: Acredite se quiser se o Paulo Maluf é de fato oposição ao presidente Fernando Collor de Mello. Paulo Maluf: Eu nunca desci, nem subi a rampa com o presidente Collor. Leandro Gouveia: Eu sou Leandro Gouveia e essa é a nova temporada do podcast “Como chegamos até aqui", uma produção da Rádio CBN. Nesse terceiro episódio, eu te conto a história de uma revanche. Maluf e o PT de novo frente a frente. Depois de cinco derrotas eleitorais desde 85, o “filhote da ditadura” estava de volta. “Bate, bate, bate, coração Dentro desse velho peito” Leandro Gouveia: Esse era o mote da campanha de Paulo Maluf. Quem amava São Paulo votava no ex-prefeito. A estratégia de apelar pra emoção já tinha sido usada dois anos antes, quando ele foi candidato a governador e até venceu o primeiro turno. Só no segundo é que ele levou uma virada do Luiz Antônio Fleury Filho, do PMDB. O responsável era o publicitário Duda Mendonça, o primeiro dos marqueteiros de prestígio, e que depois ajudaria também a eleger o presidente Lula pela primeira vez. Dez anos antes do "Lulinha, paz e amor", ele conseguiu melhorar a imagem do Maluf, que era associada à ditadura e à corrupção. Os motoristas colavam adesivos no carro com o símbolo da campanha: um trevo de quatro folhas que no lugar de cada folhinha tinha um coração: “Bota o trevo na lapela A bandeira na janela Ouça a voz do coração” Leandro Gouveia: Aos 61 anos, Maluf era apresentado como o candidato mais experiente, fazedor de obras, praticamente o fundador de São Paulo. No programa "Bairro a Bairro", a equipe de TV dele aparecia cada dia numa região. O candidato comentava os problemas e passava a imagem de que era o que mais conhecia a cidade: Paulo Maluf: Pelo que eu ouvi nas minhas andanças, dos próprios moradores da região, o grave problema é a falta de segurança. Quem anda pelas ruas tem medo da própria sombra. Leandro Gouveia: O Maluf ainda tinha a vantagem de ser oposição à prefeita Luiza Erundina, que saía com só 20% de aprovação, depois de uma gestão marcada pela paralisação de obras, liberação do trabalho dos camelôs e aumento da tarifa de ônibus. E o principal adversário do Maluf era do partido dela, o PT: “Supli-Suplicy Suplicy” Leandro Gouveia: Você deve se lembrar que o Eduardo Suplicy já passou por esse podcast no primeiro episódio. Depois daquela derrota pra prefeito, em 85, ele foi o vereador mais votado, em 88; virou presidente da Câmara Municipal; e foi eleito senador, em 90. O Suplicy é filho da família Matarazzo, que foi dona do maior império empresarial da América Latina. Na época, ele ainda era casado com a Marta Suplicy, com quem teve três filhos: Eduardo, o Supla, que também já apareceu aqui nesse podcast; André e João. Pra mostrar o lado família, muito antes de bombar cantando Racionais, o Suplicy dava uma mostra do talento dele como cantor: Eduardo Suplicy: Uma das coisas que eu gosto de fazer com o João é cantar essa música, que fala do diálogo entre um pai e o filho. Uma música do Cat Stevens. “It’s not time to make a change Just relax, take it easy You're still young, that's your fault There's so much you have to know” Leandro Gouveia: Quem cuidava da propaganda de rádio e TV do PT era o publicitário Chico Malfitani. O mesmo de 85 e 88, que gostava de usar humor e fazer paródia de novela. Dessa vez, ele recorreu ao cinema com dublagens de filmes reais, como o Poderoso Chefão. Numa cena em que os mafiosos comandados por Don Corleone estão ao redor de uma grande mesa, eles foram dublados como se torcessem contra o petista... Don Corleone: Hoje nós estamos aqui reunidos para discutir e chegar a uma conclusão de qual desses candidatos a prefeito que tão por aí é o pior. Mafioso: Pra mim, eu acho que é o Suplicy. Mafiosos: É o pior, é o Suplicy. O pior candidato pra mim é esse tal de Suplicy. Don Corleone: Então tá decidido. Decidido de coração, aqui ninguém vai votar nesse Suplicy. Viva a corrupção! Leandro Gouveia: Também estavam naquela disputa no primeiro turno dois nomes que ainda não tinham aparecido até aqui nesse podcast. “São Paulo com Aloysio é bem melhor Alô, Aloysio Alô, Aloysio São Paulo com Aloysio é bem melhor” Leandro Gouveia: Esse Aloysio do jingle cantado pelo Dominguinhos é Aloysio Nunes Ferreira, que chegou a ser ministro do Fernando Henrique Cardoso e do Michel Temer. Em 92, ele era vice do governador Fleury e saiu candidato à prefeitura pelo PMDB. E quem concorreu pelo PSDB foi o deputado federal Fabio Feldmann, conhecido pela pauta ambiental: “Fábio, Fábio Fábio, Fábio, Fábio” Leandro Gouveia: A campanha do PSDB aproveitava o fenômeno da MTV, que tinha sido inaugurada em 90, pra atrair a atenção dos jovens. No horário eleitoral, MTV virou FTV e tinha até VJ, como eram chamados os apresentadores da emissora: VJ: Oi, vocês estão ligados na FTV, a emissora musical dos tucanos. E hoje, atendendo a inúmeros pedidos, nós vamos ver de novo o Rap do Fábio com Pepeu, o Bala do Rap. “Se liga amigo No que digo pra você Não tem perigo No meu papo pode crer De Brasília esse carinha Protegeu a natureza Sua obra encaminha Ao futuro esta beleza...” Leandro Gouveia: A tentativa foi boa, mas o Fabio não repetiu nem o resultado pífio do José Serra de 88, quando ele terminou em quarto lugar. No primeiro turno, o processo de impeachment do presidente Collor dominou o noticiário. Em maio daquele ano, o irmão do presidente, Pedro Collor, deu uma entrevista à revista Veja acusando o tesoureiro da campanha presidencial, o empresário PC Farias, de articular um esquema de corrupção dentro do governo. Aí, na eleição, cada candidato tentava colar a imagem do presidente no outro. Pro Maluf, a situação era mais delicada. Ele tinha sido padrinho de casamento do Collor com a primeira-dama, Rosane. Depois das denúncias, o Maluf dizia que não tinha como prever o que ia acontecer. Mas aí já era tarde. O ator Paulo Betti, que sempre participou das campanhas do PT, refrescava a memória dos eleitores nessa propaganda do partido: Paulo Betti: Você convidaria um inimigo seu pra ser padrinho do seu casamento? Pois muito bem. Maluf foi padrinho do casamento de Collor e Rosane. Maluf e Collor são amigos de longa data. Leandro Gouveia: No dia 13 de agosto, o Collor, pra tentar demonstrar algum sinal de força, pediu pras pessoas saírem de casa no domingo seguinte com alguma peça nas cores da bandeira brasileira. Mas deu errado, já que a maioria vestiu preto pra protestar contra. E, naquele mesmo domingo, aconteceu o primeiro debate da TV Globo daquela campanha. O Maluf, já prevendo os torpedos que viriam contra ele, chegou à emissora dizendo que era oposição à quadrilha do governo federal e que estava usando uma gravata preta pra representar o luto do povo brasileiro. O Suplicy, que também apareceu com uma tarja preta no terno, confirmou o temor do Maluf: Eduardo Suplicy: Acredite se quiser se Paulo Maluf é de fato oposição ao presidente Fernando Collor de Mello. Quando era candidato a governador, em 1990, fez questão de levar o seu programa de governo ao presidente Fernando Collor de Mello e pedindo seu apoio e utilizando, todos se lembram, durante o horário eleitoral, a descida da rampa junto com Fernando Collor de Mello e depois vem dizer que é oposição. Acredite se quiser. Leandro Gouveia: O Maluf já tava com a resposta na ponta da língua. Paulo Maluf: Não é verdade, Suplicy. Eu nunca desci, nem subi a rampa com o presidente Collor. Eu entregaria, como prefeito de São Paulo, ao presidente Collor, entregaria ao seu sucessor, se fosse o caso. Se o presidente da República fosse o Lula, eu iria entregar o plano. Entregaria até ao papa se fosse na defesa dos legítimos interesses de São Paulo. Leandro Gouveia: A exposição do presidente na campanha municipal era tão grande que o próprio Collor pedia direito de resposta no horário eleitoral. Locutor lê nota de Collor: Povo de São Paulo, na falta de propostas para administrar essa grande cidade, o candidato do PT dirige novamente de maneira sutil ofensas à minha pessoa. Talvez porque não tenha coragem para fazê-la sem meias palavras. Confiante em Deus e na Justiça, Fernando Collor. Leandro Gouveia: A situação do presidente era insustentável. Manifestações por todo Brasil pediam o afastamento do Collor, e a abertura do processo de impeachment foi aprovada na Câmara dos Deputados a quatro dias da eleição. Como se não bastasse, outro fato histórico deixaria aquele primeiro turno em segundo plano. Celso Freitas: Mais de 100 homens executados em apenas 13 horas. A maior chacina de presos em todo mundo. O fato mais terrível da violenta crônica policial brasileira. Leandro Gouveia: No dia 2 de outubro, véspera da eleição, 500 policiais armados entraram na Casa de Detenção de São Paulo, no episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. A votação aconteceu no dia seguinte, sob muita tensão. Os números das pesquisas eleitorais dividiam atenção com os números de mortos e feridos na chacina. O governador Fleury sabia da morte de quase 100 presos, mas determinou sigilo absoluto pra não prejudicar o candidato do PMDB. O número oficial de 111 presos mortos só foi divulgado quando faltavam 25 minutos pro fechamento das urnas. Mas não adiantou segurar a informação. Aloysio Nunes acabou em terceiro, com 12% dos votos válidos. Maluf não levou a eleição já no primeiro turno por menos de 50 mil votos. Ele ficou com 48% e disputou o segundo turno com o Suplicy, que ficou com 30%. “Só é preciso marcar um X No onze! Vem, vem São Paulo Ê ô, ê o” Leandro Gouveia: No segundo turno, o objetivo do Maluf era atrair os jovens e aqueles que tinham escolhido o Aloysio Nunes e o Fabio Feldmann. Pois ele chamou o grupo Polegar, uma boyband tipo Menudo, sabe? Não é do seu tempo? Backstreet Boys, vai. Também não? Tá bom, One Direction. O clipe mostrava os meninos pintando o rosto de verde e amarelo, aproveitando a onda dos caras-pintadas contra o Collor. A letra era engenhosa: dizia que o problema não era o Suplicy. Era o PT. E chamava os eleitores do Fabio e do Aloysio pra votarem no Maluf: “A gente não tem nada contra o Suplicy A gente não quer mais é o PT mandando aqui A gente não tem nada contra o Suplicy A gente não quer mais é o PT mandando aqui Fábio! Fábio A gente não tem nada contra o Suplicy A gente não quer mais é o PT mandando aqui Alô Aloysio, Alô Aloysio A gente não tem nada contra o Suplicy A gente não quer mais é o PT mandando aqui A gente agora pode ser feliz” Leandro Gouveia: O PT, que tava insatisfeito com a propaganda morna do Suplicy, dispensou o publicitário Chico Malfitani. E o candidato passou a fazer mais ataques. Só que quando ficava frente a frente com Maluf a diferença era gritante. No debate do programa Roda Viva, de largada, o Suplicy chegou quase meia hora atrasado: Jorge Escosteguy: Doutor Paulo Maluf, boa noite. Paulo Maluf: Boa noite. Jorge Escosteguy: Por que o senhor deseja ser prefeito de São Paulo? Eduardo Suplicy: Permita, Jorge Escosteguy, porque acaba em uma que... Jorge Escosteguy: Senador, em seguida, quando chegar a sua vez, o senhor fará a questão de ordem, por favor. Eduardo Suplicy: Mas acredito que deva ser feito antes de iniciar o debate... Leandro Gouveia: Suplicy diz que quando estava pra sair de casa recebeu um telefonema de uma pessoa que se identificava como sendo da TV Cultura, dizendo que o debate começaria mais tarde do que o combinado. Eduardo Suplicy: …porque quando eu estava para sair de casa, telefonou-me uma pessoa identificando-se como da TV Cultura, perguntando se eu confirmava a minha presença, que foi feita, e em seguida dizendo queremos informar que o debate vai se iniciar às 9h25, e por esta razão é que eu cheguei às 9h05 na TV Cultura. Jorge Escosteguy: Pois não, senador. Eduardo Suplicy: Por causa de uma informação que, ao chegar aqui, soube ser... Jorge Escosteguy: Telefone anônimo, certamente... Eduardo Suplicy: Não, a pessoa se identificava como da TV Cultura e deu o nome. Então... Jorge Escosteguy: Posso lhe garantir que ninguém da TV Cultura lhe telefonou, o esclarecimento da questão de ordem está feito... Leandro Gouveia: Durante o debate, enquanto Maluf dava um banho de oratória, Suplicy tinha dificuldade de raciocínio. O ponto alto foi quando Maluf acusou o PT de distribuir propaganda eleitoral num posto de saúde durante a campanha de vacinação infantil, dias antes. Ele mostrou pra câmera os tais panfletos colados em plaquinhas. O Suplicy não esclareceu a questão da propaganda irregular, e pediu pro Maluf mostrar pra câmera as anotações que ele tinha atrás daquelas plaquinhas: Eduardo Suplicy: Porque essa é uma forma de cola interessante, não é? O candidato Paulo Maluf mostra um cartaz aqui, mas eu observo que atrás tem aquilo que ele gostaria... poderia mostrar por favor? Leandro Gouveia: Maluf ficou meio constrangido, meio incrédulo. Paulo Maluf: Essa é a pergunta dele? Jorge Escosteguy: O senador termina pergunta. O senhor terminou? Doutor Maluf tem dois minutos pra responder. Eduardo Suplicy: Pergunto se ele pode mostrar a sua cola. Paulo Maluf: Eu quero dizer ao senador... Essa é a sua pergunta? O senhor não faz pergunta nenhuma administrativa. Jorge Escosteguy: Por favor, um de cada vez, por obséquio. Senador, o senhor fez a sua pergunta? Eduardo Suplicy: A sua per... é uma pergunta sobre a questão da ética... Leandro Gouveia: Maluf não só mostrou as anotações como reforçou as acusações contra a campanha do PT. A menos de duas semanas do segundo turno, a hostilidade entre os dois aumentou. Suplicy acusava Maluf de trabalhar pra livrar o ex-governador Orestes Quércia na CPI da Vasp, que investigava a privatização da companhia aérea, em troca de apoio do PMDB. Já o Maluf insinuava que o Suplicy usava drogas. E foi no fim da campanha que o PT recuperou o áudio-bomba que abriu esse episódio. Paulo Maluf: O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, tá com vontade sexual? Estupra, mas não mata. Leandro Gouveia: O advogado do PDS, o partido do Maluf, até pensou em alegar que a gravação não era autêntica, que na verdade era alguém imitando o candidato. Mas como eu já te contei, essa fala já tinha sido explorada na campanha pra presidente, em 89, então o Maluf resolveu tentar se explicar: Paulo Maluf: No momento em que fiz essa infeliz colocação, eu me referia de forma enfática à pena de morte. Leandro Gouveia: Na propaganda eleitoral, Maluf diz que naquela palestra pra médicos em Minas Gerais ele falava sobre a pena de morte e que no caso de um estupro seguido de morte, por exemplo, talvez a pena se justificasse. Paulo Maluf: Afirmava que o estupro já é um crime hediondo, seguido de morte, então, nem se fala. Em casos assim, quem sabe, a pena de morte, até poderia se justificar. Ao dar ênfase de que o pior crime é tirar a vida de semelhante... Eu disse essa frase como quem diz “se já roubou, ainda precisa matar?”. Foi nesse contexto que disse, talvez, a frase mais infeliz da minha vida... Leandro Gouveia: Maluf diz que aquilo foi um escorregão e que na hora todo mundo entendeu o que ele tava querendo dizer... Paulo Maluf: Quem faz discursos e palestras de uma ou duas horas seguidas pode escorregar e fazer uma colocação infeliz. Todos os que estavam presentes entenderam perfeitamente o sentido do que eu estava falando. Fui vítima naquele momento de uma exploração política baixa, sórdida, como a que está acontecendo agora... Leandro Gouveia: E antes de terminar, ele dá um argumento tão manjado quanto questionável. O Maluf se levanta, a câmera corta para o que parecer ser a sala da casa dele, onde já estão oito mulheres. Paulo Maluf: ...mas sinceramente não posso acreditar que alguém de sã consciência possa sequer imaginar outro sentido para aquela frase, se não o que acabei de relatar. Vejam meus amigos, tenho em volta de mim oito mulheres. Daria por qualquer uma delas a minha vida sem pestanejar. A Silvia, minha companheira de 37 anos... Leandro Gouveia: No sofá, Maluf vai apontando pra cada uma delas, três sentadas, duas delas com crianças no colo, e atrás do sofá mais duas mulheres e uma criança. Paulo Maluf: …a minha filha Lígia; a minha filha Lina; as minhas noras, a Cíntia, a Jacqueline; as minhas três netinhas, Ana Maria, Patrícia, a Isabela. Ou seja, um pai de duas filhas e um avô de três netinhas seria capaz de ser a favor do estupro? Vocês acreditam nisso? Leandro Gouveia: Bom, depois disso o Eduardo Suplicy chegou até a reverter uma tendência de queda nas pesquisas, mas muito longe de ameaçar a liderança. Maluf levou a eleição com 58% dos votos válidos, contra 42% do Suplicy. “Eu quero, quero Eu quero já Eu quero Maluf Eu quero é mudar” Leandro Gouveia: No dia da votação, a movimentação era grande em volta da casa do Maluf. Quando a vitória foi confirmada, ele subiu na guarita da segurança pra comemorar. Mas não foi sozinho, não. Subiu acompanhado do principal responsável pelo resultado: o marqueteiro Duda Mendonça. A posse, no dia primeiro de janeiro de 93, foi a primeira na nova sede da prefeitura, o Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II. Num calor de 38 graus, uma multidão vaiou a ex-prefeita Luiza Erundina e derrubou o que viu pela frente pra cumprimentar o novo prefeito. No próximo episódio, Maluf apresenta o seu sucessor… Paulo Maluf: Votem no Pitta e, se ele não for um grande prefeito, nunca mais votem em mim.Leandro Gouveia: O podcast "Como Chegamos até Aqui" é uma produção da Rádio CBN. Esse episódio contou com áudios da propaganda eleitoral da época, da TV Globo e da TV Cultura. Eu, Leandro Gouveia, fiz o roteiro e a locução. A pesquisa também é minha, da Julia Galvão, da Kely Morais e da Thais Lotufo. A edição é da Olivia Haiad e do Lucas Soares. A montagem e a sonorização foram feitas por Cláudio Antônio e Bárbara Falcão. A gente se encontra em 1996, até lá! Ouça todos os episódios da temporada São Paulo, 2020: Estado de saúde 4/10/2024 21min Rio, 2020: Saudade do ex 4/10/2024 22min São Paulo, 2016: O gestor 27/9/2024 17min Rio, 2016: A tempestade perfeita 27/9/2024 22min São Paulo, 2012: Empate triplo 20/9/2024 19min Ver todos os episódios Mais recente Próxima ‘Como chegamos até aqui’: leia roteiro do episódio das eleições de 1992 no Rio - A questão do arrastão