Mercado

Por Rodrigo Ribeiro

Um levantamento feito pela KBB com os modelos mais vendidos do Brasil confirmou o movimento que já vinha ocorrendo no final de 2020: os carros zero-quilômetro estão mais baratos que os seminovos. Segundo a empresa especializada em pesquisa de preços de veículos novos e usados, a diferença entre o mínimo praticado pelas concessionárias e o valor máximo cobrado por revendas chega a quase 3,4%. E há dois grandes motivos para isso.

O primeiro era o esperado diante dos constantes problemas na produção de veículos novos: com filas de espera de meses por um carro novo, consumidores têm migrado para o mercado de segunda mão, que teve um aumento de demanda sem que a oferta acompanhasse.

Mas há outro ponto, provocado pelas próprias fabricantes. O aumento constante do preço dos carros novos provoca o impacto direto nos seminovos, que acompanham o reajuste. Somados, esses dois fatores fizeram com diversos modelos, especialmente os mais desejados, tivessem seus valores absolutos maiores que a tabela dos zero-quilômetro.

Veja abaixo cinco carros que valorizaram e ficaram mais caros que modelos novos:

Diferença de preços novos e usados

Veículo Faixa de preço 0 km Faixa de preço dos revendedores Diferença
Fiat Strada R$ 79.060 a R$ 79.859 R$ 77.192 a R$ 81.725 3,37%
VW T-Cross R$ 113.241 a R$ 114.385 R$ 111.135 a R$ 116.489 2,87%
Chevrolet Onix Plus R$ 77.677 a R$ 78.462 R$ 75.113 a R$ 79.565 2,43%
Hyundai HB20 R$ 67.806 a R$ 68.498 R$ 65.717 a R$ 69.272 2,16%
Chevrolet Onix R$ 71.726 a R$ 72.451 R$ 69.438 a R$ 73.039 1,83%

Real x imaginário?
Isso, claro, não significa que carro se tornou investimento no Brasil. A comparação dos valores deixa de lado a inflação no período. Para saber se houve valorização real é preciso corrigir o valor pago pelo veículo na ocasião da compra.

Via de regra, a inflação acumulada supera os eventuais ganhos provocados pelo aumento do preço absoluto. Mas, dada as circunstâncias, o consumidor ainda sai ganhando, pois a desvalorização real dos modelos mais procurados é menor do que o mercado estava habituado nos últimos anos.

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