Mercado

Por Julio Cabral

Carros que freiam sozinhos estão ficando cada vez mais comum, mas ainda representam apenas 5% da frota de veículos zero quilômetro no Brasil. Segundo a ZF, isso vai mudar rapidamente. A fornecedora de tecnologias projeta que até 26% dos carros novos nacionais terão a frenagem autônoma de emergência (AEB, na sigla em inglês) até 2025.

A tecnologia é capaz de detectar uma colisão iminente e pode frear o carro automaticamente, caso o motorista não reaja a tempo. O funcionamento é com base em uma câmera instalada no para-brisa do carro. São raros os hatches compactos brasileiros que oferecem o item em uma faixa abaixo de R$ 100 mil, caso das versões mais caras do Hyundai HB20 e do Peugeot 208.

A frenagem automática é uma grande aliada para a segurança. “Pesquisas apontam que há uma redução de 30 a 60% nas colisões. Alguns dados mais recentes apontam até mais. Se a frota inteira tivesse o dispositivo, poderia se evitar até 8% de mortes no trânsito”, aponta Plínio Casante, Gerente Sênior de Engenharia da ZF.

Segundo o especialista, o sistema é mais barato do que algumas evoluções tecnológicas anteriores. “Não é um custo tão alto como foi a introdução do ABS ou dos airbags. A frenagem automática funciona com uma câmera. Não é um investimento alto e você pode instalar ela em um veículo que não foi projetado originalmente com isso. O resto é software para integrar o dispositivo a outros componentes do veículo”, explica Plínio.

São necessários três sistemas integrados: a própria câmera, módulo específico de frenagem e sensor de velocidade na roda, itens já presentes nos carros com controle de estabilidade (ESC).

“A câmera não é tão cara quanto outras tecnologias de assistência ao motorista. O radar é um equipamento um pouco mais caro, enquanto a câmera é adaptada ao para-brisa do veículo. Ela precisa basicamente estar com uma alimentação de energia e um par de fios para comunicação com outros sistemas”, completa o executivo.

Ele alerta que o custo para o fabricante é acessível, mas é comum que as marcas comecem a usar a tecnologia em versões mais caras.

Há um porém. “O Brasil ainda está em um estágio anterior, ainda se fala de frenagem de emergência para obstáculos, não para pedestres. Na Europa, o padrão passa a ser com detecção de pedestres”, diz Plínio. No continente o AEB será obrigatório para todos os carros a partir de 2022.

A esperança é que o Latin NCAP e as regulamentações do Contran reforcem a necessidade de instalação da tecnologia e outras, algo que também pode ser influenciado pelo programa Rota 2030. Mas ainda não há definições sobre isso.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Mais recente Próxima Por que carros usados estão mais caros do que novos?
Mais da Autoesporte