Marcelo Tas: Ô Luiza, você lembra onde você estava quando recebeu a notícia? Luiza Erundina: Eu estava lá na Zona Norte, Freguesia do Ó, em uma banquinha de caldo de cana. Estava com o Genoíno e com o Eduardo Suplicy. Eu não tinha chance nenhuma, Marcelo. Se tivesse segundo turno, eu não tinha ganho. Leandro Gouveia (narrador): É, o resultado da eleição de 1988 foi uma surpresa mesmo... Luiza Erundina não era favorita nem dentro do PT. Pra começar, o candidato da cúpula do partido, que incluía o Lula, era o deputado Plínio de Arruda Sampaio, que acabou sendo derrotado na convenção. Erundina era ligada à ala mais radical do PT e admitia menos alianças do que o Plínio, o que acabaria se tornando um problema mais para frente. Mas aquele perfil, naquela hora, agradou o eleitorado. O país passava por uma onda de greves sem precedentes. A inflação em outubro de 88 bateu o recorde pra um único mês, com 27,25%, e, em um ano, passava dos 700%. E um episódio ocorrido a mais de 300 quilômetros de São Paulo seria decisivo pra catalisar aquele sentimento de revolta: Cid Moreira: Ainda é tensa a situação em Volta Redonda, no estado do Rio. Três metalúrgicos morreram ontem à noite, durante choques com soldados do Exército e da Polícia Militar. Dezoito mil operários da Companhia Siderúrgica Nacional estão em greve há quatro dias. Leandro Gouveia: Faltavam seis dias pra eleição. O suficiente pra uma virada naquele tabuleiro. Paulo Maluf: Não vou permitir que invistam mentiras e atinjam gratuitamente a minha honra. Boris Casoy: Deputada Erundina, uma pergunta clássica. A senhora acredita em Deus? Luiza Erundina: Olha, eu procuro na minha vida separar... Boris Casoy: A senhora acredita ou não acredita? Luiza Erundina: Pera aí, Boris, calma (risos) Leandro Gouveia: Eu sou Leandro Gouveia e essa é a nova temporada do podcast “Como chegamos até aqui”, uma produção da Rádio CBN. Nesse segundo episódio, eu vou te contar como foi o caminho pros paulistanos elegerem a primeira prefeita mulher. Mulher, socialista, solteira, de origem pobre e nordestina. A eleição de 88 foi a primeira depois da promulgação da nova Constituição. Ulysses Guimarães: Falando ao Brasil, declaro promulgada. O documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude, que isto se cumpra. Leandro Gouveia: O clima era de euforia, como você pôde perceber nessa fala do deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte. Mas, diferente do que parece, o país estava longe de estar pacificado. Em São Paulo, quem liderava as pesquisas pra suceder o prefeito Jânio Quadros era um candidato que não foi nem a favor da campanha pras eleições diretas pra presidente, em 84. Paulo Maluf estava com 57 anos, tinha sido derrotado por Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, em 85, e no ano seguinte ficou em terceiro lugar na eleição pra governador de São Paulo. Depois de chegar a prefeito, em 69, com a mão amiga dos militares, e a governador, em 79, numa eleição indireta, ele queria voltar ao poder nos braços do povo. “Votando em Paulo Maluf, líder que sabe o que quer Vamos com Paulo Maluf para o que der e vier São Paulo, São Paulo Com Maluf, São Paulo, São Paulo.” Leandro Gouveia: O principal concorrente do Maluf era o PMDB, que, como você acompanhou no primeiro episódio, por muito pouco não derrotou o Jânio na eleição de 85, com o Fernando Henrique Cardoso. O escolhido pelo partido pra disputar a prefeitura agora era um grande desconhecido: João Leiva, um engenheiro que tinha sido secretário do ex-governador André Franco Montoro e do então governador Orestes Quércia. Aí você deve estar se perguntando: o que deu no PMDB pra não indicar um nome mais forte? O senador Mário Covas, que já tinha sido prefeito; o também senador Fernando Henrique Cardoso. Quem sabe o Montoro... É que esse pessoal já tinha pulado do barco pra criar um novo partido. O PSDB surgiu a cinco meses da eleição, e o escolhido pra ser candidato à prefeitura de São Paulo foi o Montoro, aos 72 anos de idade. Só que uma pneumonia a três meses da eleição acabou com o plano, e o partido se viu numa situação difícil. Leandro Gouveia: Covas era o que tinha mais chances de derrotar Maluf, mas tinha uma eleição presidencial pela frente, em 89. No final, o escolhido foi o vice na chapa do Montoro: o deputado constituinte José Serra. "Serra, Serra, Serra essa mamata Grita, berra, ata e desata Vota certo com opinião José Serra é a solução." Leandro Gouveia: Mas quem surpreenderia naquela eleição era uma assistente social nascida em Uiraúna, na Paraíba. Luiza Erundina: Eu sou candidata do PT e dos partidos do povo à prefeitura de São Paulo. Sabe por que eu quis ser candidata? Pra provar que política não vale tudo. “Luiza, Luiza... Só sendo mulher” Leandro Gouveia: Luiza Erundina tinha chegado ao PT em 1980 a convite do Lula e foi eleita vereadora em 82 e deputada estadual em 86. Era presença frequente em movimentos por moradia e chegou a ser agredida pela PM numa ação de despejo. Em 85, Erundina foi cogitada pra disputar a prefeitura, mas o nome de Eduardo Suplicy prevaleceu. Dessa vez, com o apoio das correntes mais à esquerda do PT, venceu a prévia interna contra o Plinio de Arruda Sampaio. E olha quem quase foi candidato em 88: “Agora é hora de alegria Vamos sorrir e cantar” Leandro Gouveia: Se você ouviu a primeira temporada do “Como Chegamos Até Aqui?”, deve lembrar que o apresentador Silvio Santos se lançou pra presidente da República em 89. Pois um ano antes, ele já ensaiava entrar pra política pela prefeitura de São Paulo, só que a candidatura pelo PFL acabou não indo pra frente. Aí, o Silvio resolveu não declarar voto em ninguém, mas liberou o elenco do SBT pra apoiar quem quisesse. Dependendo da sua idade, provavelmente a voz da campanha do Maluf vai te levar pra algum domingo na infância em frente à TV: Lombardi: Percorrendo todas as ruas e quarteirões dos bairros de São Paulo, Paulo Maluf pôde conhecer todos os problemas de trânsito e dos transportes coletivos que afligem o povo paulistano. Leandro Gouveia: Se você não reconheceu, esse é o Lombardi, locutor do programa Silvio Santos. E ainda tinha a Hebe Camargo que aparecia no horário político marcando o número 11. Hebe Camargo: Está chegando a hora, hein? No dia da eleição, vote para prefeito Paulo Maluf, número 11. Leandro Gouveia: Com a liderança garantida, Maluf driblava a imprensa pra evitar responder temas polêmicos. A assessoria dele chegava a dizer pros jornalistas que não tinha nada programado pra aquele dia, ou dava o horário errado dos compromissos. Na época, ele já colecionava escândalos. Quando foi prefeito, comprou 25 Fuscas pra dar de presente pros campeões da Copa de 70, incluindo o Pelé. Depois, foi condenado a devolver o dinheiro. Como governador, criou a Paulipetro, que fracassou na exploração de petróleo no interior do estado e gerou um prejuízo milionário. Maluf só falava no horário eleitoral e dizia que não tinha nada contra ele: Paulo Maluf: Fui investigado por meus adversários durante vários anos. Minha vida foi vasculhada e minha administração, devassada. Ninguém encontrou nada, porque nunca nada existiu. Por isso, não vou permitir que invistam em mentiras e atinjam gratuitamente a minha honra – o bem que mais prezo. Leandro Gouveia: Sobre ele, ainda pairava a especulação de que, se eleito, renunciaria pra concorrer à presidência, no ano seguinte. É ou não é, Lombardi? Lombardi: Muita gente faz essa pergunta a Paulo Maluf: O senhor vai mesmo ficar quatro anos na prefeitura? Paulo Maluf: Ficarei quatro anos na prefeitura de São Paulo, onde trabalharei com afinco, sem rabo preso com ninguém. Depois de quatro anos minha carreira política pode não parar por aí, mas os próximos quatro anos eu espero ser para você o prefeito que você espera que eu seja. “Não me convidaram Pra esta festa pobre Que os homens armaram Pra me convencer” Leandro Gouveia: Assim como em 85, o PT lançava mão do bom humor e fazia paródia da novela da vez, Vale Tudo. A vilã Odete Roitman, é claro, aparecia como eleitora do Maluf. E o galã, Antônio Fagundes, declarava voto no PT. Antonio Fagundes: Nós sabemos que tem muita gente, grupos, partidos políticos interessados nesse vale tudo geral que tá aí. É interessante pra eles porque estão no poder há muito tempo e só eles têm a lucrar com isso. Mas nós sabemos também que a grande maioria quer mudar, precisa mudar esse estado de coisas. Na hora de votar, pensa na coerência do PT, o único partido político coerente desde a sua fundação. Leandro Gouveia: Na campanha, a Erundina aparecia em montagens interagindo com personalidades mundiais da época, como o papa João Paulo Segundo, o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, e o da União Soviética, Mikhail Gorbachev. E já que a gente esbarrou no cenário internacional, vale te contar que, nas entrevistas, ela era pressionada a esclarecer as intenções da esquerda naqueles tempos de Guerra Fria. Aí, a petista recorria a teorias, e cada resposta levava dez minutos. No programa Roda Viva, essa falta de objetividade, e uma dose de machismo, gerou alguns bate-bocas. Pra você ter ideia, escuta esse trecho editado de uma discussão dela com o jornalista Boris Casoy: Boris Casoy: A senhora fala em espaços democráticos, e democracia prevê obediência à lei. A senhora tem apoiado, quando não promovido, invasões de terrenos urbanos em São Paulo ao arrepio da lei. Luiza Erundina: Primeiro, quero dizer que eu não invado terra, nem estímulo invasão de terra. Boris Casoy: A senhora nunca liderou invasão, nunca participou de reuniões que foram anteriores às invasões, nunca preparou nada? Luiza Erundina: Não, nunca preparei nada. Boris Casoy: Puxa, é uma novidade pra mim. Nem defendeu os invasores? Luiza Erundina: Não, defender o invasor eu defendo. Eu defendo o direito de ele morar. Boris Casoy: Mas deputada isso não foi resolvido nem pelo socialismo. Nos países socialistas existe um tremendo problema de habitação, e a senhora defende uma maneira violenta... Luiza Erundina: Mas no socialismo, Boris. Eu não conheço os países socialistas, mas eu não acredito que existam espaços vazios nos países socialistas... Leandro Gouveia: Em outro momento, Boris Casoy não resistiu e repetiu a pergunta que perseguiu Fernando Henrique Cardoso na eleição anterior, como eu te contei no episódio passado. Boris Casoy: Deputada Erundina, uma pergunta clássica. A senhora acredita em Deus? Luiza Erundina: Veja, eu procuro na minha vida separar... Boris Casoy: A senhora acredita ou não acredita? Luiza Erundina: Calma, Boris. Não fique nervoso. Boris Casoy: Não, eu estou ansioso só. Luiza Erundina: Bom, o que que é Deus? Deus pode ser pro budista uma concepção, pode ser pro cristão, outra concepção... Leandro Gouveia: Bom, eu vou te poupar das longas explicações da candidata. Em resumo, a Erundina disse que acreditava numa "força maior". Talvez essa "força maior" é que tenha feito os ventos mudarem no fim da campanha... Como eu te contei no início do episódio, o Brasil passava por uma convulsão social no governo Sarney com índices de inflação em níveis estratosféricos e planos econômicos que nunca davam certo. As greves pipocavam por todo o país. Em São Paulo, até a PM tinha parado naquele ano, no maior motim da história até então. Na campanha municipal, o primeiro prejudicado foi João Leiva. Por um lado, o candidato do PMDB tinha a máquina do estado e muito tempo de televisão - o triplo do Maluf. Mas por outro sofria com esse cenário que aumentou a impopularidade do governador Quércia e do presidente Sarney, também do PMDB. A uma semana da eleição, metroviários entraram em greve por dias e até policiais tiveram que operar os trens. João Leiva saiu em defesa da proposta do governo Quércia e responsabilizou a oposição: João Leiva: Essa greve tem um caráter político porque eu fui, durante esses dias de greve, procurado por muitos funcionários do metrô que queriam trabalhar, que estavam de acordo com essa proposta, mas eles alegavam que um pequeno grupo organizado, ligado a determinados partidos políticos tendo como objetivo as próximas eleições faziam piquetes impedindo que eles trabalhassem. Leandro Gouveia: A truculência da polícia numa série de manifestações também ajudou a desgastar o candidato do governo. PMs agrediram servidores, na Praça da Sé, e professores e universitários perto do Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo do estado. Na inauguração da estação Corinthians-Itaquera do metrô, policiais à paisana que faziam segurança informal pro governador Orestes Quércia agrediram um grupo que fazia protesto. A violência logo foi associada a um episódio marcante do governo Maluf, ainda na ditadura, quando manifestantes foram espancados por agentes à paisana na Freguesia do Ó, na Zona Norte. Mas o fato decisivo naquela campanha foi mesmo a greve de funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Milhares de operários paralisaram a usina por 17 dias e foram fortemente reprimidos pelo Exército: Jornalista: As marcas da violência estão espalhadas por toda a parte. Tratores, empilhadeiras e até caminhões foram queimados durante o conflito entre operários e tropas do Exército. Aqui nesse lugar foi travada uma verdadeira batalha campal. Leandro Gouveia: Na tentativa de retomada da companhia pelo Exército, três metalúrgicos foram mortos e viraram símbolo do que ficou conhecido como Massacre de Volta Redonda. Faltavam seis dias pra eleição, e a indignação com aquela violência que lembrava os tempos sombrios de ditadura, que tinha acabado de terminar, ajudou a impulsionar candidaturas de esquerda por todo o país. Em São Paulo, não foi diferente. Nos últimos dias de campanha, Erundina passou o segundo colocado, ameaçando pela primeira vez a liderança de Paulo Maluf. O ex-prefeito, ainda associado à ditadura, acabou sendo prejudicado pelo voto útil no PT, que se apresentava como oposição a ele e ao governo Sarney. "Quando todos souberem bem Do carinho e coragem que você tem Como naquela canção Se darão as mãos Homem e mulher É, aí você bota ordem na casa” Leandro Gouveia: No dia da eleição, 15 de novembro, Erundina acordou e ligou às cinco e meia da manhã pra irmã Porto, uma freira da sua cidade natal, na Paraíba. Numa entrevista pro Globo Repórter, a irmã disse que Erundina fez um pedido: Irmã Porto: Ela me chama “ma soeur”, “minha irmã”, em francês, você sabe. “Ma souer, a senhora hoje é a primeira pessoa a quem eu estou cumprimentando. Reze por mim”. Eu digo: “eu já sei, eu vou pedir a Deus que faça a vontade dele na tua vida mais uma vez”. E ela disse: “é isso o que eu quero que a senhora peça pra mim”. Leandro Gouveia: A tal “força maior” intercedeu, e as pesquisas de boca de urna indicaram a vitória da Erundina. Maluf custou a reconhecer a derrota e, à noite, saiu de casa pra alertar os fiscais a não confiar nas pesquisas e agir com firmeza na apuração, dizendo que o PT não ganharia no grito. No dia seguinte, diante dos números, declarou que torcia pra que Erundina fosse feliz. E, assim, quase como um milagre eleitoral, a petista se tornou a primeira prefeita mulher de São Paulo, com 36% dos votos. Violeiro: Paraíba, mulher macho, mostra és tão retumbante. Daqui mandou Erundina pra se tornar mais brilhante. E comandar os destinos da capital bandeirante. Leandro Gouveia: Paulo Maluf ficou em segundo, com 30%, e João Leiva, em terceiro, com 17% dos votos. O Serra amargou o quarto lugar, com 6%. Logo na abertura desse episódio, você ouviu um trechinho de uma entrevista da Erundina pro jornalista Marcelo Tas, na TV Cultura, falando sobre como ela recebeu o resultado da eleição. Dá uma ouvida de novo agora, depois de saber tudo que aconteceu naquela campanha: Luiza Erundina: Eu tava lá na Zona Norte, Freguesia do Ó, numa banquinha de caldo de cana. Tava com o Genuíno e com o Eduardo Suplicy. Eu não tinha chance nenhuma, Marcelo. O meu próprio partido não achava que eu tinha... Marcelo Tas: O seu próprio... o PT achava que você não ia. Luiza Erundina: Veja bem, eu, mulher, nordestina, vereadora, na luta dos favelados, dos cortiçados, sabe? Se tivesse segundo turno, eu não tinha ganho. Leandro Gouveia: Agora, não é porque foi eleita que a vida da Erundina se tornaria mais fácil. A começar pelo preconceito. A aparência da prefeita era citada até pelos jornais, e motoristas chegaram a colocar adesivos no carro com a inscrição “Eu prefiro a Brunet”, em referência à outra Luiza. A prefeita já eleita comentou esse episódio no programa Roda Viva: Luiza Erundina: Os preconceitos da atuação da mulher na política são enormes, dentro da própria mulher. Eu não estou achando que vai ser fácil as piadas, as queimações, faz parte do jogo de quem não queria essa candidatura, não queria essa proposta. Leandro Gouveia: Ao longo do mandato, Erundina foi alvo de reclamações na Câmara Municipal até mesmo dos vereadores do PT por falta de diálogo, e acabou tendo vários projetos barrados. A avaliação na época era de que as brigas com diferentes setores acabaram paralisando o governo. Chegou ao fim a nossa viagem por 1988. No próximo episódio, a gente embarca numa eleição encoberta pelo impeachment do Collor e com dois candidatos derrotados de volta à cena... Paulo Maluf: Eu nunca desci, nem subi a rampa com o presidente Collor. Eduardo Suplicy: Acredite se quiser se o Paulo Maluf é de fato oposição ao presidente Fernando Collor de Mello. Leandro Gouveia: O podcast "Como Chegamos até Aqui" é uma produção da Rádio CBN. Esse episódio contou com áudios das propagandas eleitorais da época, do arquivo do Sistema Globo de Rádio, da TV Globo, da TV Cultura e da TV Senado. Eu, Leandro Gouveia, fiz o roteiro e a locução. A pesquisa também é minha, da Julia Galvão, da Kely Morais e da Thais Lotufo. A edição é da Olivia Haiad e do Lucas Soares. A montagem e a sonorização foram feitas por Cláudio Antônio e Bárbara Falcão. A gente se encontra em 1992. Até lá! Ouça todos os episódios da temporada São Paulo, 2020: Estado de saúde 4/10/2024 21min Rio, 2020: Saudade do ex 4/10/2024 22min São Paulo, 2016: O gestor 27/9/2024 17min Rio, 2016: A tempestade perfeita 27/9/2024 22min São Paulo, 2012: Empate triplo 20/9/2024 19min Ver todos os episódios Mais recente Próxima ‘Como chegamos até aqui’: leia roteiro do episódio das eleições de 1985 no Rio de Janeiro