Thássius Veloso
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Eles são jovens e bem qualificados. Possuem trabalho, mas não necessariamente escritório: têm a oportunidade de conhecer o mundo porque mudam de cidade a cada dois meses, em média. Pode parecer um sonho ou uma maluquice. De toda forma, esta é a vida dos chamados nômades digitais.

Nesta semana foi divulgado um inédito estudo que traça o perfil de brasileiros que venderam tudo (ou quase tudo) no país pois só precisam de poucos pertences, uma passagem na mão e um computador na mochila. O material foi produzido pelo Laboratório de Neurociência do Consumo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pelo The Nomadic Club, grupo que orienta quem deseja adotar este estilo de vida.

A tendência não é exatamente nova. Este colunista já acompanha a vida dos nômades digitais há anos. Sempre que surge uma entrevista sobre o tema, são citados benefícios como a possibilidade de conhecer outros locais e culturas, a liberdade, e o próprio estilo de vida do nômade digital.

Agora, o levantamento mostra que os nômades brasileiros têm entre 24 e 40 anos, curso superior ou pós-graduação, são solteiros, não possuem filhos e nem religião.

Eles podem faturar alto: a renda mensal fica entre 4 e 10 salários mínimos, mas alguns entrevistados declararam ganhar mais de R$ 28 mil por mês. Estes profissionais atuam como autônomos ou como contratados de empresas nacionais, segundo aponta o levantamento, e atuam principalmente em setores como marketing digital e tecnologia da informação (TI).

O serviço é realizado de onde quer que estejam, o que é facilitado pelos aluguéis de temporada, normalmente a um clique de distância. O estudo ainda mostra que os nômades digitais brasileiros trabalham entre 30 e 40 horas por semana.

Apesar de todos os chamarizes, também existem muitos desafios. A pesquisa identificou as questões de saúde como o principal receio destas pessoas, seguido da falta de dinheiro e das relações familiares.

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