Clássicas, belas, perfumadas, coloridas. Rosas costumam encantar e agradar a todos, desde quem as cultiva até quem as recebe de presente. "As rosas são apreciadas pela humanidade desde a antiguidade. Sua origem é na Ásia, mas é uma planta bem distribuída pelo mundo. São conhecidas uma centena de espécies, muitas variedades, e elas se adaptam a diversas condições climáticas. Com alguns cuidados, as roseiras crescem e florescem lindamente", afirma o professor Moacir Carnelos, biólogo e coordenador do curso técnico em Paisagismo da Escola Técnica Estadual (Etec) de Artes.
Para cuidar bem de suas roseiras, é preciso dedicação e atenção aos detalhes. Em entrevista à Casa Vogue, o professor Carnelos respondeu as dúvidas mais frequentes das pessoas sobre as rosas. Confira na íntegra:
Qual o tipo de solo ideal para o plantio de rosas?
O substrato deve ser leve, permeável. As roseiras não gostam de solo encharcado, então é importante ter uma parte de terra e uma parte de areia, para ficar bem drenado. A terra deve ser um composto com matéria orgânica, húmus de minhoca ou esterco curtido. Uma vez ao mês, pode ser adicionada uma pequena quantidade de adubo orgânico, como farinha de osso ou adubo químico NPK (4-14-8).
É possível cultivar rosas em vasos ou apenas no jardim?
É possível cultivá-las nos dois formatos. As roseiras crescem bem em vasos e plantadas diretamente no solo. As plantas de vaso precisam ser transferidas para recipientes maiores assim que suas raízes não tiverem mais espaço para o seu desenvolvimento. Isso pode ser verificado quando elas começarem a aparecer nos furos no fundo do vaso.
Qual o clima ideal para as rosas? E a incidência solar ideal?
As roseiras gostam de sol, mas não apreciam muito calor e clima excessivamente seco. Sendo assim, a orientação é que, nas regiões mais quentes, elas fiquem em locais com cerca de cinco horas de iluminação direta. Já nas regiões mais frias, a exposição solar deve ser plena. É importante observar que plantas compradas em vaso precisam passar por uma adaptação gradual antes de receberem insolação plena.
O que evitar ao cultivar rosas? Qual o erro mais frequente?
Irrigação excessiva. As folhas e galhos das roseiras não devem ser molhadas, pois facilita o surgimento de fungos e outras doenças. Para fazer a irrigação correta é importante seguir as seguintes orientações: nos vasos, a irrigação pode ser feita por inundação, mergulhando o vaso numa bacia com água. Plantas no solo devem ser irrigadas apenas na parte mais baixa. A irrigação deve ser realizada de preferência pela manhã, sempre que o substrato estiver muito seco. Outro erro comum é muita sombra: plantas com falta de insolação ficam fracas e isso facilita o ataque de animais e fungos. E também as podas insuficientes, já que sem podas as plantas não são estimuladas para o crescimento e florescimento.
Qual o "segredo" para ter roseiras floridas e com vida longa?
Quanto tempo duram as rosas?
Rosas compradas em buquês podem durar bastante tempo se, regularmente, for removida uma pequena parte da haste.
Como e quando podar roseiras?
Roseiras precisam ser podadas e adubadas sempre que se desejar floração. Os ramos com flores velhas ou murchas devem ser retirados. Isso vai provocar o crescimento de novos botões.No inverno, deve ser feita uma poda maior, retirando os ramos com má formação, doentes e excessivos, para que a planta desenvolva novos ramos sadios na primavera.
Como fazer muda de rosa? E qual é a melhor forma de plantar rosas?
Roseiras podem ser cultivadas a partir de sementes ou estacas. As sementes são plantadas em areia, que facilita a sua transferência para o vaso ou solo, após a germinação. Estacas são hastes retiradas de plantas adultas, com cerca de 10 centímetros, inseridos diretamente no substrato. Essas estacas podem ser aproveitamentos das podas.
Qual a praga mais frequente nas rosas e como cuidar?
A roseira precisa de certos cuidados para evitar ataques de animais ou fungos. Formigas cortadeiras atacam frequentemente plantas doentes ou mal cuidadas. Para o manejo dessa situação, podem ser utilizadas iscas com veneno formicida, limitadores de acesso (uma barreira física) ou, ainda, plantio de gergelim no entorno da roseira. Os pulgões são bastante comuns em plantas com excesso de adubação e podem ser combatidos com calda de fumo, calda de detergente ou uma solução de álcool isopropílico 70%. Problema com fungos também são comuns e surgem com o excesso de umidade. Os fungos mais conhecidos são chamados de pinta preta e oídio. Podem ser controlados com a remoção dos galhos afetados e aplicação de calda bordalesa (sulfato de cobre). Esse tratamento também é indicado para o combate de ácaros nas folhas.