Casa Vogue Experience
9 dúvidas sobre vinho respondidas por especialista
O sommelier Cassiano Borges tirou diversas dúvidas sobre o consumo, armazenamento e produção de vinho em palestra realizada no Casa Vogue Experience 2021
3 min de leituraO segundo sábado de Casa Vogue Experience 2021 não poderia ter algo melhor do que o vinho para acompanhar seu encerramento. Em uma experiência enológica exclusiva, o sommelier Cassiano Borges falou aos convidados sobre os vinhos produzidos no sul da Itália em uma palestra oferecida pela Natuzzi.
Com 15 anos de experiência no trabalho com vinho, o especialista pôde dar detalhes a respeito da produção e do consumo da bebida, desde as vinícolas do Mediterrâneo até a chegada às taças dos consumidores. Os inscritos na palestra também puderam experimentar dois rótulos e identificar as características de sabor e aroma indicados pelo sommelier.
Conheça abaixo 9 dúvidas sobre vinho que foram respondidas pelo especialista!
1. Vinho não precisa ser velho para ser bom
Um dos grandes mitos que devem ser rebatidos, quando se fala de vinho, é a premissa de que a bebida só será boa se possuir décadas ou até centenas de anos. “A grande maioria dos vinhos é construída para ser tomada jovem”, explicou o especialista.
Segundo Cassiano, para se fazer um vinho que envelhece em 20 ou 30 anos, por exemplo, a uva tem que ser de uma qualidade extrema e, consequentemente, rara.
2. Conhecer o envelhecimento do vinho é fundamental
Mesmo que não sejam décadas, o tempo de envelhecimento do vinho deve sempre ser considerado pelo consumidor. “Há rótulos que precisam de um determinado período de maturação para poder alcançar o seu máximo de aroma e sabor”, disse o sommelier.
Para ter acesso a esse tipo de informação, a compra em lojas especializadas é recomendação de Cassiano. “Muitas informações desse tipo você também pode encontrar em sites na internet, então vale fazer a pesquisa”, recomendou.
3. O produtor faz toda a diferença
O especialista também reforçou que, mesmo sendo do mesmo tipo, vinhos podem ter características diferentes a depender da região de produção. “Sempre experimente variedades de outros produtores antes de decidir se você gosta ou não de determinada categoria de vinho”, aconselhou.
4. Como a garrafa deve ser guardada?
Se você é do tipo de pessoa que sempre teve a dúvida se deve guardar a garrafa de vinho em pé ou deitada, a boa notícia é que o sommelier também falou sobre isso. Segundo ele, o propósito de guardar a garrafa na horizontal é fazer com que a bebida encoste na rolha e, assim, não haja como o oxigênio passar por ela para fazer a bebida oxidar.
Por isso, o vinho pode, sim, ser guardado na vertical, mas desde que a intenção seja consumi-lo em até poucos meses. Se a ideia for que o rótulo dure aberto por mais tempo, o ideal, então, é que ele seja mantido de forma deitada, evitando que estrague.
5. E onde o vinho não pode ser mantido?
É claro que nem todo mundo tem uma adega em casa, mas isso não te impede de manter as garrafas de vinho guardadas da melhor maneira. Segundo Cassiano, a melhor maneira de não envelhecer a bebida é mantê-la em temperatura constante – nem muito quente, nem muito fria.
Por isso, manter áreas de vinho na cozinha não é indicado, já que ele pode ser estragado pela proximidade com a alta temperatura do fogão. "Você até pode guardar o vinho na geladeira, mas desde que ele seja consumido por inteiro em até, no máximo, um mês”, explicou o sommelier.
6. Congelador não é um vilão
Outro costume amado por uns e demonizado por outros é aquela colocadinha rápida da garrafa no congelador, assim que chega a visita. Segundo Cassiano, essa é uma prática totalmente aceitável e não vai estragar o seu vinho.
“Melhor fazer isso do que tomar a bebida fora do resfriamento ideal”, disse o especialista. Segundo ele, acima dos 20 °C o sabor do álcool fica muito ressaltado no vinho – e o mesmo acontece quando o mesmo está mais gelado que o ideal.
7. Vinho de rolha é sempre melhor? Mito!
Outro mito abordado pelo sommelier foi o relacionado à existência (ou não) da rolha. De acordo com ele, está equivocado quem pensa que o item define a qualidade de uma bebida: “Como já explicamos, o uso da rolha, feita de um material poroso, ajuda o vinho a envelhecer. Se ele for do tipo de consumo rápido, porque a rolha seria necessária?”. Nesses casos, a tampa cumpre perfeitamente o propósito principal de proteger a bebida.
8. O clima interfere na qualidade da uva
Segundo Cassiano, o clima local tem grande interferência na qualidade da uva que é produzida. “Em ambientes mais quentes, como a região do Mediterrâneo, as uvas possuem coloração e teor alcoólico mais fortes”, explicou. Já vinhos feitos de uvas vindas de regiões mais frias têm como principal característica uma maior acidez.
9. O relevo também importa
Outro fator que faz diferença no tipo de uva a ser colhida é o tipo de relevo. Os vinhos produzidos na região italiana da Sicília, por exemplo, possuem a acidez como traço fundamental, apesar das altas temperaturas. A explicação? Ali, as uvas são cultivadas em região de colina, onde o amadurecimento ocorre em alta altitude e, consequentemente, de forma lenta.