Viagem
As estufas mais lindas do mundo
Aprecie os desenhos desses edifícios, que são tão impressionantes quanto as maravilhas naturais de dentro
5 min de leituraAs pessoas vêm tentando superar as estações cultivando plantas em ambientes controlados desde o Império Romano. A medida que os métodos se tornavam mais sofisticados e bem-sucedidos, as estruturas também se tornavam mais elaboradas e ocupavam lugar de destaque nas propriedades da realeza e nobreza, como a l'Orangerie no Château de Versailles. A estufa como a conhecemos hoje, um edifício de vidro e ferro ornamentado, tornou-se mais comum durante o século XIX, quando os materiais se tornaram mais acessíveis. Exemplos surpreendentes agora são encontrados em todo o mundo, desde conservatórios clássicos em estilo vitoriano em Londres até estufas elegantes e modernas na Austrália. Nós reunimos estufas imperdíveis para os fãs de arquitetura e jardinagem agregando sugestões de Anderson Santos, coordenador da Escola de Botânica de São Paulo e de Julia Rettmann, arquiteta sócia-fundadora da Selvvva junto com Denise Yui, também arquiteta. Confira essas estufas e já coloque em sua agenda arquitetônica e cultural.
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Palm House, no Schönbrunn Palace Park, em Viena, é composta por 45 mil folhas de vidro e carrega o vulgo da maior casa de vidro da Europa continental. Concebido pelo designer Franz von Segenschmid e construído pelo metalúrgico Ignaz Gridl na década de 1880, é agora um Patrimônio Mundial da UNESCO. Schoenbrunn.at
Temperate House, a maior das estufas de Kew Royal Botanic Gardens, em Londres, foi construída em 1860 por Decimus Burton para abrigar a crescente coleção da região de plantas temperadas coletadas em todo o mundo, são espécies da África, Austrália, Nova Zelândia, Ásia e Pacífico. É a maior estufa vitoriana do mundo.
Palm House, também de Kew Royal Botanic Gardens, em Londres é outra que integra sua vastidão botânica. Inspiradora por ser uma das maiores estufas de palmeiras, hoje agrega ao seu redor o Jardim das Rosas, seguindo a planta original da época de construção, 1848. Nessa estufa é possível encontrar o nosso Babaçu. "É a mais incrível que já visitei", declara Anderson Santos, da Escola de Botânica e um sonho de destino a ser visitado por Julia Rettmann, da Selvvva, "um sonho, talvez, um pouco óbvio quando o assunto são estufas maravilhosas, é visitar o Kew Gardens em Londres".
Conservatório Enid A. Haupt, Jardim Botânico de Nova York, compõe outra das indicações de Anderson e Julia. De estilo vitoriano, o edifício possui um Palm Court central de 27 metros de altura e 11 galerias interconectadas, que abrigam diferentes habitats. Situada em torno de duas piscinas externas, a estufa mede cerca de 122 metros de comprimento e contém 5.182 metros de painéis de vidro. Concluída em 1902, com base nos planos do arquiteto William R. Cobb e da firma de design de estufas Lord & Birnham, foi declarada um marco em Nova York em 1975 e agora contém plantas tropicais e desérticas para estudo e exibição. nybg.org
Conservatório Jardim Botânico dos Estado Eunidos, em Washington DC, é outra estufa em território estadunidense que chama atenção por sua opulência e possibilidade constante de visitação. Isso porque fica aberta ao público todos os dias do ano, incluindo domingos e feriados, configurando-se o mais antigo jardim botânico dos Estados Unidos ainda em funcionamento. Esta e a estufa de Nova York foram visitadas por Julia, quem além de indicar, declara serem maravilhosas. Vale conferir!
Jardim Botânico de Curitiba, no sul do Brasil, também dá um show com suas estufas. A princiapl delas, construídas pelo arquiteto Abraão Assad, em 1991, conta com três abóbadas do estilo Art nouveau e foi inspirada no Palácio de Cristal de Londres, do século XIX. Toda a área do jardim contém um total de 278 mil metros quadrados, incluindo o bosque com mata atlântica preservada.
Jardim botânico de São Paulo, no oeste brasileiro, foi indicado por Julia e Anderson pela diversidade de plantas que o local abriga, em meio a uma das cidades mais populosas do planeta, que não poderíamos deixar de mencionar. Fundado em 1928, o Jardim se preocupa com a natureza e a biodiversidade, abrigando diversos seres vivos como árvores em risco de extinção e 139 espécies de aves. Suas estufas históricas representam dois biomas brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado, respectivamente.
Viveiro Manequinho Lopes, localizado dentro do Parque do ibirapuera, na região central da cidade de São Paulo, abriga 10 estufas responsáveis pela produção de mudas das mais variadas finaldiades. Com o nome que homenageia o biólogo responsável pela crianção das plantas que formariam o Parque do Ibirapuera, Manequinho Lopes, o lugar tem suas mudas destinadas a gestão municipal que as utiliza em praças, parques, canteiros e equipamentos públicos como escolas e postos de saúde. O endereço também foi indicado por Julia, pela influência na formação profissional e científica dela e de Denise Yui, propiciando que fizessem cursos gratuitos e aprofundassem os estudos sobre as plantas.
Conservatório Muttart localizado em terras canadenses, Alberta, tem forma de pirâmide e foi construído pelo arquiteto Peter Hemingway em 1976. Sugestão de Anderson, o conservatório é composto por quatro edifícios piramidais que abrigam plantas tropicais das regiões tropical, temperada e árida, e ainda uma das pirâmides exibe shows, conforme as estações do ano. Tudo em um contraste moderno com a pradaria ao redor. muttartconservatory.ca
Concluída em 1840, a Palm House em Belfast Botanic Garden da Irlanda, é um dos primeiros exemplos da estufa vitoriana. Apenas dez anos antes, o desenvolvimento da fabricação de vidro apresentava chapas de seis pés, que, quando combinadas com molduras de ferro fundido, podiam criar cúpulas de vidro com altura suficiente para permitir a luz necessária para palmeiras tropicais. A curvilínea Palm House foi projetada pelo arquiteto Charles Lanyon e construída pelo ferreiro Richard Turner - um dos primeiros construtores a montar materiais pré-fabricados como vidro e ferro no local. belfastcity.gov.uk
Estufas Reais de Laeken, no norte de Bruxelas, se impõem seguindo o estilo popular da época. Construído pelo arquiteto Alphonse Balat, o complexo de estufas foi estinado ao rei belga Leopoldo II em 1873. Com suas cúpulas de vidro e pavilhões altos, ele surge como uma cidade de vidro da paisagem de Bruxelas. monarchie.be
Jardim Botânico Nacional de Kirstenbosch, situado na Cidade do Cabo, África do Sul, é a outra sugestão de Anderson Santos. O jardim botânico abriga cinco dos seis biomas sul-africanos e apresenta em seu centro o enorme Baobá.
A pequena estufa mexicana de vidro e aço no Jardin des Plantes de Paris foi uma das primeiras desse tipo, criada pelo arquiteto Charles Rohault de Fleury na década de 1830, quando a construção de tais materiais acabara de se tornar popular. jardindesplantes.net
* Esta reportagem foi modificada da originalmente publicada na Architectural Digest
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