Nem parece, mas o Toyota Yaris está de cara nova. O hatch passou pela primeira atualização desde o lançamento, em 2018. Na estética, as novidades ficaram restritas a dianteira, onde para-choque, tomadas de ar e grade foram levemente remodelados.
O pacote de equipamentos melhorou com a adoção de itens de segurança como alertas de colisão frontal e de saída de faixa e os airbags laterais, de cortina e de joelho para motorista.
Sob o capô, o Yaris segue com o conjunto mecânico da versão anterior – motor 1.5 flex e câmbio automático. O propulsor menor, 1.3, bem como a caixa manual foram descontinuados.
Abaixo, listamos cinco razões para comprar e cinco motivos para fugir da versão intermediária, XS. Ela custa R$ 102.090.
Motivos para comprar
1- Conjunto mecânico
O conjunto mecânico do Yaris não mudou. E temos aí uma boa notícia. Debaixo do capô, o motor 1.5 aspirado de quatro cilindros entrega 110 cv e 14,9 kgfm. Ele está associado ao câmbio automático CVT.
Não é o mais potente do segmento, mas quando exigido, consegue entregar desempenho satisfatório. Tanto que o tempo necessário para acelerar de 0 a 100 km/h é o mesmo do rival Honda City, que também usa um motor 1.5 aspirado, mas 16 cv mais potente: 10,7 segundos.
2- Conforto
O tempo de aceleração do Yaris já entrega que o hatch não foi feito para motoristas mais afobados. A vocação do pequeno Toyota é proporcionar uma tocada mais suave e voltada ao conforto. O acerto de suspensão segue a mesma filosofia, filtrando as imperfeições do solo com bastante eficiência.
Os bancos confortáveis garantem bom apoio para o corpo. Assim, fazer longas viagens não se transforma em uma tarefa penosa.
3- Segurança
Na linha 2023, todas as versões do Yaris passaram a ser equipadas com sete airbags – o único do segmento com essa quantidade. Além dos dois frontais, obrigatórios desde 2014, há bolsas laterais, de cortina e de joelho para o motorista.
Além disso, Yaris XS e XLS trazem alerta de pré-colisão. O sistema não aciona os freios de forma automática, mas emite alerta sonoro e visual em caso de batida iminente. Quando o motorista está freando, se necessário, aumenta a pressão no pedal.
Outro recurso de segurança é o alerta de evasão de pista, que avisa quando o motorista sai da faixa de rolagem sem acionar as setas. Não há atuação direta no volante, como no City.
4- Espaço
O Yaris tem um dos maiores porta-malas do segmento de hatches pequenos. Com 310 litros, ele supera por pouco Chevrolet Onix (303), Hyundai HB20 e Volkswagen Polo (300) e com sobras o Honda City (268).
Já o espaço interno fica na média. Apesar de ele ter 4,14 metros de comprimento, acima de HB20 e Polo, mas abaixo de City e Onix, os 2,55 m de entre-eixos o colocam entre os melhores da categoria, praticamente empatando com Chevrolet e Volkswagen e perdendo para o Honda.
5- Reputação da marca
Esse é um quesito subjetivo, mas que não sai da boca do público. A Toyota possui uma fama de entregar produtos duráveis e cuidar dos clientes no pós-vendas.
Desse modo, a boa reputação muitas vezes acaba sendo um fator decisivo na hora da compra, ainda que o veículo custe mais caro do que concorrentes tão equipados, seguros ou econômicos. É exatamente esse o caso do Yaris.
Razões para fugir
1- Preço
O Yaris XS custa exatos R$ 102.090. Ele fica precisamente no meio da gama – R$ 10 mil acima do XL e outros R$ 10 mil abaixo do XLS. A oferta reduzida de versões acaba afastando um consumidor que não dispõe do valor da opção intermediária, mas quer algo mais completo.
E exatamente aí que a concorrência se destaca. O Chevrolet Onix, por exemplo, tem três versões entre R$ 95 mil e R$ 103 mil. E elas ainda podem receber opcionais para ficarem mais completas.
Aliás, o Onix mais completo entrega muito mais do que o Yaris XS. Tem motor turbo, itens de conforto e segurança adicionais e custa praticamente o mesmo. Situação semelhante acontece com o Hyundai HB20.
2- Economias sem sentido
Além de ser mais caro do que parte da concorrência, o Yaris escancara algumas economias sem sentido feitas pela Toyota. É o caso das simples palhetas dos limpadores – quase todos os compactos já adotaram similares do tipo flat blade, mais eficientes.
O ajuste da coluna de direção não possui um mecanismo que segura o volante quando a trava é solta. Assim, o peso cai todo de uma vez, podendo atingir as pernas do motorista. Para completar, não há ajuste de profundidade.
3- Falta de itens de tecnologia
A Toyota se esforçou e melhorou a central multimídia, o aparelho oferece conexões Android Auto e Apple CarPlay. Mas o funcionamento do sistema ainda peca pela falta de praticidade e respostas lentas.
E ainda que a segurança tenha melhorado, parte da concorrência está um passo à frente, oferecendo a frenagem de emergência, em vez de apenas alerta, e correção no volante em caso de saída de faixa, ao invés de um som na cabine em caso de evasão.
4- Visual
A reestilização do Yaris foi tão discreta que olhares mais desatentos não perceberão que o para-choque foi redesenhado. A Toyota foi tão econômica nas mudanças que lateral e traseira seguem inalterados.
De forma geral, o Yaris é mais bonito que o finado Etios (o que convenhamos, não era das tarefas mais difíceis). Mas o visual lançado em 2017 e que chegaria no Brasil no ano seguinte já parece cansado diante da concorrência mais moderna.
5- Dirigibilidade
Se o conforto é uma das vocações do Yaris, aqueles que prezam pelo prazer ao volante poderão se decepcionar. A direção é menos precisa e mais pesada do que deveria em baixas velocidades, quando o motorista precisa manobrar o veículo.
O acerto macio da suspensão ainda deixam o carro rolar mais do que o desejado em curvas. Nem mesmo o modo Sport, novidade da linha 2023, ajuda a melhorar a percepção. Com ele acionado, a simulação da troca de marchas ocorre em rotações mais altas. Mas na prática, só se observa um aumento no ruído a bordo.
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