A internet facilitou muitos processos no mercado, inclusive, na hora da compra e venda de carros usados e seminovos. Entretanto, apesar de ser muito prática, a negociação online exige muita atenção, justamente por abrir inúmeras brechas para golpes. Desde os mais manjados até os mais criativos.
Para se ter uma ideia, estudo realizado pela OLX revela que, apenas em 2023, mais de 90 mil golpes foram aplicados na venda de veículos online, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 2,7 bilhões. Portanto, todo cuidado é pouco. E se você está pensando em adquirir um automóvel para começar 2025 com tudo, Autoesporte separou algumas dicas para te ajudar a se esquivar das falcatruas. Confira!
1 - Tome cuidado com propostas tentadoras
Não adianta ter pressa na hora de comprar um carro usado. É necessário pesquisar com cuidado e ver o preço do veículo na tabela Fipe, o que permite uma margem de comparação de valores. Desconfie caso encontre um anúncio com preço muito abaixo da média de mercado: há grandes chances de ser falso.
Também ligue o alerta quando o negociador está apressado para realizar a venda do veículo. Um dos golpes mais comuns é o “acerto” de um sinal para segurar o carro, por exemplo, dizendo que há outro interessado. Nesses casos, pense muito bem antes de fechar a compra.
2 - Compra e venda de usados: atenção aos detalhes do anúncio
Outro golpe muito comum é o conhecido “intermediário”. O golpista copia os dados do anúncio original em uma plataforma de vendas e cria outro semelhante, porém com preço abaixo do valor de mercado. Assim, entra em contato com o vendedor real e com um interessado na compra e marca um encontro para que se conheçam.
Ele negocia com ambas as partes ao mesmo tempo e pede para o comprador depositar o dinheiro em uma conta que não tem nenhum vínculo com a do vendedor real. Em seguida, desaparece e quem se torna suspeito do golpe é o anunciante verdadeiro.
Por isso, é importante que toda a negociação virtual seja feita no próprio site de compra e venda, pois há dispositivos capazes de verificar e avisar o consumidor quando se trata de um golpe. Além disso, até permite denunciar o caso para que seja feito o bloqueio da conta do fraudador.
Para completar, tão importante quanto ter conhecimento das avarias do carro (o que abordaremos adiante), é se informar sobre o passado do dono — ou do comprador, caso esteja vendendo o usado. Vale consultar na plataforma do Serasa se a pessoa em questão tem nome sujo e se é bom credor. Assim, haverá mais uma garantia de que o negócio poderá ser feito sem (grandes) dores de cabeça.
Aqui também cabe uma observação: tome muito cuidado com anúncios de lojas falsas. Como perfis de lojas de usados online dão a falsa sensação de ser um ambiente de negócio mais seguro, o fraudador clona esse "espaço" e vende os veículos como se fossem dele. Dessa forma, desconfie de grandes stores que não são verificados e confirme o CNPJ na hora do pagamento.
3 - Compra do carro usado: conheça o veículo
Embora a negociação seja feita em um ambiente online, o mais recomendável é conhecer o veículo em um local seguro e, de preferência, público. Outra dica é que o comprador leve o automóvel a um mecânico de confiança. Se estiver em outra cidade ou estado, se possível, invista em uma empresa de vistoria cautelar.
A prática não é importante apenas para identificar possíveis avarias, mas também para checar se o carro está com a quilometragem adulterada — outro golpe muito comum. Os fraudadores conseguem alterar o hodômetro do veículo (principalmente dos mais antigos) e baixar a quilometragem aferida no painel.
Normalmente, o estado de conservação do carro — revestimento dos bancos, desgaste do volante e dos pneus — é um indicativo para identificar a adulteração. Mesmo assim, a vistoria cautelar ou a checagem feita por um mecânico de confiança reforça uma compra segura.
4 - Passado do carro
Além do estado físico, o interessado também deve se informar sobre o passado do automóvel. É importante checar a documentação para entender quais são as condições. O interessado, aliás, pode (e deve) pedir nota fiscal, manual, chave reserva e comprovante de revisões.
Uma das formas de verificar se há restrições jurídicas e administrativas é por meio do Renajud, sistema online de restrição judicial de veículos criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que interliga o Judiciário ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e fornece a ficha completa do carro.
5 - Na hora de pagar, atenção!
Caso você chegue aos momentos finais da negociação da compra de um veículo usado, saiba que ainda é preciso ter cautela. Preste atenção na hora do pagamento para identificar o responsável pela compra. Se os dados de depósito ou do boleto não batem com os do vendedor, cuidado: pode ser uma conta clonada.
Por isso, recomendamos que tenha atenção do início ao fim do processo de compra de um carro usado ou seminovo. Desse modo, você evitará maiores problemas e terá, ao fim, um veículo para chamar de seu na garagem.
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