Testes

Por Thais Villaça

Não dá para negar que o Honda City evoluiu bastante nessa nova geração, tanto no visual moderno como na mecânica mais apurada e, especialmente, nos quesitos tecnologia e segurança. Mas, mesmo com todas as suas qualidades, o lugar que o sedã tem a pretensão de ocupar ainda está a algumas milhas de distância.

Desde que saiu de linha, no final do ano passado, o Civic deixou uma legião de órfãos. O modelo tinha seu séquito de admiradores fiéis, que agora terão de esperar a chegada da nova geração: que será híbrida e virá importada da Tailândia — e bem mais cara.

A versão de entrada era tabelada em R$ 119.100, mas o novo Civic deve desembarcar por aqui ao custo de não menos de R$ 200 mil, tornando-se um carro mais de nicho.

Claro que a nova geração do Civic terá seu público, ainda que menor. E quem ficou encarregado de tentar arrematar os clientes que não querem — ou não podem — levá-lo para casa? Ele mesmo, o City.

Logo de cara, vamos falar das ótimas mudanças que o sedã recebeu. Começando pelo estilo, que ficou menos conservador, mas ainda traz sua dose de efeitos cromados que chamam a atenção de quem bate o olho no carro, como a faixa que liga os faróis, mais grossa que no antecessor.

Por fora, versão EXL quase não tem diferença em relação à de topo, Touring — Foto: André Schaun
Por fora, versão EXL quase não tem diferença em relação à de topo, Touring — Foto: André Schaun

A versão testada foi a intermediária EXL, que custa R$ 119.800, ou exatos R$ 9.500 a menos que a topo de linha, Touring. Por fora, quase não se nota a diferença entre elas: a única mudança está nos faróis, um conjunto full-LED na opção mais cara, com desenhos que parecem escamas. Na EXL, os faróis principais são halógenos, mas as luzes diurnas e as lanternas também são de LED. É no pacote de equipamentos que essa diferença de preço é sentida.

Mesmo que a configuração intermediária seja bem mais segura que a geração anterior, que não tinha nem controle de estabilidade, faltam os itens do pacote Honda Sensing: sistema de frenagem autônoma, assistente de farol alto, controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e assistente de permanência em faixa com correção do volante.

Mas a EXL também possui bons recursos, como seis airbags, câmera de ré, controles de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus. Se você acha que vale a pena abrir mão dos equipamentos que faltam, essa é a versão para você. Por outro lado, investir menos de R$ 10 mil para ter essas tecnologias vai deixá-lo com a consciência mais tranquila ao dar uma voltinha com a família.

Cabine é elegante, mas nada ousada, apesar de ter aumentado muito o nível tecnológico em relação ao anterior — Foto: André Schaun
Cabine é elegante, mas nada ousada, apesar de ter aumentado muito o nível tecnológico em relação ao anterior — Foto: André Schaun

Já em termos de desempenho, segue tudo igual, uma vez que as três versões do City contam com o mesmo trem de força: motor 1.5 aspirado de 126 cv e até 15,8 kgfm de torque, além de câmbio CVT. Para rodar em trechos urbanos, o sedã é bem espertinho: vai bem nas arrancadas e tem suspensão ajustada para o conforto, que absorve bem os impactos sem ser mole demais.

Contudo, quando você precisa de força na aceleração para fazer uma ultrapassagem ou ir mais rápido em estradas e vias expressas, falta fôlego ao modelo. Tanto que a aceleração de zero a 100 km/h em nossa pista foi feita em morosos 10,6 segundos.

E o câmbio, apesar da suavidade no funcionamento, não ajuda por não reduzir nas horas necessárias, o que torna o conjunto mais barulhento. Méritos para o isolamento acústico, que não deixa esse "grito" do motor vazar em demasia na cabine.

O City é um carro, como seu próprio nome entrega, ideal para a cidade. Ainda lhe falta um toque de refinamento que era nativo do Civic e que, ao menos por ora, ele tem de ralar um bocado para alcançar. Um motor turbo, para começo de conversa, poderia ajudar a equilibrar essa equação. Fica a dica!

Honda City EXL

Teste
ACELERAÇÃO
0 - 100 km/h: 10,6 s
0 - 400 m: 17,7 s
0 - 1.000 m: N/D
Veloc. a 1.000 m: N/D
Vel. real a 100 km/h: 96 km/h
RETOMADA
40 - 80 km/h (Drive): 5,3 s
60 - 100 km/h (D): 6,3 s
80 - 120 km/h (D): 7,9 s
FRENAGEM
100 - 0 km/h: 42,5 m
80 - 0 km/h: 26,9 m
60 - 0 km/h: 14,9 m
CONSUMO
Urbano: 9,2 km/l
Rodoviário: 10,5 km/l
Média: 9,8 km/l
Autonomia em estrada: 462 km

Honda City EXL

Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, injeção direta, flex
Potência: 126 cv a 6.200 rpm (E e G)
Torque: 15,8/15,5 kgfm a 4.000 rpm (E e G)
Câmbio: Automático, CVT, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Indep., McPherson (D); dependente por eixo de torção (T)
Freios: Discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
Pneus: 185/55 R16
Tanque: 44 litros
Porta-malas: 519 litros
Peso: 1.135 kg
Central multimídia: 8 pol., sensível ao toque, compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio
DIMENSÕES
Comprimento: 4,55 metros
Largura: 1,75 m
Altura: 1,48 m
Entre-eixos: 2,60 m

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