Um dos planetas mais famosos do Sistema Solar, por seu tamanho e por seus anéis, Saturno possui um eixo inclinado em um ângulo de 26,7 graus entre seu equador e seu plano orbital.
Anteriormente, os cientistas pensavam que essa inclinação era resultado da migração planetária no início do Sistema Solar, há pelo menos quatro bilhões de anos, mas agora um novo estudo focado em Titã, sua maior Lua, concluiu que o motivo é outro. O estudo foi publicado na revista Nature.
A nova explicação aponta para uma ressonância do planeta com suas Luas ocorrida há cerca de um bilhão de anos, quando o restante dos planetas provavelmente já tinham seus eixos orientados como os têm hoje. Porém, Saturno não se tornou oblíquo de uma vez só, pelo contrário, Cronos, como conhecido na mitologia grega, sofreu uma evolução contínua de sua posição no espaço.
Novos cálculos compararam a relação entre as Luas de Saturno e o próprio planeta, e nessa comparação, as Luas seriam responsáveis por equilibrar o planeta gigante, segundo os pesquisadores, sendo Titã a mais importante nessa contribuição. Os novos cálculos foram estudados e apresentados por astrofísicos do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica e das Universidades de Sorbonne (França) e Pisa (Itália), segundo publicação do RT.
De acordo com os cientistas, por mais de três bilhões de anos após sua formação, Saturno manteve um eixo de rotação ligeiramente inclinado. Então, a lenta migração de seus satélites coincidiu em um certo ponto com outro fator, ou melhor, um outro planeta: Netuno. E assim começou o fenômeno de ressonância que continua até hoje e que faz com que Saturno se incline.
Conclusões semelhantes foram feitas a outro gigante: Júpiter. Que pode ter sofrido mudanças parecidas em seu eixo devido à migração de suas quatro Luas principais e uma ressonância com a órbita de Urano.