A competição nas plataformas

– O Airbnb, a Uber, o eBay e o Alibaba são exemplos famosos de plataformas digitais em áreas bem diversas, como hospedagem, transportes e comércio eletrônico. Quase todos os dias surgem novas plataformas, para transações de capacidade ociosa, máquinas agrícolas, equipamentos de construção, impressoras e muitas outras. Todas as plataformas agregam valor criando mercados que antes não existiam ou que eram extremamente ineficientes. Uma plataforma faz isso permitindo que compradores e vendedores se encontrem, padronizando a interface e os processos para que interajam quase sem conflitos, criando mecanismos para garantir que uma tarefa seja realizada conforme o esperado e que o vendedor receba o pagamento. Às vezes, um produto pode até se tornar uma plataforma. Lançado em 2007, o primeiro iPhone incluía somente aplicativos da Apple. Porém, o iPhone 3G, lançado em 2008, apresentou a App Store, em que outras empresas podiam permitir que as pessoas baixassem e usassem seus aplicativos. Em um ano, o iPhone deixou de ser apenas um produto e se tornou um produto mais plataforma. Como competir e ter sucesso como plataforma? Primeiro: é preciso decidir se a plataforma será fechada ou aberta. O sistema operacional iOS do iPhone é uma plataforma fechada, pois a Apple não licencia o iOS para outras empresas. Já o Android é uma plataforma aberta, pois outras empresas podem licenciá-lo de graça e até fazer modificações, com a permissão do Google. Segundo: a vantagem competitiva de uma plataforma depende muito da força dos efeitos de rede, ou seja, quando o número de compradores e vendedores é muito grande e os dois lados valorizam o tamanho da rede. Quando os efeitos de rede são fracos, o valor agregado pela plataforma é baixo. Terceiro: o proprietário da plataforma deve investir pesado na infraestrutura de rede. São os investimentos da Amazon em centros de distribuição, logística, sistemas de pagamento e outras tecnologias que a ajudaram a se tornar o mercado dominante na maioria dos países. Por fim, e se você participar de uma plataforma, mas não for a plataforma em si? Nesse caso, você atua em um mercado hipercompetitivo. Você precisa prestar atenção à lógica central da estratégia competitiva, ou seja, como ser melhor, mais rápido e mais barato de maneira sustentável. Caso contrário, você enfrentará um caminho difícil. Três perguntas para você e sua empresa: vocês podem desenvolver uma plataforma de negócios? Caso possam, qual será sua proposta de valor e como ela terá sucesso? Se vocês já operam uma plataforma, quais riscos ela enfrenta e como vocês poderiam mitigá-los? Caso participem de uma plataforma, como poderiam fortalecer e sustentar sua vantagem competitiva?