Antes mesmo de lançar a polêmica picape Cybertruck, a Tesla já havia entrado no segmento de veículos comerciais com o Semi, um caminhão elétrico que começou a rodar pelos Estados Unidos em 2022. Agora, a marca de Elon Musk cruzou o Atlântico e apresentou o Semi no IAA, a maior feira de transportes do mundo, realizada em Hannover. Autoesporte conheceu de perto o modelo.
Já podemos adiantar que, se a caminhonete divide opiniões até hoje sobre questões como design e custo, o Semi também adota visual polêmico, mas igualmente promete uma das maiores autonomias do mundo.
O modelo foi apresentado pela primeira vez em 2017, mas a produção (em pequenos volumes) só começou em 2022. Tanto que, até agora, não foram muitas unidades emplacadas. A Pepsi, aliás, foi o primeiro cliente do caminhão elétrico e encomendou 140 exemplares. Entretanto, por conta de um atraso na linha de produção, até o momento a empresa não recebeu todas as unidades.
Entretanto, durante o IAA Transportation 2024, o maior salão de automóveis pesados que acontece em Hannover (Alemanha), a marca chegou a dizer que a fabricação em escala está prevista para começar ainda neste ano e busca chegar a outros mercados além dos Estados Unidos, como a Europa.
Autoesporte conheceu o Tesla Semi de perto e separou seis detalhes que chegam a ser absurdos no caminhão elétrico. Confira:
1 - Autonomia
A Tesla não detalha toda a ficha técnica do Semi. No entanto, ele é equipado com um conjunto de baterias com capacidade de 900 kWh – uma das maiores do mundo. Como referência, é quase 24 vezes maior que o pacote de 38 kWh de um BYD Dolphin Mini. Também supera os já consideráveis 621 kWh do Mercedes-Benz eActros 600, também apresentado no IAA 2024.
Dessa forma, a marca do bilionário Elon Musk promete uma autonomia de até 800 km com apenas uma carga. É basicamente a distância entre São Paulo e Porto Alegre. Além disso, consegue recuperar até 70% da capacidade da bateria em 30 minutos, em estações de recarga rápida da marca (a velocidade não foi divulgada).
A grande autonomia não é proporcionada apenas por gigantescas baterias, como também por um consumo comedido de energia. Segundo a Tesla, o Semi consome menos de 2kWh para percorrer uma milha (1,6 km). E um detalhe, quando está totalmente carregado, com 37 toneladas.
2 – Motor
Além das baterias, que devem ser bastante pesadas, o Tesla Semi consegue transportar até 37 toneladas. Para empurrar tanta massa, é preciso um conjunto motriz robusto. São três motores elétricos instalados no eixo traseiro. Não há dados oficiais divulgados pela Tesla, mas a estimativa é que o caminhão tenha impressionantes 1.020 cv de potência.
Com isso, a Tesla divulga, orgulhosa, que, quando está totalmente carregado, o Semi é capaz de ir de 0 a 96 km/h (60 milhas por hora) em 20 segundos. Um Fiat Mobi 1.0, como comparação, leva cerca de 17 segundos, considerando apenas o peso do motorista.
3 – Direção centralizada
O Elon Musk gosta de polêmica (e isso vai além da saída do X, finado Twitter, no Brasil). E a equipe de engenharia da Tesla seguiu nessa linha ao projetar a cabine do Semi. Em vez de direção do lado esquerdo, o motorista fica posicionado exatamente no centro.
O acesso segue pelo lado esquerdo, e, à direita, há um console com apoio de braço e uma série de porta-objetos.
É estranho imaginar algo tão disruptivo, mas pensando no porte avantajado e na possível melhora na percepção de espaço, pode fazer sentido. Outro detalhe interessante é que o ajuste da coluna de direção é feito por um pedal. Ou seja, é só pressionar para ajustar altura e profundidade do volante.
5 - Retrovisor e câmeras
E por falar em ajustes, o Tesla Semi garante que o motorista estará sempre informado do que se passa do lado de fora do caminhão. Além dos enormes e tradicionais retrovisores físicos, a marca instalou três câmeras que enviam imagens para telas instaladas dos lados do volante (veja mais abaixo).
Logo, peca pelo excesso e, com certeza, será mais difícil de acontecer um acidente com o caminhão da Tesla.
4 - Duas telas gigantes
Essas duas telas fazem parte de um interior minimalista, bem característico da Tesla e que também pode ser visto na Cybertruck. Cada uma delas tem 15 polegadas e, como dito acima, podem ser configuradas para reproduzir as imagens das câmeras ou informações de mapas, dados de consumo, ar-condicionado e uma série de outros recursos.
6 – Design
Por último e não menos importante, visual. Assim como a Cybetruck, que impressionou o mercado com um design futurista e com linhas retas, o Tesla Semi também traz uma cara diferente, por assim dizer. É mais arredondado, mas traz um desenho bem diferente do que estamos acostumados a ver em caminhões no geral. Na redação, foi carinhosamente apelidado de "Formiga Atômica".
Uma diferença considerável para os caminhões vendidos no Brasil é que o Semi tem a cabine recuada. Ou seja, o capô é projetado, em um estilo popularmente conhecido como "bicudo". Isso acontece porque, nos Estados Unidos, não há limitação de comprimento para o cavalo mecânico.
Já aqui, os metros começam a contar da extremidade do para-choque. Logo, as fabricantes optaram pela cabine avançada.
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