Aliados do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro analisam que as eleições municipais deste ano acabam quebrando a polarização e fortalecem, de fato, os partidos do centro. Para políticos dos dois extremos, tanto a esquerda como a direita precisam repensar as alianças para tentar puxar o centro para os seus interesses, já pensando em 2026. Após a vitória de Ricardo Nunes em São Paulo, com forte apoio de Tarcísio de Freitas, líderes do PL, por exemplo, já falam abertamente em lançar o governador como o nome da direita e do centro em 2026. Já a esquerda se volta para os aliados do PSD e do MDB, que vão governar mais de 1.700 cidades em todo o país e podem ganhar mais espaço no governo. Do lado do PL, a legenda de Bolsonaro vai governar capitais de 4 estados, o melhor resultado desde o surgimento do partido. Apesar disso, a sigla acabou derrotada em segundo turno em outras cinco capitais, tendo sofrido quatro viradas. O principal resultado, no entanto, veio com a eleição de Ricardo Nunes em São Paulo, já que o PL tem o vice na chapa. A vitória se deu muito pelo apoio do governador Tarcísio de Freitas, que vira desde já o nome preferido do PL para substituir Bolsonaro, como deixa explícito Altineu Cortes, líder do partido na Câmara. "É óbvio que nós poderíamos ter ganho algumas outras prefeituras importantes, mas na vida é assim, ninguém ganha tudo. Considero que o resultado do Partido Liberal, e deve-se muito ao presidente Bolsonaro, foi um resultado bastante positivo. O presidente Bolsonaro será o candidato do PL e da direita. Obviamente, se ele estiver impedido, o governador Tarcísio deve ser o candidato da direita. Eu acho que isso não existe dúvida para ninguém", diz. Já aliados do presidente Lula minimizam o resultado ruim do PT e de partidos de esquerda. Ainda assim, a sigla vai governar uma capital, Fortaleza. Em 2020 e em 2016, o PT ficou sem nenhuma capital. O partido ainda perdeu disputas em segundo turno em Porto Alegre, Cuiabá e Natal. Por outro lado, aliados tiveram vitórias expressivas em Recife, com João Campos do PSB, e no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, do PSD. Para o deputado Alencar Santana, vice-líder do governo, o resultado não impede que a legenda tenha bom desempenho em 2026, mas isso vai depender das alianças. "Eu tenho uma aliança em 2022. E hoje esses partidos, boa parte deles, estão aliados ao governo federal", destaca. PSD e MDB, que já possuem pastas importantes na Esplanada, podem ainda ter o espaço ampliado em uma reforma ministerial. As mudanças, no entanto, devem ocorrer apenas em 2025 após as eleições para a presidência da Câmara. Mais recente Próxima PF contabiliza R$ 55 milhões em bens e valores apreendidos em operações de combate a crimes eleitorais