Seguros de automóveis

Por Renan Sousa (com Thais Villaça)


Seguro com cláusula de danos por desastres naturais é obrigado a cobrir os prejuízos. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte
Seguro com cláusula de danos por desastres naturais é obrigado a cobrir os prejuízos. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte

As regiões Sul e Sudeste do Brasil sofreram recentemente com a passagem de um fenômeno natural que foi chamado de “ciclone bomba”. As imagens que mostram a passagem desses ventos revelam casas destelhadas e árvores caídas. Até o momento, 11 pessoas morreram.

É possível notar uma grande destruição material, inclusive dos veículos que ficam estacionados nas ruas. Nestes casos, o seguro cobre?

Na forte enchente que aconteceu em fevereiro deste ano em São Paulo, seguradoras se recusaram a cobrir alguns danos por detalhes técnicos, como tentativas de travessia de alagamentos, por exemplo. Nesses casos, é considerado que o condutor "se colocou em situação de risco".

A maioria das seguradoras, como Porto Seguro, Mapfre e Sulamerica, faz a cobertura básica contra desastres naturais, que inclui “granizo, furacão ou terremoto".

Mas se o seu carro foi danificado por um ciclone, e não por um furacão, o seguro ainda cobre?

Se estiver na apólice que cobre contra danos por desastres naturais, não importa o que está escrito depois, se é contra tufão, terremoto ou tornado. O seguro paga”, afirma o advogado civil Mário Solimene. “A lista que segue o ‘seguro contra desastres naturais’ é apenas exemplificativa, não taxativa”, diz.

Visão de uma moradora do litoral que fotografou a chegada da tempestade. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte
Visão de uma moradora do litoral que fotografou a chegada da tempestade. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte

Para não passar por esse tipo de dúvida, o mais adequado é ler a apólice e contratar um seguro que seja mais abrangente. Mas esteja preparado para ver o preço subir

O desastre natural é, por definição, algo imprevisível. Mas é sempre bom estar atento aos locais por onde passar ou estacionar. “Se você tem um problema de desastre natural, eles vão tentar dizer que você se colocou em uma situação em risco, que esse desastre não foi tão natural assim”, afirma Solimene.

Carro destruído pelo ciclone que atingiu Santa Catarina. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte
Carro destruído pelo ciclone que atingiu Santa Catarina. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte

"Por exemplo, se existe uma árvore condenada pela prefeitura, que seria cortada na semana seguinte, você estaciona ali e ela cai por conta da ventania, o seguro pode se recusar a pagar o dano", comenta.

Apesar disso, ele afirma que é possível recorrer na justiça para conseguir receber o prêmio do seguro. “Se está escrito que a cobertura é contra desastres naturais, pode até aparecer um vulcão, algo impossível no Brasil, e destruir o seu carro que eles terão de cobrir”.

No dia seguinte, moradores da região registraram os estragos feitos pelo ciclone. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte
No dia seguinte, moradores da região registraram os estragos feitos pelo ciclone. Foto retirada do twitter no dia 02/07/2020 (Foto: Reprodução/Twitter) — Foto: Auto Esporte

Tufão, ciclone, tornado ou furação?

Segundo o Glossário da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos e o site Mundo Educação, um ciclone é qualquer vento forte que converge para um mesmo ponto, com velocidade igual ou superior a 120 km/h.

Já um tornado é formado por ventos concentrados em um diâmetro menor, de aproximadamente 2 km, com velocidades de até 480 km/h. Furacões são maiores, com centenas de quilômetros de diâmetro, mas menos violentos, com ventos de até 115 km/h.

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