O existencialismo é uma corrente filosófica centrada na experiência subjetiva do indivíduo, focando-se na liberdade e responsabilidade pessoal diante da existência. Entre suas principais características estão a angústia provocada pelas escolhas livres e a busca pela autenticidade, que rejeita influências externas. A filosofia existencialista se divide em duas vertentes: o existencialismo ateísta, de Sartre, que nega a existência de Deus; e o existencialismo cristão, de Kierkegaard, que enxerga na fé um salto necessário para a realização humana.
No centro das ideias existencialistas, está a defesa da liberdade absoluta, da responsabilidade total e da vivência autêntica, confrontando o vazio e o absurdo da existência. Seus pilares incluem liberdade, autenticidade, angústia e compromisso; filósofos como Sartre, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger e Marcel contribuíram com diferentes perspectivas sobre a condição humana.
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O existencialismo é uma corrente filosófica que se desenvolveu entre os séculos XIX e XX, focando-se na experiência individual e subjetiva da existência. Diferente de outras correntes filosóficas, o existencialismo valoriza a subjetividade e coloca o indivíduo no centro das questões filosóficas. Esse movimento não possui uma estrutura sistemática e unificada, variando de acordo com os enfoques de cada filósofo. No entanto, em geral, o existencialismo trata das questões fundamentais da liberdade, responsabilidade, angústia e autenticidade.
Algumas características centrais do existencialismo incluem o enfoque na liberdade individual e na responsabilidade pessoal. O movimento explora o conceito de “existência precede a essência”, em que a existência de uma pessoa é um processo contínuo de definição, construída por escolhas e ações.
Além disso, a angústia é uma característica significativa, entendida como uma reação ao peso da liberdade e à responsabilidade pelas próprias escolhas. A autenticidade é outro ponto fundamental, representando a busca por uma vida que não seja guiada por influências externas ou sociais, mas que seja vivida de forma fiel aos próprios valores.
O existencialismo se ramifica em diferentes vertentes, sendo as principais o existencialismo ateísta e o existencialismo cristão:
Ambos os tipos compartilham o foco na individualidade e autenticidade, mas divergem em suas bases religiosas e implicações para a liberdade e o significado da vida.
O existencialismo desenvolve algumas ideias-chave, dentre as quais se destacam a liberdade absoluta, a responsabilidade pessoal e a autenticidade. Os existencialistas acreditam que, sem uma natureza predeterminada, os indivíduos são livres para se moldarem e são, portanto, inteiramente responsáveis por suas escolhas e por quem se tornam.
O conceito de “mau-fé” também é importante, referindo-se a situações em que o indivíduo nega sua liberdade, atribuindo suas ações a fatores externos para evitar assumir responsabilidade. Além disso, o existencialismo reconhece o absurdo da existência, que surge da busca por sentido em um universo que não oferece respostas claras ou definitivas.
O existencialismo se sustenta em alguns pilares essenciais, como liberdade, autenticidade, angústia e compromisso:
Esses pilares norteiam a busca existencialista pela autodefinição e pelo enfrentamento das condições da existência humana.
Entre os filósofos mais proeminentes do existencialismo estão Jean-Paul Sartre, Søren Kierkegaard, Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Gabriel Marcel. Cada um contribuiu com perspectivas distintas, mas todos compartilhavam o interesse pelo ser humano e pelas questões existenciais.
Kierkegaard é visto como um precursor do existencialismo, trazendo uma abordagem cristã. Nietzsche trouxe ideias sobre o niilismo e a superação dos valores tradicionais, enquanto Heidegger explorou o ser como “Dasein”, a existência autêntica. Sartre, por sua vez, destacou-se pelo enfoque ateísta, e Marcel pelo existencialismo cristão, com uma forte inclinação espiritual.
Jean-Paul Sartre é um dos mais destacados expoentes do existencialismo. Em sua obra O Ser e o Nada, ele explora a liberdade radical e a ideia de que o ser humano está condenado a ser livre. Para Sartre, a liberdade é uma característica intrínseca da condição humana, e cabe ao indivíduo criar seu próprio sentido e propósito. Ele também desenvolve o conceito de “mau-fé”, explicando que muitos evitam a responsabilidade de suas escolhas ao se refugiarem em desculpas ou estruturas sociais. Sartre acreditava que, ao vivermos autenticamente, devemos confrontar o vazio e o absurdo da existência, sem recorrer a justificativas externas. Para saber mais detalhes sobre o existencialismo de Sartre, clique aqui.
Søren Kierkegaard é considerado o precursor do existencialismo, com uma abordagem profundamente religiosa e focada na subjetividade. Para Kierkegaard, a filosofia começa com o desespero e a angústia que a liberdade provoca. Ele via a vida como uma série de escolhas que revelam a verdadeira essência do ser. Em sua concepção, a verdadeira autenticidade e paz somente podem ser encontradas na fé, que é um salto necessário para o sentido da existência.
Kierkegaard diferencia três estágios da vida: o estético, o ético e o religioso. No estágio estético, o indivíduo busca prazer e satisfação, mas acaba em frustração e desespero. No estágio ético, opta pela responsabilidade e pelas normas sociais, mas ainda carece de uma conexão com o transcendente. O estágio religioso, segundo Kierkegaard, é onde o indivíduo encontra a verdadeira autenticidade, através de um compromisso pessoal com Deus e a fé.
Questão 1
O existencialismo é uma corrente filosófica que coloca o indivíduo como protagonista de sua própria existência, destacando a importância da liberdade e da responsabilidade pessoal em um universo onde cada ser humano é responsável por definir o próprio sentido da vida. Com base nas ideias existencialistas de Sartre e Kierkegaard, qual das alternativas melhor expressa a diferença entre o existencialismo ateísta e o cristão?
A) O existencialismo cristão afirma que a liberdade é determinada por normas sociais, enquanto o ateísta defende que ela é limitada pela fé.
B) Sartre e Kierkegaard acreditam que o sentido da vida só pode ser encontrado por meio da negação de Deus.
C) Para o existencialismo ateísta, o ser humano é responsável por definir seu próprio sentido, enquanto o existencialismo cristão enxerga o sentido da vida por meio da fé em Deus.
D) O existencialismo cristão defende a renúncia total à liberdade humana, enquanto o ateísta nega a responsabilidade pessoal.
E) Kierkegaard e Sartre defendem que o sentido da vida depende exclusivamente da sociedade.
Resolução:
Alternativa C.
A alternativa C reflete a diferença essencial entre as abordagens de Sartre e Kierkegaard: enquanto Sartre acredita que o indivíduo, em um universo sem Deus, deve criar seu próprio propósito, Kierkegaard vê na fé um salto necessário para se atingir o verdadeiro sentido da existência.
Questão 2
O existencialismo, como filosofia, enfatiza que a liberdade é uma condição central da vida humana e que o indivíduo deve viver de forma autêntica, assumindo responsabilidade por suas escolhas. Considerando o conceito de autenticidade no existencialismo, qual das alternativas exemplifica corretamente uma atitude autêntica?
A) Uma pessoa que escolhe seguir uma carreira por pressão familiar, sem questionar seu próprio desejo.
B) Um indivíduo que muda suas opiniões para agradar aos colegas, evitando conflitos.
C) Uma pessoa que aceita um emprego indesejado por acreditar que “não há outra escolha”.
D) Alguém que decide seguir uma vocação artística, mesmo sabendo que isso pode não lhe garantir estabilidade financeira.
E) Um indivíduo que abandona seus projetos pessoais para seguir a expectativa da sociedade.
Resolução:
Alternativa D.
A alternativa D representa a ideia de autenticidade existencialista, pois a pessoa faz uma escolha baseada em valores e desejos próprios, assumindo a responsabilidade pelas consequências dessa decisão.
Crédito de imagem
[1] Moshe Milner / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
ARAÚJO, Luís de. Kierkegaard – prelúdio ao existencialismo. Filosofia. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, v. 31, p. 77-82, 2014.
SCHNEIDER, Daniela Ribeiro. Caminhos históricos e epistemológicos da psicologia: contribuições da fenomenologia e existencialismo. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 57–72, 2011. DOI: 10.5007/cbsm.v1i2.68474. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/68474. Acesso em: 7 nov. 2024.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/existencialismo.htm