Orações subordinadas

As orações subordinadas são aquelas que desempenham uma função sintática de outra oração, chamada de principal. São divididas em substantivas, adjetivas e adverbiais, que, por sua vez, têm subdivisões específicas, a saber:

• Orações subordinadas substantivas: objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, apositivas, subjetivas e predicativas.
• Orações subordinadas adjetivas: restritivas e explicativas.
• Orações subordinadas adverbiais: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

Leia também: Diferença entre período, frase e oração

Tópicos deste artigo

• 1 - Resumo sobre orações subordinadas
• 2 - O que são orações subordinadas?
• 3 - Tipos de orações subordinadas
  • Orações subordinadas substantivas
  • Orações subordinadas adjetivas
  • Orações subordinadas adverbiais
• 4 - Diferenças entre orações subordinadas e orações coordenadas
• 5 - Exercícios sobre orações subordinadas

Resumo sobre orações subordinadas

• As orações subordinadas são aquelas que desempenham uma função sintática de outra oração, chamada de principal.
• As orações subordinadas são divididas em: substantivas, adjetivas e adverbiais. 
• As orações subordinadas substantivas cumprem as funções dos substantivos.
• As orações subordinadas adjetivas cumprem as funções sintáticas dos adjetivos.
• As orações subordinadas adverbiais cumprem as funções sintáticas dos advérbios.
• As orações subordinadas não têm autonomia sintática, por isso não podem vir separadas da oração principal.

O que são orações subordinadas?

As orações subordinadas são aquelas que desempenham uma função sintática de outra oração, chamada de principal. Nos períodos compostos, cada frase tem mais de uma oração, elas podem ser dependentes ou independentes entre si. Quando há uma relação de dependência, há uma relação de subordinação.

Exemplo:

Ela percebeu que eu estava diferente.

oração principal              oração subordinada

No exemplo acima, há duas orações “Ela percebeu’ e “que eu estava diferente”. O verbo perceber exige uma complementação (percebeu o quê?), ou seja, necessita de um objeto direto. A segunda oração está justamente ocupando essa posição de complemento do verbo. Sendo assim, “que eu estava diferente” é uma oração subordinada de “Ela percebeu”, pois completa o sentido do seu verbo, ou seja, desempenha uma função sintática da oração principal.

Tipos de orações subordinadas

• Orações subordinadas substantivas

As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem as funções sintáticas geralmente desempenhadas por substantivos em períodos simples. Elas são subdivididas em:

1. Oração subordinada substantiva subjetiva

As orações subordinadas substantivas subjetivas são aquelas que desempenham a função de sujeito da oração principal, como é possível observar nos exemplos abaixo:

É fundamental o comprometimento da equipe.

                           (sujeito)

É fundamental que a equipe comprometa-se com o projeto.

                          (sujeito)

Nos dois exemplos acima, temos sujeitos alocados após o verbo, na primeira frase, o sujeito é um sintagma nominal, ou seja, sem verbo, logo, não é uma oração “o comprometimento da equipe”. Na segunda frase, no entanto, nota-se que é uma oração que ocupa essa mesma posição de sujeito “que a equipe comprometa-se com o projeto”.

Observe que é a mesma função sintática, a única diferença é que, no primeiro exemplo, o período é simples (um único verbo) e, no segundo, há um período composto por subordinação, pois temos duas orações e uma delas cumpre a função sintática de sujeito da oração principal.

2. Oração subordinada substantiva predicativa

As orações subordinadas substantivas predicativas são aquelas que desempenham a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal.

Nosso sonho era que ela continuasse estudando.

                               (predicativo do sujeito)

No exemplo acima, há duas orações: “Nosso sonho era” e “que ela continuasse estudando”. O verbo “ser” da oração principal faz o papel de ligar o sujeito “nosso sonho” com o predicativo desempenhado pela oração subordinada “que ela continuasse estudando”; logo, há uma relação de subordinação da segunda oração com a primeira.

3. Oração subordinada substantiva completiva nominal

As orações subordinadas substantivas completivas nominais são aquelas que atuam como complemento de um nome da oração principal. Alguns substantivos, como “medo”, por exemplo, necessitam de complemento (medo de quê?).

Falaram que estão com medo de que o gerente demita a equipe.

                                             (complemento nominal)

No exemplo acima, há duas orações “Falaram que estão com medo” e “de que o gerente demita a equipe”. A segunda oração está desempenhando o papel de complementar o sentido da palavra “medo”. Como “medo” é um substantivo, trata-se de uma oração subordinada de função completiva nominal.

4. Oração subordinada substantiva objetiva direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas são aquelas que atuam como complemento dos verbos transitivos diretos, ou seja, os verbos que precisam de complemento, mas ligam-se diretamente a ele, sem necessidade de preposição.

A turma já sabe quanto custa o passeio.

                         (objeto direto)

No exemplo acima, há duas orações: “A turma já sabe” e “quanto custa o passeio”. A primeira oração tem como núcleo o verbo “saber”, o qual é transitivo direto (sabe o quê?), logo, exige um complemento. A segunda oração cumpre o papel de completar o sentido do verbo da oração principal, ou seja, exerce função de objeto direto.

5. Oração subordinada substantiva objetiva indireta

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas são aquelas que atuam como objeto indireto, pois complementam os verbos transitivos indiretos, ou seja, aqueles que precisam de complemento, mas ligam-se a eles por preposição.

Ela acreditou no que ele disse sobre o jantar.

                     (objeto indireto)

No exemplo acima, há duas orações: “Ela acreditou” e “no que ele disse sobre o jantar”. A primeira oração tem como núcleo o verbo “acreditar”, o qual é transitivo indireto (acredita em que?) e regido pela preposição “em”. A segunda oração cumpre o papel de completar o sentido do verbo da oração principal, por isso exerce função de objeto indireto.

6. Oração subordinada substantiva apositiva

As orações subordinadas substantivas apositivas atuam como aposto de um termo da oração principal, ou seja, explicam ou especificam um termo da oração principal.

Só me resta uma alternativa: esconder o remédio.

                                                 (aposto)

No exemplo acima, há duas orações: “Só me resta uma alternativa” e “esconder o remédio”. A primeira oração faz uma afirmação que fica com a informação vaga, visto que o termo “alternativa” não especifica qual tipo de estratégia seria utilizada. A segunda oração, portanto, cumpre o papel de explicar a palavra alternativa, exercendo, por isso, a função de aposto.

• Orações subordinadas adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são aquelas que desempenham a função que é geralmente exercida pelos adjetivos nos períodos simples.

1. Oração subordinada adjetiva explicativa

As orações subordinadas adjetivas explicativas são aquelas que cumprem o papel de realçar uma característica do termo anterior, o qual já está suficientemente definido.

O ser humano, que se considera racional, às vezes é o pior dos animais.

No exemplo acima, há duas orações: “O ser humano [...] às vezes é o pior dos animais” e “que se considera racional”. A primeira oração tem seu sentido completo, pois o termo “ser humano” é bem definido. A segunda oração, portanto, vem realçar o aspecto de que o ser humano tem, como uma de suas características, a crença de se achar racional. Sendo assim, a segunda oração é uma explicação do termo “ser humano”. As orações subordinadas explicativas devem vir intercaladas por vírgulas.

2. Oração subordinada adjetiva restritiva

As orações subordinadas adjetivas restritivas são aquelas que cumprem o papel de especificar ou definir um termo anterior.

Os alunos que passarem na prova viajarão em dezembro.

No exemplo acima, há duas orações: “Os alunos [...] viajarão em dezembro.” e “que passarem na prova”. A primeira oração tem o sentido completo, mas o termo “alunos” é abrangente e o sentido da frase pretende definir um grupo específico de alunos, “aqueles que passarem na prova”; logo, a oração subordinada adjetiva está restringindo o sentido de “alunos” para algo mais específico. As orações subordinadas adjetivas restritivas não utilizam vírgula.

Para saber mais sobre as orações subordinadas adjetivas, clique aqui.

• Orações subordinadas adverbiais

As orações subordinadas adverbiais são aquelas que desempenham a função geralmente exercida pelos advérbios no período simples.

1. Oração subordinada adverbial causal

As orações subordinadas adverbiais causais são aquelas que expressam a causa ou o motivo para que determinado fato ocorra.

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi intensa e longa.

No exemplo acima, há duas orações: “As ruas ficaram alagadas” e “porque a chuva foi intensa e longa”. A primeira oração relata o fato de as ruas estarem alagadas. A segunda oração cumpre o papel de indicar a motivação do alagamento, ou seja, a causa.

2. Oração subordinada adverbial comparativa

As orações subordinadas adverbiais comparativas são aquelas que estabelecem comparação entre dois ou mais termos. 

Sua sensibilidade é tão afinada quanto (é) sua inteligência.

No exemplo acima, há duas orações: “Sua sensibilidade é (tão) afinada” e “quanto sua inteligência”. A primeira oração afirma uma característica sobre o indivíduo — sua sensibilidade é afinada. A segunda oração apresenta um elemento comparativo a essa primeira afirmação, indicando que a sua inteligência é tão afinada quanto a sua sensibilidade.

3. Oração subordinada adverbial concessiva

As orações subordinadas adverbiais concessivas são aquelas que expressam ideia de contraste ou quebra de expectativa.

Embora não gostasse de doce, aceitou um pedaço do bolo.

No exemplo acima, há duas orações: “aceitou um pedaço do bolo.” e “Embora não gostasse de doce”. A primeira oração é a subordinada adverbial que evidencia a ideia de contraste entre o que o sujeito não gosta e o que ele fez. A segunda oração é a principal, que informa a ação de contraste do sujeito.

4. Oração subordinada adverbial condicional

As orações subordinadas adverbiais condicionais são aquelas que expressam uma condição para que outro fato ocorra.

Caso você faça a formatura, convide-me para a festa.

No exemplo acima, há duas orações: “convide-me para a festa” e “Caso você faça a formatura”. A primeira oração é subordinada e marca a ideia de condição necessária para que a informação da oração principal ocorra. A segunda oração é a principal e indica o desejo de ser convidado para a festa, caso a condição da oração subordinada seja atendida, ou seja, se o sujeito decidir realizar a formatura.

5. Oração subordinada adverbial conformativa

As orações subordinadas adverbiais conformativas são aquelas que expressam a ideia de conformidade, ou seja, um modelo, uma regra ou um modo de pensar que será adotado para compreender a informação da oração principal.

Fiz o bolo conforme você ensinou.

No exemplo acima, há duas orações: “Fiz o bolo” e “conforme você ensinou”. A primeira oração apresenta a informação principal da ação do sujeito. A segunda oração é subordinada e indica com base em qual modelo ou regra a ação foi realizada, ou seja, de acordo com o que foi ensinado.

6. Oração subordinada adverbial consecutiva

As orações subordinadas adverbiais consecutivas são aquelas que expressam a ideia de consequência da informação presente na oração principal.

A chuva foi tão forte que muitas casas perderam telhas.

No exemplo acima, há duas orações: “A chuva foi (tão) forte” e “que muitas casas perderam telhas.”. A primeira oração apresenta o fato principal, nesse caso, a chuva forte. A segunda oração é subordinada e apresenta a consequência dessa chuva, ou seja, a perda de telhas.

7. Oração subordinada adverbial final

As orações subordinadas adverbiais finais são aquelas que expressam a finalidade da ação presente na oração principal.

Protocolamos o pedido, a fim de que a população seja ouvida.

No exemplo acima, há duas orações: “Protocolamos o pedido,” e “a fim de que a população seja ouvida”. A primeira oração apresenta a ação do sujeito. A segunda oração indica o objetivo da primeira ação, qual o resultado que se pretende alcançar com o protocolo, nesse caso, dar voz à população.

8. Oração subordinada adverbial temporal

As orações subordinadas adverbiais temporais são aquelas que expressam a ideia de tempo das ações verbais.

Quando você foi embora, os dois começaram a brigar.

No exemplo acima, há duas orações: “os dois começaram a brigar” e “Quando você foi embora”. A primeira oração é a subordinada que está indicando momento específico onde a ação ocorreu. A segunda oração é a principal e indica o fato que ocorreu nesse momento.

9. Oração subordinada adverbial proporcional

As orações subordinadas adverbiais proporcionais são aquelas que estabelecem uma relação de proporção entre duas ou mais coisas.

Quanto mais se aproxima das férias, mais o tempo parece devagar.

No exemplo acima, há duas orações: “Quanto mais se aproxima das férias,” e “mais o tempo parece devagar”. A primeira oração estabelece um ponto de referência da proporção: a proximidade das férias. A segunda oração traz a informação sobre o que está sendo comparado nessa proporção, nesse caso, a passagem do tempo para a chegada das férias.

Para saber mais sobre as orações subordinadas adverbiais, clique aqui.

Diferenças entre orações subordinadas e orações coordenadas

As orações subordinadas e coordenadas diferem-se pela natureza de sua dependência ou independência entre si. As orações coordenadas são independentes, por isso podem vir juntas em um período composto ou separadas em períodos simples.

Gosto de viajar nas férias, no entanto ficarei em casa este ano.

Gosto de viajar nas férias. No entanto, ficarei em casa este ano.

Já as orações subordinadas têm uma relação de hierarquia entre si, logo, uma delas depende da outra e não pode, por isso, vir separada. 

Gosto de que você faça cafuné.

Nesse caso, não é possível dizer: “Gosto de. Que você faça cafuné.”.

Leia também: Conjunções subordinativas — termo que liga orações subordinadas a orações principais

Exercícios sobre orações subordinadas

1. Leia a frase abaixo e identifique o tipo de oração subordinada destacada:

É necessário que todos estudem para a prova.

a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

c) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

d) Oração Subordinada Adverbial Causal

Resposta: Letra a)

A oração subordinada “que todos estudem para a prova.” está ocupando o lugar de sujeito do verbo “é”, pois é sobre essa informação que se atribui o predicativo necessário.

2. Qual a classificação da oração subordinada destacada no período abaixo?

O aluno que estuda com dedicação consegue bons resultados.

a) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

b) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

c) Oração Subordinada Adverbial Final

d) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Resposta: Letra b)

A oração subordinada “que estuda com dedicação” está restringindo o sentido do termo “aluno”, pois não são todos os alunos que conseguem bons resultados, e sim aqueles que se dedicam. Observe que a oração restritiva não vem entre vírgulas.

3. Classifique a oração subordinada destacada no período:

Embora estivesse cansado, ele terminou o trabalho.

a) Oração Subordinada Adverbial Causal

b) Oração Subordinada Adverbial Concessiva

c) Oração Subordinada Substantiva Predicativa

d) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva

Resposta: Letra b)

A oração subordinada destacada marca a ideia de contraste com a informação da oração principal. O sujeito terminou o trabalho, apesar do cansaço.

4. Leia o período a seguir e identifique o tipo de oração subordinada:

Os pais ficaram preocupados porque o filho não voltou para casa.

a) Oração Subordinada Adverbial Temporal

b) Oração Subordinada Adverbial Final

c) Oração Subordinada Adverbial Causal

d) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

Resposta: Letra C

A oração subordinada destacada está apresentando o motivo, ou seja, a causa dos pais terem ficado preocupados.

5. Qual a classificação da oração subordinada destacada?

Ele pediu que o ajudassem com a mudança.

a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

c) Oração Subordinada Adverbial Condicional

d) Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Resposta: Letra b)

A oração subordinada destacada está completando o sentido do verbo “pediu”. Como o verbo pedir é transitivo direto, a oração desempenha a função de objeto direto.

6. Classifique as orações subordinadas destacadas nas frases a seguir:

a) É importante que você venha ao encontro.

b) Os professores, que sempre ajudam os alunos, estão motivados.

c) Quando você chegar, avise-me imediatamente.

d) Ele saiu mais cedo para que pudesse descansar.

e) Não sabíamos se haveria tempo suficiente.

Gabarito

1. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

2. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

3. Oração Subordinada Adverbial Temporal

4. Oração Subordinada Adverbial Final

5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Fontes:

CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2008.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. L. Nova gramática do português contemporâneo, 5ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

BECHARA, Evanildo. Gramática Fácil: Completa e rápida de consultar, para responder a todas as suas dúvidas. Nova Fronteira. Edição do Kindle.