Sustentabilidade

Por Redação


Vivemos em um momento crítico para a humanidade, onde as ações para garantir um futuro sustentável se tornam cada vez mais urgentes. O impacto das nossas escolhas diárias, seja dentro de casa ou nas cidades, é determinante para a saúde do planeta. Para fazer a diferença, é necessário adotar práticas que promovam a sustentabilidade em todos os aspectos de nossas vidas, desde a construção e o uso de nossos lares até a maneira como interagimos com o ambiente externo.

As mudanças urgentes para uma vida mais sustentável dentro e fora de casa — Foto: Carlos Macapuna/Getty Images
As mudanças urgentes para uma vida mais sustentável dentro e fora de casa — Foto: Carlos Macapuna/Getty Images

Nesse sentido, a arquitetura oferece um caminho promissor por meio de práticas de conceitos como bioarquitetura, biourbanismo e biomimética, enquanto no campo do design as pesquisas por biomateriais demonstram novas possibilidades, algumas inimagináveis até pouco tempo.

Descubra os temas mais urgentes quando o assunto é vida sustentável dentro e fora de casa:

Bioarquitetura, biourbanismo e biomimética

Nova York vai investir US$ 60 milhões em mais um trecho do parque elevado High Line, hoje com 2,3 km – a extensão, projeto de James Corner Field Operations, Diller Scofidio+Renfro e Piet Oudoulf, receberá paisagismo sustentável seguindo os preceitos do biourbanismo — Foto: Iwan Baan/Divulgação
Nova York vai investir US$ 60 milhões em mais um trecho do parque elevado High Line, hoje com 2,3 km – a extensão, projeto de James Corner Field Operations, Diller Scofidio+Renfro e Piet Oudoulf, receberá paisagismo sustentável seguindo os preceitos do biourbanismo — Foto: Iwan Baan/Divulgação

Quatro correntes da arquitetura, todas com um significativo prefixo em comum, engrossam as fileiras pela manutenção da vida: bioarquitetura, biofilia, biourbanismo e biomimética. “Estas vertentes trazem a noção de que o simbolismo do domínio não cabe mais, que somos parte da natureza e é tempo de nos conectarmos com ela sob a perspectiva do cuidar, do bem viver, com responsabilidade individual e coletiva”, resume Rodrigo Mindlin Loeb, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Para tanto, é crucial ouvir cada vez mais outras áreas. “Sem dúvida, carecemos de uma abordagem transdisciplinar, porque os desafios são sistêmicos e complexos. Isso inclui dialogar com as pessoas, os moradores das cidades, os povos originários, as comunidades tradicionais, os cientistas”, finaliza. Saiba mais sobre os novos caminhos sustentáveis da arquitetura.

Os biomateriais

Amostras do Mylo, tecido capaz de substituir o couro, composto de micélio (a parte fibrosa dos cogumelos) cultivado em laboratório — Foto: Divulgação
Amostras do Mylo, tecido capaz de substituir o couro, composto de micélio (a parte fibrosa dos cogumelos) cultivado em laboratório — Foto: Divulgação

Resíduos de cana-de-açúcar se convertem em plástico, folhas de cactos e ramos de cogumelos resultam em alternativas para o couro. Desejos para um mundo mais ecologicamente correto? Melhor: isso já é realidade. Esse tipo de matéria-prima preparada com base em plantas e substâncias orgânicas (graças a pesquisas de bioquímica e bioengenharia) recebe o nome de biomaterial, termo da medicina já incorporado ao vocabulário do design – em 2019, os organizadores do London Design Festival elegeram essas descobertas como material do ano. Conheça os biomateriais e como eles têm substituído compostos poluentes na indústria.

O papel da economia circular

Para fazer design não podemos olhar só para o nosso umbigo, precisamos inventar ecossistemas com novos modelos de negócios. Costumo dizer: mude para mudar. Uma frase simples, mas ao lê-la duas ou três vezes percebemos a dificuldade de modificar nosso comportamento para que as coisas realmente se transformem."
— Christian Ullmann, professor e consultor no Centro de Inovação do IED Brasil
Banco Pino, de Christian Ullmann, montado somente com materiais provenientes de postes de iluminação da Enel — Foto: Divulgação
Banco Pino, de Christian Ullmann, montado somente com materiais provenientes de postes de iluminação da Enel — Foto: Divulgação

Afinal, existe design sustentável? Professor de design para sustentabilidade e inovação social, o argentino radicado no Brasil Christian Ullmann desmitifica a economia circular, questiona a formação dos designers e os provoca a repensarem seu papel na construção de um mundo mais verde. "Em tese, a economia circular segue três princípios: eliminar o conceito de lixo, manter os materiais no ciclo produtivo, regenerar o ecossistema natural. Quem faz isso? Ninguém. Cadê a eliminação do lixo? Não basta reduzir 10%. E o ciclo contínuo do material? Há 40 anos, as garrafas de cerveja retornáveis funcionavam bem porque eram todas iguais e tinham um custo, que era restituído quando se devolvia o casco. Agora, cada marca adota um modelo. Estamos agindo errado há quanto tempo? Uma hora vem a conta", reflete. Confira a entrevista na íntegra.

O fator cultural na construção da sustentabilidade

No Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana (2016), em Washington, a pele de bronze alude ao artesanato — Foto: Divulgação
No Museu Nacional da História e Cultura Afro-Americana (2016), em Washington, a pele de bronze alude ao artesanato — Foto: Divulgação

Com escritório em três continentes, David Adjaye se define como um interessado nos assuntos do mundo. Nem poderia ser diferente para um filho de diplomata que vivenciou uma infância nômade, concluiu a educação formal em Londres e investiu os 11 primeiros anos de sua carreira viajando pelos 54 países da África, numa jornada que o despertou para a riqueza da diversidade. Apreensivo com o ritmo da degradação ambiental, ele fala, nesta conversa exclusiva com a Casa Vogue, sobre a influência das mudanças climáticas na arquitetura e a oportunidade única, disponível apenas às nações em desenvolvimento, de “acertar as coisas de primeira” – no sentido de implantar grandes infraestruturas seguindo os princípios da sustentabilidade. Confira aqui.

Madeira engenheirada, a bola da vez

A capela do Sacromonte Landscape Hotel, concluída em 2017 pelo Mapa Arquitetos, já se tornou um marco na paisagem uruguaia – com 27 m², sua estrutura híbrida de madeira laminada cruzada colada (CLT) e aço nasceu em uma fábrica portuguesa e foi montada num único dia depois de transportada para o local definitivo — Foto: Tali Kimelman
A capela do Sacromonte Landscape Hotel, concluída em 2017 pelo Mapa Arquitetos, já se tornou um marco na paisagem uruguaia – com 27 m², sua estrutura híbrida de madeira laminada cruzada colada (CLT) e aço nasceu em uma fábrica portuguesa e foi montada num único dia depois de transportada para o local definitivo — Foto: Tali Kimelman

Ainda incipiente na construção civil brasileira, esta preciosa fonte renovável ganha relevância em sua versão engenheirada. A matriz sustentável se destaca pelo reduzido impacto ambiental casado com alta tecnologia – e por ser linda como ela só. O método não é novo, diga-se. A primeira patente registrada que detalha o uso de madeira laminada colada (MLC) data de 1911, na Alemanha. Aqui, embora as pioneiras Laminarco e Esmara já explorassem essa idéia desde o fim da década de 1950, pode-se dizer com segurança que o salto quântico se deu a partir de meados dos anos 2010, quando a Ita Construtora, do engenheiro Hélio Olga, adotou a MLC em toda a sua produção de estruturas (que já era industrializada desde 1987). Pouco tempo depois, o potencial dessa tecnologia obteve visibilidade internacional por meio de um projeto celebrado mundialmente. Saiba mais aqui.

Litorais (mais) resilientes

Casa em Ubatuba, no litoral de São Paulo, assinada pelo escritório 24 7 Arquitetura — Foto: Adriano Pacelli
Casa em Ubatuba, no litoral de São Paulo, assinada pelo escritório 24 7 Arquitetura — Foto: Adriano Pacelli

Todo esforço é necessário para evitar que eventos climáticos extremos levem mais vidas, causem estragos importantes na infraestrutura urbana e acirrem o óbvio: a falta de acesso à terra, a desigualdade social e a pressão imobiliária que têm levado muitas cidades litorâneas no Brasil a um estado alarmante de vulnerabilidades. Descubra possíveis bons exemplos de ocupação de áreas costeiras - em duas realidades bastante distintas - que podem inspirar a construção de caminhos mais seguros, sustentáveis e socialmente justos em direção à adaptação urgente das cidades.

Ainda que a crise climática seja socialmente injusta por excelência, afetando primeiramente as populações mais pobres, periféricas, os negros e as mães solo, muitas cidades foram construídas no Brasil tapando rios, por exemplo, sem olhar para a questão da drenagem. Quando chove, alaga porque a água vai buscar o curso dos rios que não estão mais lá”
— Suely Araújo, especialista sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima

O respiro dos parques alagáveis

O Parque Barigui, em Curitiba, é considerado um parque alagável — Foto: agustavop/Getty Images
O Parque Barigui, em Curitiba, é considerado um parque alagável — Foto: agustavop/Getty Images

A ação do homem e as emissões de gases de efeito estufa levaram a condições de clima e temperatura severas. Segundo relatório do IPCC, o mundo já aqueceu quase 1,3°C em relação ao período anterior à Revolução Industrial (1850-1900), o que proporcionou um aumento de 6,7% da quantidade de chuvas no Brasil, ocasionando desastres como as recentes enchentes do Rio Grande do Sul. O cenário devastador jogou luz sobre como mitigar os efeitos das mudanças climáticas, difundindo conceitos urbanísticos como os parques alagáveis, tidos como alternativas diante da emergência climática. Saiba mais aqui.

Não podemos enfrentar os desafios climáticos do século XXI com a infraestrutura e o urbanismo do século XX"
— Pedro Henrique de Christo, arquiteto, urbanista e mestre em Políticas Públicas pela Harvard University

Os caminhos para a reconstrução de cidades no Rio Grande do Sul

Vista aérea da destruição e da rua submersa após fortes enchentes atingirem a cidade de Roca Sales, no Rio Grande do Sul — Foto: Anadolu/Getty Images
Vista aérea da destruição e da rua submersa após fortes enchentes atingirem a cidade de Roca Sales, no Rio Grande do Sul — Foto: Anadolu/Getty Images

Casas submersas, edifícios alagados, ruas intransitáveis. Esse cenário se tornou frequente em diversas cidades no Rio Grande do Sul desde o início das fortes chuvas que atingiram o estado. Em Porto Alegre, o nível recorde do Guaíba, além de falhas do sistema antienchente, permitiram o acúmulo das águas na cidade. Prédios foram cercados e muitos, até hoje, seguem assim. Impactos como esses podem deixar rastros nas edificações. Veja o que especialistas indicam como caminhos possíveis para a reconstrução das cidades atingidas.

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Quais plantas de interior escolher para uma casa com pouca luz? Se você achava que era uma missão impossível, vamos lhe dar uma notícia muito boa: existem espécies que se sustentam perfeitamente em cantos escuros. Escolha a sua preferida!

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