Apartamentos
A casa cheia de cores de Astrid Fontenelle em São Paulo
Há 17 anos a jornalista e apresentadora vive em um espaçoso dúplex na capital paulista, onde uma mudança nos ambientes comandada por Neza Cesar e Sergio De Divitiis concentrou-se mais em reaproveitamentos do que em aquisições. Nada está ali por acaso: um novelo de histórias conecta cada peça que se vê na moradia
3 min de leituraNo dúplex da jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle, a piscina na varanda era uma pedra no sapato, um cisco no olho: incomodava. Ocupava uma área considerável sem sequer ser aproveitada. Um amigo sugeriu que fosse retirada. A ideia parecia boa, mas morreu ali. Corta para um bazar em São Paulo em que Astrid se encanta com uma mesa do Studio Green Lab, de Sergio De Divitiis. O problema é que a peça – única –, já havia sido arrematada. Entra em cena a designer de interiores Neza Cesar, mulher de De Divitiis e amiga de Astrid, prometendo que fariam um exemplar para ela. “Pensei: chegou a hora de quebrar a varanda”, conta a jornalista.
A piscina saiu e, em seu lugar, foi instalada a mesa, artesanal, grande, sólida. Com ela veio um projeto de Neza, em colaboração com De Divitiis, que incluía outros itens do Green Lab, como uma mesa de centro e um sofá. Foi assim que a proprietária entreviu a possibilidade de desfrutar finalmente daquele espaço em forma de L. “A varanda ficou tão legal que decidi mexer no restante do apartamento”, revela.
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Durante a reorganização, Neza sentiu falta de um tapete no décor. Astrid disse que ela poderia pegar algum dos que guardava no depósito da garagem. E de lá subiram oito modelos, com estampas e tamanhos variados. “A Neza parecia uma criança enlouquecida”, recorda Astrid. Todos foram usados, compondo um patchwork que cobre o living e a sala de jantar à moda turca.
Ao longo de quase um ano, a metamorfose aconteceu. O sofá, ideal para um home theater, mas nem tanto para o estar, teve uma das extremidades encurtada e ganhou revestimento de veludo berinjela. O bege das paredes desapareceu sob o laranja e o lilás. Móveis mudaram de lugar no living e peças migraram de outros cômodos. “Ela já tinha muitas coisas boas”, conta Neza,“mas o modo como estavam dispostas não as favorecia”. Arte nunca faltou e a coleção jamais parou de crescer. O filho Gabriel, de 10 anos, que acompanha a mãe em galerias e museus, ajuda a escolher uma ou outra obra para a casa.
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O único entrave no processo aconteceu com a vinda do marido Fausto Franco, que morava na Bahia – um dedicado degustador de vinhos que veio com duas adegas na bagagem. A tarefa de abrigá-las no vão da escada resultou em uma moldura branca de marcenaria, um jê ne c’est quoi que destoava do entorno. A solução surgiu na forma de um papel de parede que voltou a integrar visualmente os ambientes.
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A cada viagem, uma lembrança é incorporada ao imóvel. No ano passado, a jornalista voou para Moçambique, onde participou de um encontro com mulheres de nove países de língua portuguesa – e aproveitou para encher a mala com capulanas, tradicionais tecidos africanos, que se transformaram em revestimento para as cadeiras da sala de jantar. Durante o evento em Maputo, capital do país, Astrid discorreu sobre assédio sexual. Ela, que é embaixadora no Brasil da ONG Plan International (focada no desenvolvimento de crianças em áreas de alto risco, onde meninas se casam para fugir da fome), cita um dado alarmante: o Brasil é o quarto país do mundo em número de casamentos infantis. “Veja só, por causa de uma cadeira, eu me lembro dessas histórias todas.” Acredite, as histórias não terminam por aí – elas estão em cada item desta casa.