Desde o começo de 2022, o Jeep Renegade é vendido somente com a motorização 1.3 turbo de até 185 cv, que substituiu de uma só vez o criticado e.TorQ 1.8 aspirado de 139 cv de potência e 19,5 kgfm de torque – que tinha desempenho fraco e consumo elevado – e o bom 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm das versões com tração 4x4 do SUV.
O bom motor 1.3 turboflex de quatro cilindros com injeção direta e duplo comando de válvulas variáveis deu fôlego extra ao Renegade, uma vez que entrega até 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, combinado ao câmbio automático Aisin de seis marchas nas versões de tração dianteira.
Nas configurações Série S e Trailhawk, com tração 4x4, o propulsor é combinado ao câmbio automático de nove marchas fornecido pela alemã ZF.
Com o novo motor, o Jeep Renegade passou a ser um dos SUVs mais rápidos do segmento, sendo capaz de acelerar de 0 a 100 km/h abaixo dos 9 segundos e atingir velocidade máxima de 210 km/h, de acordo com os dados do fabricante.
Mas nem tudo são flores para o Renegade T270. Apesar de sua concepção moderna e dos bons números de performance, o motor 1.3 turbo flex é motivo de muitas reclamações por parte dos proprietários do SUV, que relatam em fóruns na internet e no site Reclame Aqui problemas relacionados ao consumo elevado de óleo. Esse defeito também é reportado pelos donos do Jeep Compass, como mostrado anteriormente pela Autoesporte.
“Sou proprietário de um Renegade T270 2022, conforme está amplamente divulgado (sic), o veículo está baixando óleo de maneira assustadora. Aos 8.000 km, após saber dessa ocorrência com o motor 1.3 turbo, fui verificar o nível do óleo do motor do meu veículo e, para a minha surpresa, o nível de óleo estava praticamente zerado. Levei para a concessionária Jeep Valence, em Belo Horizonte, e me informaram que iriam fazer uma atualização no software [do motor], e o problema estaria resolvido. Aos 12.000 km, levei meu veículo para a revisão, quando me informaram que fizeram novamente a atualização [do software] recomendada pelo fabricante. Aos 23.000 km, verifiquei o nível do óleo do motor, que estava novamente zerado”, relata o consumidor Luiz, de Belo Horizonte (MG).
O mesmo problema ocorreu com o Renegade T270 2023 do cliente Diego, de Salvador (BA), “com 10 mil km está baixando óleo excessivamente, a vareta já não consegue medir [o nível] de tão baixo que está”, conta.
Relatos:
O que diz o especialista?
Segundo o mecânico Paulo Vianna, “esse motor 1.3 turbo é pequeno para veículos pesados como os Jeep Renegade e Compass. Para atingir esse desempenho, a engenharia da montadora eleva a pressão da turbina, que acarreta maior consumo de óleo. Se o nível [de óleo] baixar demais, a falta de lubrificação das peças móveis vai elevar excessivamente a temperatura interna e o motor poderá fundir. Esses carros ainda estão em garantia, mas se o consumidor tiver de arcar com o reparo do motor, o custo será bem alto porque envolve a troca de diversos componentes e a retífica do motor”, explica.
Consultada por Autoesporte, a Stellantis se posicionou a respeito das reclamações, através da seguinte nota. Confira a íntegra abaixo:
“Os casos pontuais de clientes do Jeep Renegade que buscaram atendimento nas Concessionárias Jeep ou canais oficiais de atendimento, foram orientados e devidamente tratados. A recomendação da Stellantis é que, sempre que houver qualquer funcionamento irregular ou ponto de dúvida com o veículo, os clientes devem procurar o atendimento especializado das concessionárias para o correto diagnóstico e possível intervenção, caso seja necessário. A Stellantis tem a satisfação dos clientes como um compromisso e orienta sempre que os canais oficiais da montadora sejam utilizados para a melhor resolução dos casos”, informou a empresa.
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