Israel não participará da Bienal de Arquitetura de Veneza em 2025. A decisão, anunciada pelo Ministério da Cultura do Estado de Israel e reportada pelo jornal Haaretz, foi feita em consequência dos conflitos na região de Gaza, que vêm despertando repercussão e críticas internacionais.
De acordo com a reportagem, as "restrições ornamentais impostas pela guerra" e "o atraso do Ministério da Cultura" são as razões que levaram o país a não participar do evento. Afirma-se ainda que a ausência é fruto da renovação do pavilhão de Israel – que possui um projeto permanente, desde 1952, projetado pelo arquiteto Zeev Rechter. A Rússia, após os conflitos com a Ucrânia, também não se apresenta desde 2022.
A Bienal de Arquitetura de Veneza marca o primeiro grande evento que Israel não participa desde o início da guerra. Com o tema Intelligens. Natural. Artificial. Coletivo, a 19ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza promete ser um marco na luta contra as crises climáticas globais. Marcada para 10 de maio a 23 de novembro de 2025, a exposição abordará de forma incisiva o papel da arquitetura no contexto das mudanças climáticas e da degradação ambiental.
A ausência de Israel acontece dois meses depois de 23 mil artistas assinarem um documento para a remoção do país na Bienal de Veneza. À época, eles anunciaram a decisão de não fazer a exposição até que “um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns fosse alcançado”.
Vale lembrar que a Palestina não é reconhecida pela Itália como nação. Sendo assim, não possui um pavilhão permanente na Bienal. Dos 192 estados membros da ONU, 144 reconhecem a Palestina como um estado independente.
Mais em Globo Condé Nast
A guerra em Gaza começou em outubro de 2023, após militantes do grupo Hamas matarem 1,2 mil pessoas e terem feito 250 reféns em ataque a Israel. Estima-se que 36 mil palestinos, incluindo 15 mil crianças, foram mortos por forças israelenses, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).